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85 quilos, 13 anos

por Magda L Pais, em 28.10.16

Ainda na sequência da minha ida ao programa da SIC - porque há imensas coisas a dizer sobre o mesmo tema e porque me recordei disto mais tarde, a propósito dum comentário da Júlia Pinheiro acerca do peso (ou seja, que se quer que todos tenhamos 50 quilos independentemente da altura) - venho falar precisamente nisso. Nas ideias pré concebidas que todos temos em relação ao peso.

Aposto convosco em que, quando leram o titulo deste post, o vosso primeiro pensamento foi: mais um adolescente obeso. E se eu vos disser que o dito pré-adolescente é um pau de virar tripas que, de frente parece que está de lado e de lado não vê? e que se podem contar as costelas todas e que o pediatra acha que ele deveria ter mais uns cinco quilitos?

Estamos formatados para achar que tudo o que seja acima de 60/70 quilos é obesidade. Inconscientemente não admitimos que 85 quilos possa ser considerado magreza. Só que 85 quilos podem indicar que a pessoa está magra. Neste caso é.

O meu filho tem 13 anos. Tem 85 quilos. É magro. Sai da normalidade porque tem 1.94m (e não 1.83m como eu disse no programa - estava nervosa e saiu esse disparate). Calça o 48.

Tal como eu, tem dificuldade em arranjar roupa. Não por ser gordinho mas por ser alto. Tal como eu, não cabe nos bancos do autocarro e, se viajar de avião, vai literalmente entalado no banco. Se precisar de fazer uma ressonância provavelmente não vai caber em determinadas máquinas por causa do comprimento. Tal como eu que não coube.

O meu filho, que é magro, tem os mesmos problemas que os obesos porque é alto. Demasiado alto para aquilo que a nossa sociedade considera normal. Como eu sou demasiado (?) gorda para o que a sociedade considera normal.

Somos todos iguais? não, não somos... O peso e a altura são factores discriminatórios. Mesmo que o sejam apenas por culpa da genética.

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Vamos alimentar uma biblioteca?

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2 comentários

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Andy Bloig a 28.10.2016

Como a Júlia de disse, existe muita preocupação com certos grupos porque criaram organizações (Lobbies) que vão pressionando para obterem resultados. Nos autocarros criaram bancos rebaixos, arranjaram mais espaço, para poderem transportar deficientes. Agora, já andam a protestar para que os comboios tenham de reduzir o tamanho dos bancos para permitir que uma scooter elétrica possa circular dentro das carruagens. No entanto, ninguém se preocupa com os mais "avantajados". Quer seja em largura quem seja em altura. O espaço entre os bancos dos transportes estão feitos para alguém até 1.65. Quem tiver mais que isso, vai com os joelhos encostados ao banco da frente. Se eu que só tenho 1.80 já me acontece, imagino a alguém com mais 15cm de altura. O mesmo se passa com alguns autocarros que na parte de trás, quem tem a minha altura vai à cabeçada aos suportes que estão no tecto. 


Nas máquinas, o problema tanto é o tamanho da máquina como o tamanho do consultório onde está a máquina. Como te contei, ao fazer uma ressonância numa clínica, fui devolvido para a ir fazer ao hospital, pois a cama era pequena e para chegar ao local onde era para ser feito o exame, eu não cabia lá, nem com posições estranhas para tentar ficar no sítio certo. E diga-se que a nível de altura estou abaixo da média de 1.81 que é referida como sendo a média dos homens portugueses. 
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Magda L Pais a 01.11.2016

lá está. Eu, que até sou a mais baixa da família, não caibo como deve ser nos bancos dos autocarros - tal como expliquei nas Queridas Manhãs. E isso não tem a ver com o facto de eu estar gorda. O meu filho tem um pé que dá para dormir em pé (calça o 47, quase 48) e tem problemas na escola porque não aceitam que não se arranjam sapatilhas para fazer ginástica no interior (só ténis e nem todas as marcas)

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