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Cinquentona

por Magda L Pais, em 26.11.19

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Há cinquenta anos, o homem pisou, pela primeira vez, a Lua. Aconteceu o Festival Woodstock e os Beatles deram o seu famoso concerto no telhado. Foi o ano em que o Concorde voou pela primeira vez e o da edição do livro "O Padrinho" de Mario Puzo. Estreava, na BBC, a icónica série Monty Python`s Flying Circus e Samuel Beckett ganha o Prémio Nobel da Literatura. Golda Meir foi eleita primeira ministra em Israel e foi colocado o primeiro coração artificial num ser humano.

Podia continuar a desfiar factos sobre o ano 1969 mas, o mais importante que aconteceu nesse ano foi a 26/11/1969, às 14h e qualquer coisa na Maternidade Laura Seixas no Barreiro. Nesse dia, entre a mãe que berrava que não queria que nascesse, a médica que dizia que a mãe devia ter pensado nisso 9 meses antes e a tia embevecida, nascia eu.

Faz hoje exactamente 50 anos. 18.262 dias. Ou, numa unidade mais pequena, 1.577.836.800 segundos.

Cinquenta anos...

Assisti à queda do muro de Berlim e o lançamento do primeiro Space Shuttle. Estava no Terreiro do Paço quando foi a manifestação dos "secos e molhados". Assisti à queda das Torres Gémeas e ao alastrar do terrorismo pelo mundo inteiro. Emocionei-me com o casamento da Lady Di e com a sua morte. Morreu o escudo e passamos a usar o Euro. Barack Obama foi o primeiro presidente negro dos Estados Unidos...

Lembro-me, quando era miúda, de achar que o tempo não passava. Que o ano 2000 seria o fim do mundo (ao dois mil chegarás e de lá não passarás). Que 50 anos era a idade a que os pais ou os avós chegavam e não eu.

Mas hoje é a minha vez. E o que gostava de ter os meus avós aqui, comigo, a celebrarem este dia comigo? Os avós e a tia, a que me viu nascer e com quem estive nos últimos momentos de vida...

E o que gostava que o meu pai não estivesse tão doente como está?

Mas a vida é mesmo assim, feita de presenças e ausências e nem todas são as que desejamos.

Os meus filhos serão sempre os meus filhos. Não são a minha única razão de viver nem sequer o meu objectivo de vida mas são o meu orgulho. Este ano - a primeira de muitas vezes - a gaiata não vai estar cá em casa a comemorar o aniversário comigo. Esteve no fim de semana mas dado o período de aulas, foi uma visita de médico.

Aos cinquenta anos aprendemos a ser mais pacientes. Ou pelo menos deveriamos sabê-lo. Confesso que tento ser mas nem sempre é possível. Tento só me irritar com as coisas que posso controlar. O que foge ao meu controle, foge também à minha irritação. Não acho que tenha razão em tudo. Sempre aceitei e assumi os meus erros mas continuam a irritar-me as pessoas que não o fazem (pronto, isto foge ao meu controlo mas deve ser a única coisa). Não tenho pressa de chegar a lado algum e só quero que me deixem fazer as coisas ao meu ritmo, que não me impeçam ou passem por cima.

18.262 dias... e não mudo uma palavra do que disse quando comemorei 16.436 dias

50 anos...com altos e menos altos. Porque não há momentos maus, o que há são momentos menos bons e que fazem com que possamos apreciar ainda melhor os bons momentos. Não sei se vou viver mais 50 anos mas posso dizer-vos que adorei cada minuto dos anos que já vivi e irei adorar todos os minutos dos anos que terei pela frente.

Parabéns para mim!

(e a partir de amanhã, todos os dias, a esta hora, responderei às 50 perguntas. Cada uma delas acompanhada de uma foto minha, em momentos diferentes deste meio século)

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Meio século

por Magda L Pais, em 03.11.19

Faltam exactamente 23 dias para comemorar meio século de existência. Já plantei algumas árvores (bem, na realidade as últimas foram plantadas pelo maridão mas como a casa é dos dois, se calhar também conta, não?). Já escrevi 3 livros e tive dois filhos de sangue (e tenho mais uns de coração). Tenho uns pássaros e uma seita de arroz. E resolvi comemorar os meus 50 anos aqui nos blogs de uma forma diferente (na realidade copiei da Fátima mas acredito que ela não se vai chatear com isso).

E que forma é essa?

Bem, é simples. Deixem ai nos comentários (ou doutra forma qualquer), perguntas que gostavam que eu respondesse. Gostava de juntar 50 perguntas cujas respostas serão publicadas - uma por dia - a partir do dia seguinte ao do meu aniversário.

Vamos lá?

 

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Maioridade

por Magda L Pais, em 02.05.19

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(há 3 anos)

Daqui a umas horas a minha gaiata, esta miúda gira da foto , fará 18 anos e, pela primeira vez, irá passar o dia de aniversário sem a presença dos pais

(lá nos conseguimos ver livres dela)

Não vos vou dizer que foram 18 anos maravilhosos, fantásticos e extraordinários. Ou se calhar, olhando em retrospectiva, foram mesmo...

Vou tentar que não seja um post longo mas acho que a minha Maggie merece uma homenagem por ter atingido a maioridade e por isso tenham lá paciência comigo.

A gaiata nasceu num dia de chuva depois duma gravidez onde me tornei amiga inseparável da sanita. No fim de semana a seguir a saber que estava grávida tive de ir a Sintra ao funeral do pai duma amiga. No caminho comecei com vómitos. Pensei - ah tão inocente que eu fui nesse dia - que era porque a viagem foi feita a seguir ao almoço. Na realidade os vómitos duraram até ao dia em que a miúda nasceu. E foi de tal modo que só engordei umas 200 gramas com a gravidez.

Não vos vou dizer que amei (como amo hoje) logo aquele ser pequenino e minúsculo (pouco mais de 3 kg e 48 cm). Acho que amor que sentimos pelos filhos é em crescendo, de dia para dia, cada vez maior. 

Da estadia na maternidade o que mais me recordo é que, no dia a seguir ao nascimento, logo que a minha mãe chegou, a primeira coisa que me disse foi:

então diz-me lá, quando é que voltas ao trabalho para eu ficar a tomar conta da minha neta?

(simpática, não foi?... eu acabadinha de ter a gaiata, ainda mal nem me tinha levantado da cama e já me estavam a empurrar para fora de casa)

A neta da minha mãe, a minha filha, foi um bebé extremamente calmo. Não gostava de dormir (ainda hoje não gosta!) e preferia ficar a olhar para o tecto, fosse de dia ou de noite. Ouvia o canal História para adormecer (na altura em que o canal História dava coisas de jeito). Não teve cólicas, não chorava em demasia e comia muito mas mesmo muito bem (ainda me lembro, quando começou a comer sopa que quase que tínhamos de lhe dar com duas colheres para ela não resmungar). 

Teve uma infância que eu acho que foi feliz (mas só ela poderá confirmar). Ou, pelo menos, tentamos ao máximo que assim fosse - quer para ela quer para o irmão. Apanhou uma ou outra palmada no rabo (antes que venham dai com a comissão de protecção de menores, o rabo estava protegido por uma fralda!) e cresceu de tal modo que deixou de ter percentil aos seis meses.

Desde sempre que foi uma miúda responsável (às vezes em excesso). Quando andava na quarta classe, pedia-me sempre que a acordasse antes de sair de casa para se poder despachar e preparar o pequeno almoço dela e do irmão antes do pai acordar e os ir levar à escola.

Até aos doze anos tudo correu sobre rodas. Nenhum drama em especial, nenhuma doença, e sempre alegre e bem disposta. E depois, explodiu uma bomba. Com a morte do nosso primeiro animal de estimação (o nosso coelho Friday), a Maggie entrou em depressão. Felizmente detectada a tempo - pais, por favor, estejam sempre atentos aos vossos filhos que a depressão chega sem avisar e, muitas vezes, sem que haja razões para isso - começou logo a ser acompanhada por um pedopsiquiatra. Senti, algumas vezes, que tinha falhado como mãe até que percebi que a minha filha precisava que eu respirasse fundo e a apoiasse. 

Não é fácil. Nada fácil, quer para nós, pais, quer para eles, os filhos. Os adolescentes que se encontram a braços com uma depressão (ou que têm tendências depressivas). A depressão é uma sombra que nos assombra para o resto da vida e, se há momentos melhores, há outros piores. Muitas vezes os vemos sem interesse no que se passa à volta, sem reagirem e, nós, pais, nem sempre sabemos como lidar com isso (e aqui faço o mea culpa - desculpa Maggie, tendo ser a melhor mãe possível mas sei que ainda falho e que há situações em que não consigo lidar contigo. Mas estou sempre a tentar melhorar e conto com a tua ajuda para isso).

Hoje, 18 anos depois, a minha filha está a viver o seu sonho. Vive, estuda e trabalha em Inglaterra. Ainda não é Londres - cidade onde ela pretende instalar-se daqui a uns anos, quando acabar a faculdade - mas é lá perto, em Leicester. Em menos duma semana arranjou emprego, na cozinha dum restaurante. Sai de lá estafada - cinco horas em pé não é pêra doce - mas está a ganhar o seu ordenado para poder pagar as despesas que faz. Está sempre preocupada em não nos pedir dinheiro porque (palavras dela) "já lhe demos muito". Não é miúda de sair à noite (prefere ficar em casa a jogar) e nem de dormir muito. Sempre que falta às aulas - e apesar da distancia a que estamos - avisa-me, assim como me avisa quando encomenda comida por estar doente ou simplesmente não lhe apetecer cozinhar (e pede-me para tirar da conta dela o dinheiro que gasta  como se nós o fossemos fazer).

Posso não ser a melhor mãe do mundo mas sou, certamente, a mais orgulhosa!

Parabéns filhota!

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(esta foto tem um mês, mais ou menos)

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21 de Março

por Magda L Pais, em 21.03.17

Hoje comemoram-se várias efemérides: em 1804 a França adoptou o código napoleónico, em 1960 ocorreu o massacre de Sharpeville na África do sul e em 1965 Martin Luther King Jr. liderou 3200 pessoas no início da terceira marcha pelos direitos civis de Selma até Montgomery, no Alabama.

21 de Março é também o 80.º dia do ano de 2017 e faltam apenas 285 para que 2017 dê lugar a 2018.

Costuma ser o dia em que começa a primavera (que este ano se adiantou), é o dia Internacional para a Eliminação da Discriminação Racial, dia da Síndrome de Down, da poesia, da floresta e da árvore e é também o Dia Mundial do Sono.

Mas isto tudo não interessa nada, mas mesmo nada. O que interessa é que dia 21 de Março é também dia de aniversário. Podia estar aqui a celebrar o aniversário de Johann Sebastian Bach que nasceu em 1685 mas acho que ele já não se interessa muito por estas coisas. Ou de Ayrton Senna que nasceu em 1960 mas desconfio que, entretido com as corridas como ele deve estar lá onde estiver, também não vai sentir a falta.

De todas estas efemérides e comemorações, só uma me interessa pessoalmente.

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Um terço da Seita do Arroz faz anos hoje e esta é minha forma desajeitada de lhe dar os parabéns e de lhe dizer (como se ela não soubesse) da importância que tem na minha vida. Na nossa, aliás, que me parece que o outro terço também concorda com isto.

Foi em Setembro que te conheci, Maria (ler isto com voz de Vítor Espadinha, com música de Recordar é Viver – sim, sou suficientemente velha para conhecer esta música). Não trazias nada nos olhos porque, na altura, eram só blogs. Um blog divertido, é verdade, mas com um defeito: não gostava (e não gosta, pronto nem vale a pena) de Sushi, ao contrário de mim que sou fã. E a destruir mitos urbanos. A blogger menos in do pedaço. E nada, na altura, faria prever que, uns meses mais tarde, mail para aqui, mail para ali, facebook a seguir, agora um café e, hoje, não passa um dia que não falemos as três.

Há coisas na vida que não se explicam, há coisas que estragam a contabilidade. Mas que, ao mesmo tempo, são tão mas tão boas que já nem nos lembramos como era antes. E a Seita é uma dessas coisas.

Pelo sorriso fácil, por não julgar o que somos, por gostar tanto de humor negro como eu, por estar sempre presente, ainda que longe, por saber ouvir e aconselhar, e por gostar de arroz (ainda que não no sushi), obrigado Maria por estares ai, por seres quem és e por seres um terço da melhor seita do universo, quiçá até do planeta e, de certezinha, da minha vida.

Outras razões haverá para a importância que tens para mim mas essas deixo-as na intimidade do nosso chat. Sabes quais são, eu sei quais são e a M.J. também sabe. Só nós três é que sabemos (ler com tom de Tony de Matos ou Tiago Bettercourt. O que preferirem, enfim) porque o nosso mundo começa, cá dentro da nossa seita.

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Oito anos depois...

por Magda L Pais, em 29.11.15

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Há exactamente oito anos, a esta hora, publicava, no Luso-poemas, o meu primeiro texto.

Em oito anos aconteceu muita coisa... imensa! Coisas que eu nem sonhava. Editei três livros - Vida na Internet, Episódios Geométricos e Viagens - tenho este blog e o blog dedicado exclusivamente a livros e leitura. Faço parte do Aprender Uma Coisa Nova por Dia e ainda sou uma das editoras responsáveis pela Revista Inominável.

Em oito anos ganhei amizades fantásticas. Umas ainda no Luso-poemas, outras no Escritartes (site onde também participei em tempos) e outras aqui no Bairro. A Seita do Arroz, o Clube das Pistosgas, e a Vanessa. Mas não só. A Miss F, que, apesar de não me conhecer em carne e osso (mais carne que osso, mas enfim) se preocupa em me perguntar se está tudo bem porque, por estar com mais trabalho, tenho publicado menos. A Just e a Cindy que já tive oportunidade de conhecer pessoalmente no Porto (e que bem que me soube conhece-las). A Nice, a BataeBatom, a Gaffe, a Azulmar, a Pavlova e a Joana que ainda não tive oportunidade de conhecer mas que são pessoas de quem gosto imenso. E a Alfacinha, uma idiota como eu, a Cláudia, a Miúda, a Rita, a Maria Sebastião, e a Ana Borges, são mais umas das amigas que encontrei aqui e que adorava um dia poder dar uma beijoca na bochecha. A Neurótika que anda a combinar um café comigo à imenso tempo mas que ainda não conseguimos conjugar agendas. PNLima e Bomboca, duas moças muito simpáticas que andam por aqui também e de quem eu gosto bastante.

É impossível agradecer a todos os que me tem ajudado a manter o blog, com os incentivos e com as palavras simpáticas.

E à nossa equipa do Sapo, pelo apoio, o esclarecimento de dúvidas e as ajudas que dão sempre que necessário. Tem tornado a estadia no Bairro ainda melhor.

Mas também perdi amigos, é verdade. Pseudo amigos que não souberam lidar com o facto de eu ter crescido na escrita e que não souberam lidar com as minhas escolhas. Enfim, tive pena mas a verdade é que os verdadeiros amigos, os que interessam, esses continuam por cá. Os outros que perdi concluo que não eram amigos.

Ainda no Luso e em 2008, fui escolhida para Luso do mês. Aqui no Bairro e em Fevereiro deste ano, foi o Meet the Blogger. Dois momentos onde dei a conhecer mais um bocadinho de mim.

Apesar duns tempos de interregno - uns anos mais exactamente - a verdade é que o balanço destes oito anos é tão positivo que não os trocava por nada. Espero cá continuar mais uns quantos e agradeço, do fundo do coração, a quem me acompanha neste caminho.

Obrigado!!!

 

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Mais 365 dias

por Magda L Pais, em 26.11.15

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Passaram-se 365 dias desde que comemorei 16.436 dias. Se os primeiros 16.436 dias foram fantásticos, estes últimos 365 dias foram-no ainda mais. 

Viagens, o meu terceiro livro foi um dos acontecimentos que marcou este último ano. Mas não foi o único. 

No último ano nasceu a Seita do Arroz e o Clube das Pistosgas. Sabem aquela sensação estranha de não sabermos que precisávamos de alguma coisa, que faltava qualquer coisa que nunca tivemos? É o que sinto com elas. Não fazia ideia que me faltavam estas meninas. Mas não são só elas. É raro o dia que eu e a Vanessa não passamos horas a falar. De tudo e mais um par de botas.

O blog cresceu e as amizades aqui no Bairro também mas não vou falar nisso... deixo para falar na próxima comemoração. Lembram-se que vos disse que esta semana era uma semana de comemorações? Então, domingo estaremos aqui de novo com uma pequena festa.

Foi um bom ano.

Há um ano atrás o marido estava com problemas no coração e não sabíamos o que viria a seguir. Veio a operação há 23 dias atrás e uma recuperação que não está a ser fácil mas que nos vai levar a bom porto. Ontem comemoramos 15 anos de casados. Esperemos que venham mais outros tantos e depois outros tantos a seguir. Pelo menos...

Os meus filhos serão sempre os meus filhos. Não são a minha única razão de viver nem sequer o meu objectivo de vida mas são o meu orgulho.

Férias... em Sesimbra, uma vila fabulosa que tem tanto para dar e que é tão mal aproveitada. Férias para descansar são em Sesimbra.

Os livros... é impossível falar sobre o meu último ano - ou melhor, é impossível falar sobre mim - sem falar nos meus livros. O meu sonho de ter uma biblioteca está a realizar-se aos poucos. Tive de mandar instalar mais estantes para ter espaço para todos. Ainda tenho muitos em espera mas aos poucos estou a reduzir esse número (a operação do marido, mais as consultas, os dias em casa ajudaram nessa tentativa). Confesso que também tenho evitado comprar mais. Não gosto de ter tantos à espera e por isso tenho feito esse esforço (não é um esforço fácil mas enfim, vai-se tentando).

No último ano e ainda no capitulo dos livros, tive umas experiencias fabulosas com o Clube das Pistosgas, a Azulmar, a Miss F, a Pavlova e a Joana. Leituras conjuntas. Uma forma engraçada de ler e de partilhar o que pensamos do livro. Adorei, é uma experiencia a repetir nos próximos 365 dias.

46 anos... é esta a idade que faço hoje. 46 anos com altos e menos altos. Porque não há momentos maus, o que há são momentos menos bons e que fazem com que possamos apreciar ainda melhor os bons momentos. Não sei se vou viver mais 46 anos mas posso dizer-vos que adorei cada minutos dos anos que já vivi e irei adorar todos os minutos dos anos que terei pela frente. 

Deixo-vos, por fim, o bolo que a Maria me ofereceu. Sirvam-se duma fatia. Está delicioso.

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Eu & as datas de aniversário

por Magda L Pais, em 06.08.15

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Dizia a Maria, aqui há uns meses, que atire a primeira pedra quem nunca passou o dia a pensar que tinha de dar os parabéns à pessoa X que faz anos. Só que nunca o chega a fazer.

Pois, eu não posso atirar pedra alguma porque sou ainda pior que ela. E tive a prova nas férias e hoje, mais uma vez.

Passo a explicar.

Tenho um telemóvel fantástico que me avisa dos aniversários todos. Ao meio dia do dia anterior do aniversário. Podia ser no próprio dia mas não. É na véspera. Já tentei alterar quando são dados os alertas mas desconfio que não o consegui por aselhice.

Adiante que isto não é o pior.

Pior mesmo é que recebo, por email, dois alertas de cada aniversário, por cortesia do Birthday Alarm. Um na véspera e outro no próprio dia. E recebo-os no email ao qual tenho acesso constante, o meu email particular.

Ora acreditaríamos que eu nunca me esqueceria dum aniversário, não é?

Pois… não é bem assim. Sou do pior que pode acontecer. E porquê? Porque apesar dos alertas todos, e que – não poucas vezes – me levam a avisar o resto da família e amigos, eu esqueço‑me à mesma.

A semana passada um dos meus tios fez anos. Na véspera falei com a minha tia e disse-lhe: amanhã não me posso esquecer de telefonar ao tio porque ele faz anos. Na manhã do dia de aniversário, ao telefone com a minha mãe e as minhas irmãs, falamos no assunto. Recebi os ditos emails. Obviamente que uma pessoa normal se iria lembrar. Eu não. Esqueci-me completamente. Valeu-me não fazer má figura porque me avisaram por sms, ás 23h, que ainda não tinha telefonado. Apeteceu-me, imenso, espancar-me!

E hoje… hoje o meu colega faz anos. Eu fui avisada! Por email – duas vezes – e pelo telemóvel (ontem). E quando ele começou a receber os telefonemas de parabéns, eu pensei: mas que raio, o aniversário não é hoje! Mas é!

Acho que me vou ali matar. Já volto…

(entretanto já lhe dei os parabéns!, valha-nos isso. E valha-me também que já trabalhamos juntos há 14 anos e ele sabe bem o que a casa gasta)

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Um mar de pensamentos

por Magda L Pais, em 07.06.15

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Há amizades que nascem da partilha de ideias, dos gostos em comum ou da proximidade física. Nascem porque se encontram todos os dias, porque frequentam os mesmos sítios, ou porque alguém apresentou um ao outro.

E depois há outras, aquelas que nascem porque se discorda do gosto do outro apesar dum mar de pensamentos em comum. Que nascem apesar da distância física que nos separa e de nunca termos visto a cara do outro. Que não foram apresentados mas que se apresentaram eles próprios e que o único sitio que frequentam em comum é o bairro dos blogs do Sapo.

Foi assim que aconteceu. E foi assim que a M*, que hoje faz anos, se tornou numa amiga inseparável, com quem falo diariamente, várias vezes ao dia (parece que, num fim de semana, conseguimos trocar 295 emails...). Entre outros, partilhamos o gosto pelos livros e juntas, porque só juntas fazia sentido, resolvemos responder, por 45 dias, a perguntas sobre livros. Começamos no dia 1 de Maio e, desde esse dia, em 45 posts temos partilhado - entre nós e com quem nos lê - gostos e experiências sobre o mundo dos livros. Podem encontrar aqui as minhas respostas e aqui as respostas da M*.

Parabéns M* e que os teus 27 anos sejam sinonimo de encontrares os teus 27 desejos.

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Bata & Batom & Birthday present!

por Magda L Pais, em 13.03.15

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Espero não ter chegado atrasada à festa...

Ora parece que a nossa querida Bata & Batom faz hoje anos e, naturalmente, teria de aqui estar, não só para lhe dar os parabéns mas também para lhe agradecer por ser quem é, pelos momentos muito bem dispostos que passo no blog dela e pela simpatia com que me recebe sempre.

E sim, isto é um complô mas nem sob tortura direi quem organizou...

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Eu & e os meus 16.436 dias

por Magda L Pais, em 26.11.14

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Nasci há exactamente 16.436 dias. Tal como hoje, era uma quarta-feira. Eram 14h30 duma quarta-feira e a minha mãe berrava como se não houvesse amanhã

(dizem as más línguas que a minha mãe, no meio dos gritos, pedia que eu não nascesse – ao que a médica lhe respondeu – devias ter pensado nisso à 9 meses atrás).

Nasci numa maternidade que já não existe, com uma médica fabulosa, chamada Laura Seixas. Mais tarde frequentei o Colégio Barreirense, que, curiosamente, era propriedade do pai da médica que me trouxe ao mundo e que era na mesma rua.

Ainda hoje me lembro do colégio onde andei até à 3ª classe e da professora que tive. A D Rogéria. Muito rígida, não admitia falhas mas era excelente a ensinar. Marcou-me pela positiva, afinal foi com ela que aprendi a ler e a escrever. Também me lembro do recreio, espaçoso, com sombras, árvores, amigos com quem brincar, vigilantes atenciosas e que não se importavam de brincar connosco … tudo o que precisamos para ser felizes quando somos pequenos. O meu avô, ou o meu pai, iam-me buscar ao colégio para poder almoçar em casa.

Quando tive de mudar para outra escola tive um desgosto que me marcou nos anos seguintes. Tudo estava, para mim, muito mal na nova escola. Fui para uns pavilhões pré-fabricados que, na altura, eram provisórios

(30 anos depois, a minha filha teve aulas na mesma escola… nos mesmos pavilhões que continuavam provisórios. Hoje ainda lá estão mas, finalmente, já só servem de armazém)

Nos anos que se seguiram, superei o desgosto, mas não a saudade. Mudei mais algumas vezes de escola. Nunca reprovei de ano, apesar de ter estado bem perto disso no 8º ano. Nunca fui uma aluna excelente. É curioso. Apesar de ter tido muitos professores diferentes a opinião deles sobre mim era sempre a mesma – demasiado faladora, muito inteligente, poderia ter melhores notas se estudasse.

Assim que pude, comecei a trabalhar no verão. Estar parada muito tempo não fazia (e ainda não faz) o meu género. Fiz muitas coisas nos verões da minha adolescência. Fui para a praia com as crianças duma creche, fiz inventário e vendi produtos de drogaria e materiais de construção civil, fiz contabilidade (foi aqui que ganhei o gosto pelo curso que tirei), numa papelaria, numa livraria, fui monitora num ATL de verão… foram diversos os trabalhos que fiz, todos com o gosto da descoberta e da aprendizagem. Todos eles foram úteis para me ajudarem a crescer profissionalmente.

Também entrei para os escuteiros. Um dia cheguei a casa e avisei a minha mãe que ia entrar para os escuteiros católicos e que ia ser baptizada. Não tinha sido baptizada em bebé porque os meus pais achavam que devia ser eu a decidir. Agradecerei sempre essa decisão, porque assim lembro-me bem da cerimónia do meu baptismo. Nos escuteiros aprendi, ainda mais, sobre a amizade, civismo, educação. Sai uns anos mais tarde, depois regressei e, por causa da vida profissional, acabei por ter de deixar de novo. Apesar de já não estar lá fisicamente, os princípios escutistas são também alguns dos meus princípios pessoais.

Foi também nos escuteiros que encontrei algumas amizades que, passados mais de 30 anos, se mantêm.

16.436 dias… já passaram pela minha vida vários amigos. Alguns que passaram pelos meus dias e que não ficaram, outros que passaram e foram ficando, outros que chegaram há pouco e valem tanto como os mais antigos. Uns que julgava perdidos e que reencontrei. Todos eles, sem excepção, deixaram alguma marca.

16.436 dias depois de eu ter nascido, a família aumentou consideravelmente. Irmãs, marido, filhos, sogros, tios, tias, primos, primas, cunhados, cunhadas, sobrinhos, sobrinhas… mas, infelizmente e naturalmente, também faleceram algumas pessoas. Os meus avós, os pais do meu tio, o meu sogro, um dos meus cunhados. De todos sinto saudades, mas acima de tudo, sinto muita falta do assobio do meu avô, quando nos queria chamar para comer aquelas torradas que todos adorávamos e da resmunguice constante da minha avó. As festas não são as mesmas sem eles.

Depois de acabar o liceu fui para o ISCAL. No final do primeiro ano do Instituto comecei a trabalhar. Depois duns primeiros meses em que não gostava do que fazia, tive a sorte de mudar para um serviço que adoro, que é um desafio permanente e onde, felizmente, tenho colegas com quem me dou bem. Um ambiente de trabalho fabuloso, o que ajuda bastante. Estou cá há 21 anos e continuo a gostar tanto como no primeiro dia.

Trabalhei e estudei ao mesmo tempo. Os dias eram passados no trabalho, o princípio da noite na faculdade. Demorei a acabar o curso mas acabei

(se calhar os professores tinham razão… teria bastado estudar para ser mais rápido. Ou, se calhar teria sido mais rápido, se não estivesse estado envolvida na associação de estudantes, na comissão de finalistas, no conselho pedagógico, no conselho consultivo e no conselho directivo do Instituto)

Apesar da demora (foram 11 anos para fazer 3), acabei na altura certa, rodeada dos amigos e conhecidos certos, e a prova disso é que continuamos amigos e conhecidos, passados que são 14 anos do fim do curso. Está agora a chegar a altura do jantar anual, momento em que nos reencontramos, matamos saudades e chegamos ao fim da noite com a certeza que no ano seguinte queremos estar juntos de novo.

16.436 dias depois de ter nascido, os livros continuam a tomar conta da minha vida. Ainda não concretizei o meu sonho, o de ter uma biblioteca, mas continuo a tentar. Vou guardando todos os livros que gosto e um dia lá chegarei.

Há 16.436 dias não sabia ler nem escrever

(bom, acho que só sabia mesmo chorar, dormir e comer, mas enfim)

16.436 dias depois leio

(não tanto como gostaria),

e escrevo

(ou vou escrevinhando aqui algumas coisas).

Dizem que um português deve ter filhos, plantar uma árvore e escrever um livro. Bom, eu tenho dois filhos que amo acima de tudo, plantei várias árvores e já editei dois livros. Uma vida completa e feliz.

Foram 16.436 dias de surpresas boas e más, de amores e desamores, de alegrias e tristezas, de desgostos, erros, medos, receios, sonhos… dias que valeram a pena. 16.436 dias depois de ter nascido, só me arrependo daquilo que não fiz. Tudo o resto - os erros, os desamores, os medos, os receios - todos valeram a pena para que chegasse ao dia de hoje sendo quem sou.

Venham de lá outros tantos, nas mesmas condições que eu serei feliz.

 (a foto é do bolo de aniversário que a minha irmã mais nova me ofereceu há dois anos e que, sem dúvida, é o bolo mais bonito que alguma vez tive)

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