por Magda L Pais, em 29.01.09
Foto de Paula Grenside
Se eu te visse
Agora à beira deste rio
A meu lado
(Ou quase)
Dir-te-ia coisas que não existem
Mas fazem sentido
Só
(E unicamente)
Quando eu te sinto
Como não te vejo
Nem vi, hoje
(Apenas ontem e antes do ontem)
Faço que me falas
Um diálogo de amor
(Ah! Sem que tu saibas)
É triste falar de amor sem saber
Mais triste ainda ignorar uma palavra
Tão doce, só por prazer!
Quando te olho
Sei que te ris
Não da minha ingenuidade
Mas de toda a grandiosidade desta ironia predestinada
Então, é a minha vez
Mas eu não me rio
Continuas tu, sorrindo
Eu limito-me a sentir
O peso de uma sentinela robusta, negra e opaca!
Se eu te tivesse visto
À minha frente
À beira rio
Dir-te-ia o que sempre te disse
("Olá, como está?")
E permaneceríamos assim
Eternos
(E ridiculamente desfeitos)
Enquanto a Lua nascia
E o rio corria
Silencioso
Morrendo calmamente
(Tristemente)
Talvez então te dissesse
(Não, sussurrava-to ao ouvido)
As coisas que só existem quando eu te sinto
Sininho