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Os vestígios mais antigos da sua utilização remontam a 2800 a.c., o que prova que a limpeza é uma das preocupações antigas do Homem (ou, pelo menos, duma boa parte deles, já que alguns(as), em pleno século XXI, têm alguma aversão à limpeza). Falo-vos, é claro, do sabão.
Apesar de, como vos disse, só haver indícios da sua utilização em 2800 a.c., tudo indica que o sabão tenha sido descoberto ainda em tempos pré-históricos. Os primeiros povos que cozinhavam a sua carne no fogo teriam notado que, depois de chuvas fortes, o aparecimento de uma espuma à volta dos resíduos do fogo. Também devem ter notado que a água, quando colocada em recipientes já usados para cozinhar carne, e por isso com cinzas (o que seria comum, uma vez que a confecção dos alimentos decorria ao ar livre), transformava-se no mesmo tipo de substância espumante. As mulheres, que se dedicavam provavelmente a estes trabalhos, talvez tivessem também reparado que os recipientes ficavam mais limpos ou pelo menos que as suas mãos ficavam mais limpas do que era habitual, quando lavadas com esta água.
Nos famosos banhos de Cleópatra, no antigo Egipto, não era usado sabão. Este estava reservado para o tratamento de feridas e doenças de pele, sendo descrito como uma combinação de óleos animais e vegetais com sais alcalinos.
De acordo com uma antiga lenda romana, o sabão tem a sua origem no Monte Sapo, onde eram realizados sacrifícios de animais em pilhas crematórias. Quando chovia, a água arrastava uma mistura de sebo animal derretido com cinzas, para o barro das margens do Rio Tibre, onde as mulheres lavavam as suas roupas. Elas terão percebido que, ao usar esta mistura de barro, as roupas ficavam muito mais limpas, com um esforço muito menor. Talvez o termo "saponificação" (a reacção química que origina o sabão) terá a sua origem no nome deste monte.
Nos últimos séculos do Império Romano, o sabão começa a ser recomendado pelos médicos, como benéfico para a pele. Desta forma, a sua utilização no banho generalizou-se, principalmente nas cidades mais importantes. Por exemplo, nas ruínas de Pompeia foi encontrada uma fábrica de sabão, onde eram produzidas barras deste material.
As primeiras saboarias na Europa criam-se a partir do século X, na península Ibérica e Itália (Nápoles, Savona, Génova, Bolonha, Veneza), e posteriormente, em meados do século X, em Marselha. Várias grandes manufacturas de sabão foram estabelecidas em Marselha, em Gênova e em Lisboa
Apesar da imagem de higiene associada à Idade Média ser completamente diferente da de hoje, a verdade é que o banho era um hábito nesta altura e só mais tarde é que caiu em desuso por causa das epidemias (os banhos públicos foram fechados). No Renascimento, a ideia de manter o corpo limpo foi abandonada e os "banhos com água e sabão" foram substituídos por "banhos com fortes perfumes e essências". Contudo, apesar do banho não ser um hábito popular durante os séculos XVII e XVIII, o sabão permaneceu como um artigo valioso e útil para a lavagem da roupa.
Só no final do século XVIII, o banho - com água e sabão - voltou a estar na moda, como tratamento médico e fortificante. Mas foi preciso chegar ao século XIX para que esse mesmo banho passasse a ser visto como uma prática saudável por milhões de pessoas (algumas ainda hoje não tem esta opinião...)
O ancestral “pai e mãe” de todos os sabões históricos é o sabão de Alepo feito com azeite e óleo de bagas de louro. Até o advento da Revolução Industrial, a produção de sabão mantinha-se em pequena escala. Andrew Pears iniciou a produção de sabão transparente em 1789, em Londres. William Gossage produzia sabão a partir dos anos 1850. Robert Spear Hudson passou a produzir um tipo de sabão em pó em 1837, socando o sabão com pilão. William Hesketh Lever e seu irmão James compraram uma pequena fábrica de sabão em Warrington (Inglaterra), em 1885, fundando o que ainda é hoje um dos maiores negócios de sabão do mundo, a Unilever. Em 1806 William Colgate abriu a primeira grande fábrica de sabão nos EUA, chamada Colgate & Company.
Actualmente, a maioria de produtos que existem no mercado não são verdadeiros sabões, mas sim detergentes criados a partir de materiais derivados do petróleo. Outros tipo de sabões contêm ingredientes encontrados na natureza, mas que são radicalmente transformados por processos industriais complexos. O sabão daqui resultante tem poucas semelhanças com o sabão fabricado através dos tempos.
Aqui pode encontrar a forma de fazer sabão em casa.
(adaptado de vários sites)
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