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Carta aberta ao Hospital de Santa Maria

por Magda L Pais, em 20.02.14
Enviei uma Carta Aberta ao Hospital de Santa Maria. Seria bom chegar à Administração. Ajudam-me? Aqui vai ela:

Boa tarde,

Escrevo-vos agora, por impossibilidade de o fazer antes. Lamentavelmente o site do Hospital de Santa Maria não tem o endereço de email da Administração, porque se tivesse, esse email seria adicionado a este envio.
A 28 de Agosto de 2013 dei entrada nas vossas urgências com risco de parto prematuro. O atendimento nas urgências foi rápido e incisivo, e a decisão foi ir imediatamente para o piso 6º- Bloco de partos, na esperança de se conseguir travar esse risco, uma vez que me encontrava ainda com 27 semanas e 6 dias. Passei o resto do dia e noite a ser vigiada, sendo que a equipa médica foi 5 estrelas mas a de enfermagem do turno da noite, nem por isso. Apenas uma das enfermeiras foi simpática para mim, num momento em que nós, mães, estamos aterrorizadas com o que pode vir a acontecer. Mas o risco passou, ou pelo menos diminuiu, e no dia 29 fui levada para o 4º piso- Saúde Materno-Fetal pela enfermeira Patrícia Figueiredo e a auxiliar Bernardete. Foi como se de repente tudo tivesse melhorado. O sorriso de ambas, a calma, a alegria que me transmitiram foi como se tivesse saído um peso de cima. O veredicto era forte. Aguardavam-me 6 semanas de internamento. Pelo menos e se tudo corresse bem, teria de ficar internada no 4º piso até perfazer 34 semanas. Altura em que poderia vir para casa. E por isso, aquele quarto, o último do lado direito, ia ser a minha casa por 6 semanas, 42 dias. Acontece a muitas mulheres terem de ficar naquele piso, por longos períodos de tempo. Acontece também, que a administração deste Hospital desvaloriza estas pessoas. E porquê? Porque na maioria das outras enfermarias, há televisões nos quartos. No 4º piso de saúde materno-fetal, não. É verdade que muitas mulheres passam ali, uma, duas noites. Mas outras e talvez até mais, estão lá semanas. E se quiserem ter uma distracção, uma forma de não estarem sempre a pensar no que lhes está a acontecer, no tempo que estão longe de suas casas, das suas coisas, dos maridos, companheiros, filhos, elas que arranjem essa distracção, porque o Hospital não o proporciona.
Fiquei internada até dia 9 de Outubro. Assisti a muita coisa. Fiquei a conhecer de perto a realidade hospitalar naquele piso. É um hospital público e tem pessoal fantástico. Outro, que nem por isso, mas em menor número. Ajudaram-me muito a passar este tempo de forma calma, bem-disposta e informada as seguintes enfermeiras: Patrícia Figueiredo, Filipa Medeiro, Gabriela Santos, Ana Ramos, Andreia Faro, Carla Sofia, Mafalda Garcia e Raquel, e as seguintes auxiliares: Helena Oliveira e Bernardete. Outras enfermeiras não entendem ou percebem sequer o que é estar ali tanto tempo naquelas 4 paredes, como ainda acham que as pessoas são desinformadas, para não dizer parvas, e ficam ofendidas quando questionadas por algum assunto, ou mesmo sobre alguns deveres das mesmas.
É importante, muito importante, a humanização do nosso pessoal hospitalar em Portugal. E é acima de tudo importante reconhecer o trabalho que estas pessoas fazem junto de pessoas doentes, fragilizadas e que precisam não só de apoio profissional, mas também emocional, que tanta diferença faz. Lamentavelmente, pelo que vi, esse reconhecimento não é dado a estas profissionais de saúde. Pelo que, aqui fica o meu reconhecimento e que muito agradecia que o fizessem chegar à Administração e aos chefes (médico e enfermeira) do piso em causa.
Quanto ao pessoal médico, o Dr. Nuno, transmite uma segurança, certeza e conhecimento que será, com toda a certeza, sobejamente conhecido junto da administração do Hospital. É por isso de certeza, que é o Director do piso e com todo o mérito. Há que contudo alertar para a falta de conhecimento de algumas das estagiárias médicas. É verdade que são estagiárias, estão a aprender, mas era importante aprenderem as informações correctas a prestar aquando de terem de passar uma baixa, para esta não vir devolvida duas vezes como a minha, ou acharem que só no fim do internamento é que se passam baixas (imagine-se se seria possível enviar esta informações 6 semanas depois para a segurança social ou entidade patronal) ou mesmo, irem ter com os doentes à cama, sem um papel, ou suporte de informação a passar ao doente, e dar só informações erradas e claro, de outras doentes. Isto não se passou apenas com uma médica, que foi a Dra. Luciana, que sempre foi com um papel com as informações correctas e nunca passou informações erradas.
Ainda outra questão pertinente e muito importante. A comida. Primeiro, porque quem está 6 semanas num hospital, ao fim da primeira semana, já conhece a ementa de trás para a frente e repete a mesma inúmeras vezes. Para além disso, a qualidade da mesma é deplorável. Inúmeras vezes assisti a doentes almoçarem ou jantarem pão com manteiga. Algumas grávidas de gémeos. Achará a administração, que isto é admissível? Fizemos reclamação, enquanto grupo de doentes internadas, junto da Enfermeira Chefe, Nutricionista e Responsável pela Comida da empresa contratada pela administração. Eu, diabética gestacional, muitas vezes recebi canja (com massa) e depois o prato com hidratos (sendo que ou comia um ou comia o outro), perdi a conta ao número de vezes que comi brócolos ou couves de bruxelas, que aparentemente são os únicos legumes nas refeições, entre outras tantas vezes que tive de comer uma pseudo carne picada, que continha mais farinha, e outros tantos elementos do que propriamente carne.
Essa reclamação teve efeitos. No dia seguinte recebemos uma caixa com salada para todas. O que é fantástico para quem está grávida e (maioria das pessoas) não é imune à toxoplasmose. Recebemos também algo idêntico a sushi, porque aquele peixe (que ninguém conseguiu perceber qual seria) estava mais cru que cozinhado.
Não é suposto, e é para isso que pagamos impostos para manter o regime público hospitalar aceitável, haver um maior e rigoroso controlo na alimentação dada aos doentes? É que se assim não for, corremos o risco de ir com um problema, e sair do hospital com outro. Todos sabemos o quanto a alimentação é importante nas grávidas. Para a saúde destas mas principalmente para a saúde e bem estar dos bebés.
Por último, gostaria de louvar quer a equipa que me ajudou no parto da minha filha, no dia 21 de outubro (turno da tarde) em que todos, sem excepção, foram 5 estrelas (mesmo uma médica que teimou comigo nas urgências que eu não estava com contrações porque não apareciam no CTG, mas que no bloco de partos, assim que viu a dilatação, acelerou o processo), até à equipa com quem estive 5 dias no piso 5. No geral, foram todas simpáticas, informativas e extremamente cuidadosas quer comigo quer com a minha filha. E aqui refiro-me quer a médicos, quer a enfermeiros. Neste piso, também os quartos não têm TV, mas o momento é tão absorvente, que de facto não se torna necessário.
Agradecia que este email chegasse a quem de direito, e que dele retirem as devidas ilações, sugestões e reclamações.

Cumprimentos,
Marta Ferreira Gomes
(a Marta é a minha irmã mais nova)

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Uma coisa boa

por Magda L Pais, em 12.02.14

 

 

 

 

Uma das coisas que tento fazer sempre que possível é mostrar, aos meus filhos, o lado bom e o lado mau da internet. Um dos lados bons é que eles não estariam cá se não fosse a internet, dado que eu e o meu marido nos conhecemos, há 15 anos, pela net{#emotions_dlg.sarcastic}

 

Voltando à parte séria, tento sempre mostrar-lhes que a internet é como um café gigante. Quando lá chegamos não vamos distribuir, pelos presentes, os nossos dados pessoais nem contar-lhes a nossa vida toda, pois não?. Na internet temos de ter o mesmo cuidado.

 

Por uma internet mais segura e melhor eu apoio esta causa (e todas as outras causas) do projecto Miudos Seguros na Net. E vocês?

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chuva, chuva e mais chuva

por Magda L Pais, em 11.02.14
e frio na próxima semana....

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