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Há cinquenta anos, o homem pisou, pela primeira vez, a Lua. Aconteceu o Festival Woodstock e os Beatles deram o seu famoso concerto no telhado. Foi o ano em que o Concorde voou pela primeira vez e o da edição do livro "O Padrinho" de Mario Puzo. Estreava, na BBC, a icónica série Monty Python`s Flying Circus e Samuel Beckett ganha o Prémio Nobel da Literatura. Golda Meir foi eleita primeira ministra em Israel e foi colocado o primeiro coração artificial num ser humano.
Podia continuar a desfiar factos sobre o ano 1969 mas, o mais importante que aconteceu nesse ano foi a 26/11/1969, às 14h e qualquer coisa na Maternidade Laura Seixas no Barreiro. Nesse dia, entre a mãe que berrava que não queria que nascesse, a médica que dizia que a mãe devia ter pensado nisso 9 meses antes e a tia embevecida, nascia eu.
Faz hoje exactamente 50 anos. 18.262 dias. Ou, numa unidade mais pequena, 1.577.836.800 segundos.
Cinquenta anos...
Assisti à queda do muro de Berlim e o lançamento do primeiro Space Shuttle. Estava no Terreiro do Paço quando foi a manifestação dos "secos e molhados". Assisti à queda das Torres Gémeas e ao alastrar do terrorismo pelo mundo inteiro. Emocionei-me com o casamento da Lady Di e com a sua morte. Morreu o escudo e passamos a usar o Euro. Barack Obama foi o primeiro presidente negro dos Estados Unidos...
Lembro-me, quando era miúda, de achar que o tempo não passava. Que o ano 2000 seria o fim do mundo (ao dois mil chegarás e de lá não passarás). Que 50 anos era a idade a que os pais ou os avós chegavam e não eu.
Mas hoje é a minha vez. E o que gostava de ter os meus avós aqui, comigo, a celebrarem este dia comigo? Os avós e a tia, a que me viu nascer e com quem estive nos últimos momentos de vida...
E o que gostava que o meu pai não estivesse tão doente como está?
Mas a vida é mesmo assim, feita de presenças e ausências e nem todas são as que desejamos.
Os meus filhos serão sempre os meus filhos. Não são a minha única razão de viver nem sequer o meu objectivo de vida mas são o meu orgulho. Este ano - a primeira de muitas vezes - a gaiata não vai estar cá em casa a comemorar o aniversário comigo. Esteve no fim de semana mas dado o período de aulas, foi uma visita de médico.
Aos cinquenta anos aprendemos a ser mais pacientes. Ou pelo menos deveriamos sabê-lo. Confesso que tento ser mas nem sempre é possível. Tento só me irritar com as coisas que posso controlar. O que foge ao meu controle, foge também à minha irritação. Não acho que tenha razão em tudo. Sempre aceitei e assumi os meus erros mas continuam a irritar-me as pessoas que não o fazem (pronto, isto foge ao meu controlo mas deve ser a única coisa). Não tenho pressa de chegar a lado algum e só quero que me deixem fazer as coisas ao meu ritmo, que não me impeçam ou passem por cima.
18.262 dias... e não mudo uma palavra do que disse quando comemorei 16.436 dias
50 anos...com altos e menos altos. Porque não há momentos maus, o que há são momentos menos bons e que fazem com que possamos apreciar ainda melhor os bons momentos. Não sei se vou viver mais 50 anos mas posso dizer-vos que adorei cada minuto dos anos que já vivi e irei adorar todos os minutos dos anos que terei pela frente.
Parabéns para mim!
(e a partir de amanhã, todos os dias, a esta hora, responderei às 50 perguntas. Cada uma delas acompanhada de uma foto minha, em momentos diferentes deste meio século)
May we meet again
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