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A culpa é das estrelas

por Magda L Pais, em 04.01.15

ACulpaDasEstrelas.jpg

 

A Culpa é das Estrelas de John Green
Editado em 2012 pelas Edições Asa
ISBN: 9789892320946
 
Sinopse
Apesar do milagre da medicina que fez diminuir o tumor que a atacara há alguns anos, Hazel nunca tinha conhecido outra situação que não a de doente terminal, sendo o capítulo final da sua vida parte integrante do seu diagnóstico. Mas com a chegada repentina ao Grupo de Apoio dos Miúdos com Cancro de uma atraente reviravolta de seu nome Augustus Waters, a história de Hazel vê-se agora prestes a ser completamente reescrita.
PERSPICAZ, ARROJADO, IRREVERENTE E CRU, A Culpa é das Estrelas é a obra mais ambiciosa e comovente que o premiado autor John Green nos apresentou até hoje, explorando de maneira brilhante a aventura divertida, empolgante e trágica que é estar-se vivo e apaixonado.
 
A minha opinião
Editado em 2012, foi em 2014 que este livro alcançou o sucesso, culpa, em boa parte, do filme. Foi o primeiro livro que li deste autor e confesso que, não sendo o melhor livro de sempre nem sequer o melhor livro do autor (pelo menos para mim), até gostei. Aliás, por causa deste livro acabei por ler quase todos os livros de John Green (falta-me apenas o Wiil & Will que está ali na prateleira dos livros a ler).
Hazel é uma adolescente que, aos 13 anos, descobre que tem cancro na tiróide e nos pulmões e, que, aos 16 está na fase terminal da doença. No entanto, e apesar de andar sempre acompanhada duma botija de oxigénio, Hazel quer apenas ser normal - ir à escola, ter amigos, em suma, uma vida para além do cancro. Os pais apoiam Hazel nesta decisão mas insistem que ela deve participar em reuniões de um grupo de apoio a jovens com cancro - afinal Hazel, queira ou não, tem um cancro e, no entender dos pais, poderá ter necessidade de apoio especializado para aprender a viver com isso. A contra gosto mas para fazer a vontade aos pais, Hazel aceita. E é numa dessas reuniões que Hazel conhece Augustus Waters, um jovem bonito, irreverente, divertido e que perdeu uma perna por causa dum cancro nos ossos. Apesar das diferenças de personalidade, aos poucos a amizade deles vai crescendo, até se tornar em amor. Juntos acabam por descobrir que, afinal, sempre são dois adolescentes normais, apesar das doenças terminais que os afectam. Só que, infelizmente, o cancro não se compadece deste amor.
Não é um livro de leitura fácil, principalmente para alguém que, como eu, vive as personagens. E, neste livro, identifiquei-me muito com a mãe de Hazel - imaginei, vezes sem conta, como seria ter uma filha com uma doença terminal, o que me dificultou a leitura. Calculo que, para quem tenha tido um tumor ou um cancro, seja ainda mais complicado. Mas, ainda assim, e ao contrário do que se possa esperar pelo tema abordado, este livro é tudo menos lamechas. Antes pelo contrário, Hazel e Augustus mostram-nos que, apesar de tudo, é preciso sorrir e relevar muita coisa. Ambos, apesar de doentes terminais, brincam, sorriem, apaixonam-se. A vida, afinal, é para ser vivida até ao último instante e nada, mas mesmo nada, se pode perder - esta é a grande lição do livro e talvez a causa do seu grande sucesso.
 
(este livro foi lido em meados do ano mas só hoje publico a minha opinião a pedido da Bomboca de Morango)

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40 comentários

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B♥ a 04.01.2015


Li o livro no verão e pensei que no final quem acabaria por morrer seria a Hazel.
Custou-me um bocado a ler, porque apesar de não ter filhos, tive familiares que partiram com cancro e ainda novos. 
Confesso que passava aquelas partes à frente em que falavam num livro qualquer, que depois até foram em busca do autor do mesmo.
Contudo, gostei da forma de como se apaixonaram e como o amor deles se desenvolveu. 
Obrigada pelo post!
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Magda L Pais a 04.01.2015

quando comecei a ler não sabia que alguém ia morrer. Não fazia mesmo a menor ideia sobre o livro. Quando percebi que ambos tinham cancro achei que o livro acabaria quando o namoro começasse. Nunca pensei que um morresse....
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B♥ a 06.01.2015

Usualmente nesse tipo de filmes e de histórias o doente morre sempre, pelo menos dos que li/ vi até agora. Tal como na realidade. 
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Magda L Pais a 06.01.2015

é verdade sim. Tens razão. 
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Nathy ღ a 04.01.2015

Pessoalmente não consegui apreciar a leitura do livro, pois vi o filme antes de ler o livro. Um erro. O filme é uma fotocopia do livro. Está tão bem conseguido que faltou-me o efeito surpresa ao ler o livro. Parecia que estava a ler o livro pela 2x. Apesar disso li o livro em 2 dias, considero que é de fácil leitura...
No entanto, quero ler os livros do JG...
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Magda L Pais a 04.01.2015

já eu ainda não vi o filme... devo ser uma ave rara.. eehehe
os livros dele leem-se muito bem, são de leitura fácil e bem dispostos
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Sara a 04.01.2015

Não posso mentir achei este livro a segunda maior bodega de 2014...Não consigo perceber o fenómeno que o envolve, pois tirando uns quantos parágrafos mais nada se aproveita...Mas pronto eu tenho tendência para ser do contra :)

 

 

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Magda L Pais a 04.01.2015

já pensaste o que seria do amarelo se todos gostassem do azul? não acho que sejas do contra, não gostaste e pronto. e gostos são gostos :D
não posso dizer que seja o melhor livro de sempre. Mas também não acho que seja uma bodega. Está ali, algures pelo meio.
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Sara a 04.01.2015

Talvez se fosse apenas mais um livro YA até tivesse gostado, mas com todo o fenómeno que se gerou à sua volta era de esperar uma coisa melhor, mas enfim são modas...Também já li outros do autor e achei o mesmo, talvez as cidades de papel, se tirarmos as 786 metáforas e as 125 referências culturais que os miúdos não vão perceber, seja o que tem a premissa mais interessante...Claro que é apenas a minha opinião, lá está. 

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Magda L Pais a 04.01.2015

O Cidades de Papel é, sem dúvida, o meu favorito deste autor. Mas olha que muitos jovens percebem as metáforas e as referências desse livro. Nem todos, é verdade, mas muitos percebem.
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Sara a 04.01.2015

Não estou a dizer que não percebem as metáforas, mal seria se assim não fosse...Em relações às referências tenho mais dúvidas: qual a % de jovens que ouve ou conhece John Coltrane? Pessoalmente acho que o autor faz um uso excessivo desses recursos, como se estive a tentar desesperadamente ser levado a sério...É uma dos motivos porque não gosto. As cidades de papel tem uma premissa on the road interessante...

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Magda L Pais a 05.01.2015

Na minha opinião não me parece que o autor se precise de esforçar para ser levado a sério. Afinal, mal ou bem, é, neste momento, um dos autores que mais vende. A questão das referências é subjetiva. Se pedires a um miúdo americano que leia um livro escrito por um português e que se passe em Portugal, se calhar boa parte das referências não são percebidas porque não é a cultura dele. Gosto imenso dum autor russo e leio imensas coisas dele. Mas há muitas referências que não percebo porque não vivo na Sibéria ou Rússia. Mas isso não lhe retira valor nem faz com que pareça que ele se está a esforçar
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Sara a 05.01.2015

Não me estava a referir a referências culturais como explicar o que é um pastel de nata. Se perguntar a um adolescente suíço, português ou americano o que é o on the road, Coltrane, blues, cinema mudo é pouco provável que elas saibam responder, provavelmente ao contrário dos pais. Em relação ao esforçar, não digo que está, se estiver não será certamente para o público jovem, mas cada vez que leio é a sensação com que fico: olhem para mim a filosofar sobre a vida a partir de um prato de ovos mexidos, além de que os adolescentes reais dificilmente fariam tal coisa...Fora isso ele é muito fofinho. Infelizmente vender muito e ter qualidade são duas coisas que não costumam andar a par. Claro que não há mal em meter metáforas no texto ou uma referência externa, mas tudo o que é demais...Li as estrelas, as cidades de papel e abundância das Catarinas.

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Magda L Pais a 06.01.2015

Sara

Uma das coisas que aprendi com a idade – e acredito que lá chegaras também – é que há mais razões para além da minha. E o facto de eu não gostar de uma coisa não lhe retira valor, desde que alguém o dê. Do teu discurso retira-se que não gostas do Green por diversas razões – e eu aceito-as. Acho estranho, terás de o aceitar, que, não gostando tu dele ou pelo menos não achando nele qualidades, já tenhas lido três livros dele. Eu, quando não gosto dum escritor, não leio mais nada dele. Mas cada um é como cada qual.

Sabes, podes não reconhecer qualidades na escrita deste autor – no teu entender, qualidade e vender muito não costumam andar a par (e volto a frisar que esta é a tua opinião, apesar de não o expressares assim). Mas deixa-me dizer-te o seguinte. Se mais nenhum valor eu reconhecesse a Jonh Green, teria de lhe reconhecer que meteu muitos jovens adolescentes a ler. A minha filha não serve de exemplo – ela lê tanto ou mais que eu, quando estava na quarta classe já ela tinha lido Tolkien – mas alguns dos amigos e amigas dela, que nunca tinham lido na vida, leram este livro. E depois deste livro aventuraram-se noutros – deste autor e de outros – porque descobriram o prazer da leitura. E isto vale por todas as referências (seja de espécie for) ou metáforas que o autor use e que não sejam percetíveis a todos.

Deixa-me ainda dizer-te – e para encerrar esta conversa – que muitos adolescentes – eu conheço alguns, gosto que a minha filha leve os amigos e amigas para a nossa casa e conversamos todos – leem como deve ser. Como eu ensinei à minha filha. É que não há mal nenhum em não perceber o que está escrito. Quando isso acontece perguntamos a quem saiba ou procuramos encontrar a resposta. E alguns pensam e filosofam sobre vários assuntos, apesar de nem sempre o mostrarem por vergonha dos outros. 

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Sara a 06.01.2015

Nunca pretendi, aliás não seria possível ter um blog com comentários abertos se assim não fosse, que a minha opinião fosse a única...É apenas um ponto de vista que pode ser contestado. Nunca nem mesmo quando escrevo lá no estaminé pretendo ser a dona da razão, já deixei isso bem patente... Não estou a retirar mérito estou a simplesmente a justificar porque não gostei (do livro não dele, que não o conheço), nem todos os estilos de escrita encaixam...Há pessoal que não curte Saramago, eu gosto, troca-se opiniões e fica-se na paz que dizem que vida são dois dias :)

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nice a 04.01.2015

Eu conheci o John Green pelo youtube. Os vídeos dele com o irmão são espectaculares.  Apesar de achar mais piada ao irmão dele, o Hank Green, também li esse livro. Foi o único dele que li, porque sabia que iam fazer o filme e como sabes, eu adoro cinema. Adorei o livro (na segunda página já estava a chorar) e gostei muito do filme. Mesmo que o livro fosse uma porcaria, eu ia sempre apoiar o John Green, porque ele é mesmo boa pessoa. É genuíno e bondoso. Não há muita gente assim. Ele merece todo o sucesso que tem. Este ano vou ler o Paper Towns (eu leio tudo em original), porque vai sair o filme em breve. Espero que seja outro sucesso como esse.
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Magda L Pais a 04.01.2015

para mim o livro Cidades de Papel (já falei dele aqui no blog), é o melhor de todos os livros que li do John Green. Por isso acho que vais gostar.
Olha, ninguém diria que gostas de cinema. é mais ou menos como eu com os livros. Também é uma paixão secreta que ninguém sabe :p
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nice a 04.01.2015

É o próximo que vou ler. Eu vi que já falaste dele, mas não li o post, porque quero ler o livro e ficar surpreendida. Quando acabar, venho cá ler a tua opinião. Agora estou a ler o Love Letters to the Dead da Ava Dellaira. Acho que ainda não chegou a Portugal, mas estou a gostar muito. Apesar de amar o cinema, também gosto muito de ler e tenho sempre um livro "na cabeceira".
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Magda L Pais a 04.01.2015

e fazes bem em ler :D é do melhor, confesso. O cinema também é bom mas eu prefiro os livros
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Cherry a 04.01.2015

Li o livro o ano passado e , pessoalmente, adorei (apesar de também não ter sido o melhor livro que já li). Mas também gostei muito do "À procura de Alaska".
Beijinhos,
Cherry
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Magda L Pais a 04.01.2015


Não gostei muito do à procura de Alaska. Cidades de Papel ou o Teorema Katherine são bastante melhores, eu acho
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Just_Smile a 04.01.2015

Por acaso tenho um bocadinho da tua opinião, foi por este livro que li quase todos do Jonh Green e este nem sequer se tornou no meu favorito :p
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Magda L Pais a 04.01.2015


ehehehhe sim, este foi o primeiro mas não o melhor :D
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Just_Smile a 04.01.2015

Precisamente, o que mais gostei foi 'À procura de Alaska', mas agora ao pensar questiono-me se não terá sido 'Cidades de Papel' :)
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Magda L Pais a 04.01.2015

eu não tenho dúvidas :D até agora, sem dúvida, que o Cidades de Papel é o melhor para mim.
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Magda L Pais a 04.01.2015

Image
ehehehehheh cortada ao meio? :p
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Just_Smile a 04.01.2015

Talvez :P Um dia pode ser que encontre a resposta :P
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Magda L Pais a 05.01.2015

é uma questão de dormires sobre o assunto Image
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Vanessa a 05.01.2015

Não li o livro, mas gostava muito! Vi o filme, chorei desalmadamente, como nunca chorei na minha vida por causa de um filme. Foi mesmo uma coisa que com alguém por perto tinha sido uma vergonha. Mas também não é fácil ver um filme sobre cancro, com casos próximos! Só que quem me manda a mim ver um filme sem ler a sinopse? Enfim.
Achei que era uma história excelente e ler o livro era a minha cerejinha em cima do bolo
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Magda L Pais a 05.01.2015

eu ainda não vi o filme precisamente por causa disso ;D Ao que parece, segundo a Nathy, o filme é cópia integral do livro.
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Vanessa a 06.01.2015

Sei que quando li o Melodia do Adeus e depois fui ver o filme, passei o tempo todo a reparar que faltavam coisas e cheguei ao fim do filme farta de o ver. Com este não sei se é ou não a mesma coisa, por isso queria lê-lo
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Magda L Pais a 06.01.2015

ler um livro e depois ver um filme é, por norma, sinonimo de encontrarmos imensas faltas. São raros os casos em que os livros e os filmes estão em sintonia
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Vanessa a 07.01.2015

Já experimentei a versão contrária e sinto-me muito melhor. Nunca procura falha nenhuma, antes pelo contrário, adiciono coisas à história
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Cris a 05.01.2015

Vá, eu é que sou a ave rara aqui, já que não vi o filme nem nunca li um único livro do autor...
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Magda L Pais a 05.01.2015


ahahahaha pronto, ganhaste :p
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Acho que é uma belíssima recomendação para começar o ano a ler uma boa obra. Gostei da crítica :)


http://ummarderecordacoes.blogs.sapo.pt/
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Sofia Margarida a 06.01.2015

Apesar de toda a fama que teve o filme/livro... há algo que eu adorei neste ensinamento do Green. Quem está doente não é nenhum coitadinho, foi deixar de pintar com flores e drama este dilema... Foi dar um ar de força, de não deixar a doença consumir a mente dos que a enfrentam e acompanham... Gostei do livro :D e bati o record de ler um livro durante o fim-de-semana :D ahahah
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Magda L Pais a 06.01.2015

nem mais! com este livro acabamos por perceber que, quem tem uma doença grave, quer viver normalmente como quem não tem - assim quem está ao redor deixe

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