Saltar para: Post [1], Comentários [2], Pesquisa e Arquivos [3]


lavar-roupa--banho-de-bar--de-sabao--limpa_3302283

 

Os vestígios mais antigos da sua utilização remontam a 2800 a.c., o que prova que a limpeza é uma das preocupações antigas do Homem (ou, pelo menos, duma boa parte deles, já que alguns(as), em pleno século XXI, têm alguma aversão à limpeza). Falo-vos, é claro, do sabão.

Apesar de, como vos disse, só haver indícios da sua utilização em 2800 a.c., tudo indica que o sabão tenha sido descoberto ainda em tempos pré-históricos. Os primeiros povos que cozinhavam a sua carne no fogo teriam notado que, depois de chuvas fortes, o aparecimento de uma espuma à volta dos resíduos do fogo. Também devem ter notado que a água, quando colocada em recipientes já usados para cozinhar carne, e por isso com cinzas (o que seria comum, uma vez que a confecção dos alimentos decorria ao ar livre), transformava-se no mesmo tipo de substância espumante. As mulheres, que se dedicavam provavelmente a estes trabalhos, talvez tivessem também reparado que os recipientes ficavam mais limpos ou pelo menos que as suas mãos ficavam mais limpas do que era habitual, quando lavadas com esta água.

Nos famosos banhos de Cleópatra, no antigo Egipto, não era usado sabão. Este estava reservado para o tratamento de feridas e doenças de pele, sendo descrito como uma combinação de óleos animais e vegetais com sais alcalinos.

De acordo com uma antiga lenda romana, o sabão tem a sua origem no Monte Sapo, onde eram realizados sacrifícios de animais em pilhas crematórias. Quando chovia, a água arrastava uma mistura de sebo animal derretido com cinzas, para o barro das margens do Rio Tibre, onde as mulheres lavavam as suas roupas. Elas terão percebido que, ao usar esta mistura de barro, as roupas ficavam muito mais limpas, com um esforço muito menor. Talvez o termo "saponificação" (a reacção química que origina o sabão) terá a sua origem no nome deste monte.

Nos últimos séculos do Império Romano, o sabão começa a ser recomendado pelos médicos, como benéfico para a pele. Desta forma, a sua utilização no banho generalizou-se, principalmente nas cidades mais importantes. Por exemplo, nas ruínas de Pompeia foi encontrada uma fábrica de sabão, onde eram produzidas barras deste material.

As primeiras saboarias na Europa criam-se a partir do século X, na península Ibérica e Itália (Nápoles, Savona, Génova, Bolonha, Veneza), e posteriormente, em meados do século X, em Marselha. Várias grandes manufacturas de sabão foram estabelecidas em Marselha, em Gênova e em Lisboa

Apesar da imagem de higiene associada à Idade Média ser completamente diferente da de hoje, a verdade é que o banho era um hábito nesta altura e só mais tarde é que caiu em desuso por causa das epidemias (os banhos públicos foram fechados). No Renascimento, a ideia de manter o corpo limpo foi abandonada e os "banhos com água e sabão" foram substituídos por "banhos com fortes perfumes e essências". Contudo, apesar do banho não ser um hábito popular durante os séculos XVII e XVIII, o sabão permaneceu como um artigo valioso e útil para a lavagem da roupa.

Só no final do século XVIII, o banho - com água e sabão - voltou a estar na moda, como tratamento médico e fortificante. Mas foi preciso chegar ao século XIX para que esse mesmo banho passasse a ser visto como uma prática saudável por milhões de pessoas (algumas ainda hoje não tem esta opinião...)

O ancestral “pai e mãe” de todos os sabões históricos é o sabão de Alepo feito com azeite e óleo de bagas de louro. Até o advento da Revolução Industrial, a produção de sabão mantinha-se em pequena escala. Andrew Pears iniciou a produção de sabão transparente em 1789, em Londres. William Gossage produzia sabão a partir dos anos 1850. Robert Spear Hudson passou a produzir um tipo de sabão em pó em 1837, socando o sabão com pilão. William Hesketh Lever e seu irmão James compraram uma pequena fábrica de sabão em Warrington (Inglaterra), em 1885, fundando o que ainda é hoje um dos maiores negócios de sabão do mundo, a Unilever. Em 1806 William Colgate abriu a primeira grande fábrica de sabão nos EUA, chamada Colgate & Company.

Actualmente, a maioria de produtos que existem no mercado não são verdadeiros sabões, mas sim detergentes criados a partir de materiais derivados do petróleo. Outros tipo de sabões contêm ingredientes encontrados na natureza, mas que são radicalmente transformados por processos industriais complexos. O sabão daqui resultante tem poucas semelhanças com o sabão fabricado através dos tempos.

Aqui pode encontrar a forma de fazer sabão em casa.

 

(adaptado de vários sites)

(podem consultar, aqui mesmo ao lado, os tópicos já publicados nesta rubrica)

Quem participa na rubrica:

Segunda-feira - Nia

Terça-feira - Ana

Quarta-feira - Bomboca de Morango

Quinta-feira - Sofia Margarida

Sexta-feira - Magda L Pais

Sábado - Dona Pavlova

Esta rubrica não está restringida a nós. Todos podem participar. Só vos pedimos que nos dêem conta, de alguma forma, do post onde o fizeram para que possamos acrescentar na lista dos tópicos publicados.

Autoria e outros dados (tags, etc)


18 comentários

Imagem de perfil

M* a 02.01.2015

vocês lembram-se de cada coisa para a rubrica... onde é que vão buscar a inspiração? Image
Imagem de perfil

Magda L Pais a 02.01.2015

olha, hoje quando estava a tomar banho estava a pensar no que haveria de escrever e pronto. Olhei para o gel de banho, mas depois achei que era mais giro sobre o sabão :p maluqueiras, que queres. Eu bem disse que ia continuar a publicar parvoíces Image
Imagem de perfil

Sofia Margarida a 02.01.2015

Já é tão antigo e ainda nem todos o usam... :D Viva o sabão! (nem quero imaginar o cheiro se ele não aparecesse!)
Imagem de perfil

Magda L Pais a 02.01.2015


ahahahaha essa é que é essa. Ainda há quem não o use.
Imagem de perfil

Magda L Pais a 02.01.2015


mesmo. então quando começa o calor, lembro-me imenso deste dilema
Imagem de perfil

Sofia Margarida a 02.01.2015

Eu às vezes, debaixo dos 40ºC de Castelo Branco ainda penso, coitados o sabão derreteu e saíram à rua para comprar mais. ahahah
Imagem de perfil

Magda L Pais a 02.01.2015

ahahahahaha deve ser deve. Arre, nessas alturas há pessoas que cheiram imenso a falta de água e sabão
Imagem de perfil

B♥ a 02.01.2015

Gosto muito dos sabonetes de glicerina, dizem que o de mel é óptimo para a cara, menos para a minha :)
Imagem de perfil

Magda L Pais a 02.01.2015


eu também gosto dos de glicerina.
Imagem de perfil

Nathy ღ a 02.01.2015

Não sabia que o sabão era feito com petróleo.
Concordo com a M* vocês têm muita imaginação para a vossa rubrica.
Imagem de perfil

Magda L Pais a 02.01.2015

também aprendi imenso hoje sobre o sabão, confesso :D
Imagem de perfil

Dona Pavlova a 02.01.2015

Ainda ouvi dizer no outro dia que o sabão azul é do melhor que temos.
Imagem de perfil

Magda L Pais a 02.01.2015

é dos mais antigos e dos melhores
Imagem de perfil

Dona Pavlova a 02.01.2015

E mesmo para dar banho aos animais, o melhor, segundo um veterinário amigo, é mesmo o sabonete de glicerina simples, nada de cheiros nem cores.
E até para nós, humanos...
Imagem de perfil

Magda L Pais a 02.01.2015

sim, o de glicerina também é bom
Sem imagem de perfil

Cris a 02.01.2015

Adoro sabão e sabonetes! Prefiro-os ao gel de banho. Grande post!

Comentar post



Mais sobre mim

foto do autor








Subscrever por e-mail

A subscrição é anónima e gera, no máximo, um e-mail por dia.