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Mãe, hoje o dia é teu,
Este dia em que és criança
Feliz, de brilho no olhar,
Coração recheado de esperança
Em tudo o que a vida prometeu.
Não fui o filho que querias,
O doutor, juiz, professor,
Mas sou um filho que te ama,
Que sente ainda o teu calor
Naquele sorriso que me fazias.
Fernando Saiote
Será apresentado no próximo dia 29 de Novembro, pelas 18.00 horas, a obra poética de Fernando Saiote intitulada “Pedras Soltas”. O evento decorrerá no Auditório da Junta de Freguesia de Nossa Senhora da Vila, em Montemor-o-Novo. Obra e autor serão apresentados pelos Prof. João Luís Nabo e Prof. Vítor Guita.
Embriaguei-me
nos pensamentos
nas palavras
nos sentimentos…
Senti
o cheiro de flores
que chegam
de um mar
verde de esperança.
Abracei
essa brisa
e entreguei-me
à sedução das palavras.
Fecho os olhos
e adormeço… serena.
Vanda Paz
Com a chancela da Edium Editores, no próximo dia 23 de Novembro, pelas 15.00 horas, no Museu do Vinho da Bairrada em Anadia, será apresentada a obra “Brisas do Mar” da poetisa Vanda Paz. A autora, enóloga de profissão, nasceu em Lisboa em 1970 e reside na Anadia. A apresentação estará a cargo de António Paiva. A 21 de Novembro, sexta-feira, pelas 21 horas, a obra será pré-apresentada em Santarém no auditório da Escola Superior Agrária.
Foto de Karen Seagle
Lembram-se da história de Pedro e o Lobo? Um conto infantil, escrito por Sergei Prokofiev, e que nos traz a história de Pedro, um pequeno pastor que vivia afastado dos outros meninos da aldeia onde vivia. Um dia Pedro, por se sentir sozinho, resolve chegar à aldeia e dizer que vinha um lobo a caminho para comer os animais. Toda a aldeia se mobiliza contra o dito lobo… que não aparece. Pedro tinha mentido porque queria atenção. Chamado à atenção promete não voltar a fazer. Só que foi sol de pouca dura e pouco tempo mais tarde volta a repetir. Grita que vem um lobo a caminho, a aldeia junta-se em defesa dos seus animais… mas de lobo nem sinal. Mais uma vez Pedro é repreendido pela sua atitude e compromete-se a não fazer. Só que fez. Fez mais uma, mais duas…. Até que, um dia, um lobo aproxima-se mesmo do rebanho que Pedro guardava. Pedro, assustado, corre até à aldeia a pedir ajuda… mas ninguém na aldeia acredita nele. Acham que é mais uma mentira de Pedro para chamar a atenção. Quando Pedro volta para o seu rebanho, já a alcateia tinha matado quase todo o rebanho.
Num só conto Prokofiev traz-nos várias lições de moral. Primeiro que não devemos mentir. Se mentirmos, um dia podemos dizer a verdade e ninguém vai acreditar em nós. Por outro lado, e mais grave ainda, é quer chamar a atenção para nós próprios em detrimento de tudo o que nos rodeia. Um dia essa necessidade de chamar a atenção pode levar-nos a perder todo o que temos.
Um conto antigo, mas intemporal.
Vejamos vários exemplos de como esta história devia ser interiorizada por todos, sem excepção.
- Vou deixar de cantar - Sou fã de Pedro Abrunhosa. Nos seus primeiros tempos, fui a quase todos os concertos dele. Num dos concertos Abrunhosa anunciou que ia deixar de cantar e que o último concerto que ia dar seria no Terreiro de Paço, uns meses mais tarde. Nos tempos que se seguiram a este anúncio, os fãs foram enviando cartas (que ele publicou), foram feitos vários pedidos para que continuasse, enfim, as atenções centraram-se nele. Fui ao concerto anunciado como último e a última frase que ele disse foi – Adeus e até sempre. Ficamos convencidos que tinha sido o último mesmo. Ora bem, isto passou-se há mais de dez anos e, de lá para cá, já saíram mais dois ou três cd’s de Pedro Abrunhosa. Se hoje ele voltar a dizer que vai deixar de cantar… acham que alguém vai acreditar?
- Vou cortar os pulsos – A primeira vez que é dito, amigos e familiares ficam em cuidados, tentam perceber porquê, tentam demover, dar apoio… em suma, dão atenção. Se as ameaças inconsequentes se mantêm, aos poucos, e porque também tem vida própria, com os seus próprios problemas, amigos e familiares deixam de ligar… até ao dia em que até pode ser verdade e já ninguém vai ouvir.
Quem me conhece sabe que uso, com frequência, a seguinte expressão – vou ali matar-me, já volto. Digo-o sempre que estou irritada, com algum problema que, numa primeira análise, é complicado, ou quando vejo coisas que me deixam com comichão na ponta da língua. É claro que, se volto depois, é porque não me vou matar. Certo? Todos sabem disso e até há quem me responda – vai lá que eu espero aqui. Não demores.
Respeito-me demasiado para fazer ameaças que não pretendo cumprir. Aliás, respeito-me demasiado para não fazer ameaças, ponto final. Quando tomo uma decisão, tomo-a em plena consciência e não aviso. Faço. Respeito-me. Respeito‑vos. E tomada a decisão, não volto atrás. Posso arrepender-me. Mas fi-lo e assumo as minhas opções. Sem histórias. Sem invenções. Sem mentiras. Mesmo que não acreditem em mim. Em suma, não sou o Pedro nem vejo lobos onde não os há. Não quero, não creio e nem aceito os Pedro´s desta sociedade de lobos solitários...
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