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Tenho um defeito terrível. Quer dizer, na realidade provavelmente tenho imensos defeitos mas, para efeitos deste texto, basta que vos fale num único: a minha incapacidade para ver os blogs como estáticos, fechados, sem interacção entre quem escreve. E não, não estou a falar entre quem comenta e quem escreve. Estou mesmo a falar entre quem escreve. Porque, para mim, a máxima blogs com gente dentro faz todo o sentido.
Já lá vão uns anos valentes - nem sei ao certo quantos - que nasceu aquela que é, para mim, a seita mais importante do mundo, quiçá de Portugal. Sei que é assim para mim, mas também sei que é para elas. Entre risos e coisas sérias, livros e outras manias, nos bons e nos maus momentos, assim se passam os meus dias com a M.J. e a Maria.
Podem saber aqui a história que me uniu à Caracol, Mula, Fatia, Alexandra, Drama Queen, JustSmile, a Bruxinha e ao Coiso. Também nos bons e nos maus momentos, de dia e de noite, estamos ali uns para os outros. De vez em quando até construimos histórias novas e tudo
Mas esta interacção entre bloggers não é, para mim, suficiente.
Tem sido várias as ocasiões em que convido outros bloggers a acompanhar-me em alguns desafios. Lembro-me de alguns:
Estávamos no final de 2017 e a blogosfera incendiou-se. Os Blogs do Ano tinham sido ganhos pelos mesmos do costume, os famosos, deixando excelentes blogs de fora. Com tanta agitação, lembrei-me duma brincadeira caseira. E se os anónimos dessem a conhecer aqueles que, para si, eram os melhores? Escrevi o post em dez minutos e a resposta da blogosfera foi simplesmente avassaladora. Tinham nascido Os Sapos do Ano. Em 2018 voltaram à blogosfera, agora com um blog e um email próprio, um aumento de 100% na equipa, com a entrada do David mas mantendo sempre a mesma independência e principio de funcionamento: famosos não entram. No dia 1 de Setembro começa a primeira fase dos Sapos do Ano 2019, com as regras mais explícitas.
De vez em quando lá se vêm os concursos de escrita criativa, os cursos, as formações, workshops etc e tal. E, nós, os Pássaros, a vê-los passar. Um dia comentei no grupo, no meio de outras duzentas mil mensagens. Ora ai está uma coisa que devia ser gira e que me ia obrigar a escrever mais. Porque é que não definimos um tema por semana, combinamos o dia e publicamos um post sobre isso? A coisa foi passando, e esta semana voltamos ao tema, com ideias a borbulhar. E se desafiássemos outros bloggers? E se tivéssemos mesmo um blog e um email para o desafio? Problemas, só problemas, dizia uma. Então e os temas? E as inscrições? Problemas, só problemas. E avaliamos? Ou só há participações? E as regras, as regras? Problemas, só problemas.
E então nasceu O desafio de Escrita dos Pássaros. Nasceu o blog e o email. Nasceram as regras e a página de facebook. Problemas, só problemas? Ou então não. Porque a ideia é que todos se divirtam e que ninguém participe por obrigação. Portanto, toca a inscrever-te em mais esta ideia idiota.
Porque isto sim são blogs com gente dentro.
May we meet again
Fomos dar um passeio no fim de semana. Pelo meio fomos a um café que tinha crepes. Sou fã de crepes, aqueles simples, apenas com açúcar e canela. E foi exactamente isso que pedi. Um crepe com açúcar e canela.
O rapaz que estava a atender olhou para mim com um ar muito espantado, como se eu tivesse acabado de pedir uma fatia da Lua ou um anel de Saturno, olhou para a registadora, pegou na ementa e disse-me:
Crepes só com chantilly e gelado ou então com nutella.
Olhei em volta... vi ali ao lado o açúcar e a canela prontinhos para temperar um pastel de nata e pensei... Nã, não me vou dar ao trabalho. Amanhã faço em casa e pronto.
Faz-me confusão esta falta de ginástica mental. Esta incapacidade de olhar à volta, de só se ver o que se tem em frente. Faz-me espécie que se siga um guião, que não se pense.
Sim, era só um crepe. Mas como não estava na ementa nem na registadora, o rapaz não percebeu que tinha ali todos os ingredientes para atender a cliente. Era só um crepe mas podia ser uma pergunta diferente, uma situação anómala para a qual não há uma regra escrita.
Era só um crepe... mas - a menos que sejamos uma máquina - vamos ter, ao longo de toda a nossa vida situações anómalas, sem regras, onde precisamos de juntar os pontos, descobrir uma solução para depois seguir em frente, sem esperar que outros nos digam o que fazer. Afinal, a vida é nossa e as decisões também devem ser nossas.
Só assim se vive e não se sobrevive.
May we meet again
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