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Seita ou...

por Magda L Pais, em 07.12.16

A seita do arroz também lê. E celebra o Natal na sua vertente de união entre amigos. E assim foi aqui há duas semanas. Pegamos nos apêndices (leia-se maridos/namorado e a mana/filha adoptiva), nos carros respectivos e, na esperança também de ver umas ondas maiores que o normal, rumamos as três até à Nazaré para um almoço que meteu arroz (obviamente) gargalhadas e algumas prendas.

Sem combinarmos, todas personalizamos as prendas a oferecer. No meu caso optei por uma capa para livros, feita em cortiça mas com um detalhe. Aliás, com dois. Na frente diz Seita do Arroz e, na parte de traz, o nome da feliz contemplada.

Ficou bonito: 

Quando encomendei, disse especificamente o que pretendia que ficasse escrito e a pessoa que aceitou a encomenda percebeu bem. Seita do Arroz. 

A previsão era que estivesse tudo pronto na quarta feira antes do almoço para que eu tivesse tempo de ir as ir buscar a Lisboa. Achei estranho que, apesar disso, as capas só tivessem ficado prontas no domingo de manhã.

Então que aconteceu? bem, a pessoa que ia gravar os escritos não foi a mesma que aceitou a encomenda. E achou, vá-se lá perceber porquê, que a letra de quem tomou nota era mesmo muito má e que até tinha comido letras. Se bem achou, bem corrigiu (ou pelo menos achou que sim) e gravou o que achou que era. E portanto, na quarta feira, quando pegaram nas capas para embrulhar, o que estava escrito era:

Receitas de Arroz

(o que, confesso, tinha a sua piada).

O que vale é que tudo está bem quando acaba bem. E este caso acabou bem. Até me parece que as minhas meninas ficaram contentes (dizem as más linguas que até andavam a pensar comprar uma capa destas).

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Porque isto não são só blogs

por Magda L Pais, em 11.05.16

Há uns anos atrás nasceu um blog. Estava na blogspot e depois mudou-se para aqui. Esteve parado uns anos e, aqui há dois ou três anos atrás, qual fénix, renasceu das cinzas.

Em boa hora o fiz.

Porque os blogs têm gente dentro, gente de carne e osso (mais carne que osso no meu caso), nasceram aqui grandes amizades. E clubes. E seitas. E bandos. E revistas. O clube das pistogas, a seita do arroz, os pássaros do sul, a Inominável, o livro secreto, o blog Aprender uma coisa por dia…

Trocamos opiniões sobre livros e trocamos os livros. Combinamos leituras conjuntas e compramos ainda mais livros para lermos. Quando lemos um livro especial pensamos que ela ou ele vai gostar e mandamos logo um email a avisar.

Combinamos surpresas e lanches. A escola, as aulas, o cliente chato ou a chave que não abre a porta. Do emprego e da falta dele. Festejamos casamentos, gravidezes e nascimentos. Lamentamos a doença. Trocamos 987.654.321 emails por dia. Falamos do tempo, dos doces que gostamos e dos namoros dos filhos (mesmo quando eles só tem 18 meses…). Pensamos nos sentimentos das alfaces e dos caracóis. E cantamos. Por email.

Pensamos na operação do pai e na viagem da filha. Trocamos medos e receios e ajudamo-nos mutuamente a ultrapassa-los.

Partilhamos o que aprendemos. Juntam-se uns idiotas e fazem uma revista Inominável.

Distribuímos risos, galhofas, más-línguas e humor negro. Mas também confidencias e receitas. Entreajudamo-nos no que é preciso, mesmo que os prazos estejam a terminar e o tempo seja curto. No meio duma reunião temos uma palavra para dizer. Nem que seja de fugida. Preocupamo-nos quando nos dizem – a brincar – vou à PSP e, se ficar presa, levem-me livros. Não descansamos enquanto não percebemos se chegaram bem e se estão bem. De repente aquelas duas pessoas tornam-se as tuas pessoas e nem sabes bem como aconteceu, só sabes que é muito bom.

Combinamos idas à Feira do Livro para trazer um livro que vamos ler em conjunto. E sabemos a quem mandar a lista de livros antigos que alguém nos quer vender.

Pões a votação quem participa mais activamente no casório porque sabes que, quem quer que ganhe, ambas vão estar tão felizes por ti e que não importa mesmo nada quem ganhou a votação, o que interessa é estarmos as três juntas num dia tão importante (e vá, o noivo também é importante, deixemos que ele acredite que sim…).

Porque, afinal, isto não são só blogs. São gente. Com sentimentos, com alegrias e tristezas, com ideias e que vive para lá do virtual.

E é tão bom!

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Ainda a propósito do dia da Mulher

por Magda L Pais, em 09.03.16

A Sara é uma amiga daquelas que conhecemos por acaso e com quem descobrimos imensas afinidades. No nosso caso a afinidade começou pelos livros e tem-se espalhado, devagarinho e aos poucos, a outras coisas. E este é um lado tão bom, mas tão bom, de ter um blog. As amizades que nascem aqui (curioso que ainda ontem a Chic'Ana falava sobre as Amizades Virtuais) E eu considero-me, confesso, uma privilegiada. Tenho descoberto pessoas fantásticas, amigas presentes, pessoas fabulosas. A Sara é, sem dúvida, uma delas.

Ora a Sara tem um filho de cinco anos. E contou-me o que ele fez ontem, no dia da Mulher. Deixo-vos as palavras dela que contam, melhor do que eu, este momento ternurento. 

Ontem o meu filho aprendeu um pouco mais. Aprendeu que era o Dia da Mulher, as diferenças entre o tempo das nossas avós e os dias de hoje. E ficou zangado porque "se fosse dantes, a mãe não podia andar a passear com ele e com o pai, nem ir ao café e isso é muito injusto!". Não acha justo que as mulheres ficassem a trabalhar em casa.
Ontem, teve de fazer um desenho para uma mulher da vida dele. E fez. E não era para a mãe, ao contrário dos amiguinhos dele. Ele fez um desenho para a avó que, por acaso, foi comigo buscá-lo à escola. Mas quando lhe disse para lho entregar, ele olhou para mim como se eu tivesse dito a maior barbaridade do mundo e disse "Não é para esta avó! É para a avó Matilde!" A avó Matilde é a minha avó, sua bisavó, que, com 93 quase 94, já está acamada mas com a cabeça a funcionar muito bem. Que ele cumprimenta e acaricia, nem sempre recebendo algo em troca, nos dias em que ela se sente mais em baixo.
Fomos a casa dela, entregar-lhe o desenho. "Feliz dia da Mulher, avó! Este desenho é para ti porque és uma mulher da minha vida e já és velhinha e dantes não podias fazer as coisas que as mulheres agora podem fazer e tinhas de ficar sempre em casa a tomar conta dos filhos!" Ficámos sem palavras com a explicação dele... A minha avó deitou uma lágrima. De alegria por o bisneto se lembrar dela, por ser uma das suas mulheres, por toda a explicação que ele deu. "Meu amor, é preciso tão pouco para ser feliz", disse ela.

Como me disse a Sara, ainda há esperança!

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Um mar de pensamentos

por Magda L Pais, em 07.06.15

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Há amizades que nascem da partilha de ideias, dos gostos em comum ou da proximidade física. Nascem porque se encontram todos os dias, porque frequentam os mesmos sítios, ou porque alguém apresentou um ao outro.

E depois há outras, aquelas que nascem porque se discorda do gosto do outro apesar dum mar de pensamentos em comum. Que nascem apesar da distância física que nos separa e de nunca termos visto a cara do outro. Que não foram apresentados mas que se apresentaram eles próprios e que o único sitio que frequentam em comum é o bairro dos blogs do Sapo.

Foi assim que aconteceu. E foi assim que a M*, que hoje faz anos, se tornou numa amiga inseparável, com quem falo diariamente, várias vezes ao dia (parece que, num fim de semana, conseguimos trocar 295 emails...). Entre outros, partilhamos o gosto pelos livros e juntas, porque só juntas fazia sentido, resolvemos responder, por 45 dias, a perguntas sobre livros. Começamos no dia 1 de Maio e, desde esse dia, em 45 posts temos partilhado - entre nós e com quem nos lê - gostos e experiências sobre o mundo dos livros. Podem encontrar aqui as minhas respostas e aqui as respostas da M*.

Parabéns M* e que os teus 27 anos sejam sinonimo de encontrares os teus 27 desejos.

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Hoje é o dia #1

por Magda L Pais, em 06.06.15

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Sabem aquele dia em que a gulodice fala mais alto e vos apetece comer uma das melhores sobremesas do país?

 

Ou que vos apetece dar um beijo na bochecha duma grande amiga?

 

Ou que vos apetece passear de moliceiro pela ria?

 

pois... Hoje é o dia!

 

Aveiro, here we go!

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E agora? Sei lá...

por Magda L Pais, em 20.05.15

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Dizem por ai que o Natal é quando um homem quiser. E eu direi que o Follow Friday é quando eu quiser. E se eu quiser que seja hoje, pois que seja. Até porque hoje é dia 20 de Maio e esse dia é especial. E porque é que é especial, perguntam vocês. E eu vos direi que me apetece que seja.

Que querem, hoje acordei assim. Há dias para tudo e hoje é o dia que me apetece que seja especial.

E agora? Sei lá…

Podia ser uma forma de me descartar já e acabar aqui o texto mas não. É um convite. A que visitem a tasca da M.J. onde somos sempre bem recebidos. Se procuram a perfeição, lá não a vão encontrar. Ali, na tasca, respira-se, além do ar, honestidade, autenticidade, humor e ironia (nem sempre percebida pelos frequentadores, mas pronto). Tudo em doses bem servidas – afinal as tascas são conhecidas por servirem bem os seus clientes.

Conheci a M.J. porque a relação dela – e minha – estão por um fio. É que nem ela nem eu temos os nomes dos nossos jovens, no telemóvel, como Amor, Amorzinho, ou Coisinho. Somos mesmo más, temos os nomes próprios deles…

Agora vá, não percam mais tempo com isto, afinal não me apetece dizer mais nada. Vão lá visitar a M.J. e perceber como é tão bom frequentar aquela tasca. E os pastelinhos de bacalhau que ela serve são uma delícia.

 

(só uma notinha final para vos avisar que me reservo o direito de republicar este texto no próximo follow friday)

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Já agora, hoje a M.J. faz anos! aproveitem para lhe ir dar os Parabéns no blog dela.

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Razões para acordar

por Magda L Pais, em 10.03.15

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Hoje de manhã, no barco, e antes de pegar no sono livro, ouvi parte da conversa dos vizinhos do banco de trás. Dizia um dos rapazes, aparentemente deprimido, que, todos os dias, quando acordava, precisava de encontrar uma razão para abrir os olhos e se levantar.

Adormeci, Comecei a ler a pensar nisto. Ora que razões tenho eu, todos os dias, para me levantar cedo e andar o dia todo cheia de sono desperta?

Para já o trabalho. Porque gosto do faço e faço o que gosto e por isso é com gosto que venho trabalhar.

Depois os meus filhos, acordamos todos à mesma hora e por isso vê-los, todas as manhãs e falarmos, nem que seja de corrida, sabe pela vida.

As cadelas, sim as cadelas que, muitas vezes, são o meu segundo despertador. Saltam alegremente para cima de mim e lavam-me lambem-me a cara, não me deixando dormir.

O sol, os dias lindos de sol (mesmo que ainda não esteja muito calor) são uma das boas razões para sair da cama e de casa.

Os amigos e amigas que estão cá fora, na rua e não em casa. Aqueles com que troco emails o dia todo (os do clube do livro, por exemplo, não é Nathy, M* e Sofia? sendo que, neste caso, só trocamos emails por duas razões - por tudo e por nada).

Acho que, se pensar um bocadinho mais, tenho tantas, mas tantas razões para sair da cama todos os dias e nenhuma (excepto o ter sempre sono…) para lá ficar.

E vocês, o que vos leva a saírem da cama todos os dias? Vamos lá ajudar o rapaz (apesar de que há apenas uma ínfima possibilidade de, um dia, ele ler isto).

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Amizade

por Magda L Pais, em 06.03.15

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Acho que já disse aqui várias vezes que sou uma mãe muito babada dos seus rebentos. É tão bom ter filhos de quem nos orgulhamos. Hoje mostro-vos o texto que o Martim (11 anos) fez para entregar na escola sobre a amizade. Pode parecer simples mas resume tão bem, mas tão bem, aquilo que penso sobre a amizade.

 

Na minha opinião a amizade é quando uma pessoa e outra se conhecem e passam tempo juntos, após algum tempo conhecem-se melhor e ficam amigos, partilham certas coisas que não partilham com mais ninguém (a não ser com os melhores amigos).

Mas há também os melhores amigos, que são aqueles com quem partilhamos praticamente tudo, mesmo o que não contamos a mais ninguém.

Os melhores amigos por vezes são pessoas que conhecemos á muito tempo e que, às vezes, conhecemos online.

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