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Desafio da escrita dos Pássaros #8

Escreve uma carta para a criança que foste

por Magda L Pais, em 01.11.19

magda.jpg

Olá jovem Magda

Estou a escrever-te do ano 2019, quase quase a comemoramos meio século de existência.

Não estranhes esta carta. Por estranho que pareça, uns pássaros loucos que fazem parte do teu futuro (nem perguntes… nem perguntes. Tens uns pássaros e tens uma seita de arroz… Coisas que um dia vais perceber) decidiram que tinha de te escrever e garantiram-me que a entregavam em mão. Vá-se lá perceber esta gente.

Deixa-me dizer-te apenas isto. Vai correr tudo bem. Não te vou dizer para seres assim ou assado, nem sequer te vou alertar para coisa alguma. Pensa sempre que eu, cá do futuro, vou sempre agradecer-te porque tudo o que fizeste - e vais fazer - se conjugou para que sejas quem és hoje. Se eu não me arrependo de nada do que fiz, isso só pode significar que tens de ser igual a ti mesma.

Tenho apenas alguns pedidos.

Não percas de vista o livro “como é bonito o céu azul”. Caramba, estou farta de procurar este livro que gostamos tanto quando eramos crianças. Quis mostrá-lo aos nossos filhos e não consegui, por isso a solução agora é que o guardes bem para, bem, quem sabe, eu depois o encontro.

Estima os livros d’Os Cinco, os Sete, do Colégio das Quatro Torres, as Gémeas…. A nossa filha mais velha vai gostar de os ler mas foi complicado encontrar as novas versões. O mesmo se passou com A Princesinha. Acabei por o comprar, uma versão nova, mas não é a mesma coisa. Pelo menos os de ficção científica estão lá por casa. Bem, O Sol Vai Morrer só tem algumas partes (ou só tinha…) por isso se puderes dar um olhinho a estes livros também vai ser bom. E não te preocupes. Um dia vais ter a casa que sempre quisemos, com imenso espaço para livros. É bom, não é?

Por fim. Abraça muito os velhotes. Sim, os avós, os tios, os pais. Um dia vais querer e eles já cá não estão. É a vida, acontece a todos e tal, já se sabe mas mesmo por isso aproveita muito, por ti, por mim. Por nós. E por eles.

Se fizeres tudo isto, quando chegares a 2019, quase ao meio século de existência, acredita, vais ser tão feliz como és hoje. E isso é o que mais interessa.

 

May we meet again

Texto de participação no desafio de escrita dos Pássaros

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30 comentários

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Sarin a 01.11.2019

E isso é, mesmo, o que mais interessa, Magdas :)
Uma carta feliz para uma pessoa feliz até a adversidade- caramba, perder Os Sete, ainda vá, agora Os Cinco?! :(
(E ainda bem que à Enid só lhe deu para escrever sobre esses dois números primos, ou a frase ficaria estranha...)
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Magda L Pais a 01.11.2019


ahahahahahahah
Sim, sempre feliz


A Enid tinha um problema com números: as gemeas, o colégio das quatro torres, os cinco, os sete... agora que penso nisso.. demasiados números
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Sarin a 01.11.2019

Muitos números, sim. Mas o problema dela era de outra índole - muito má, ao que consta.
Lembras-te da colecção Mistério? Com o Gordo e as suas artimanhas? Li Enid ao contrário - o primeiro livro sem desenhos que li foi Os Cinco na Ilha do Tesouro, a 1.a Classe acabada no dia anterior. Li a colecção toda à média de um e meio por dia. Depois li as Quatro Torres e depois a Mistério. Quando cheguei aos Sete achei-a muito infantil - tinha 7 anos, ainda... :D
Aos 9, já na 4.a Classe, descobri que havia na biblioteca itinerante uma nova colecção da Enid, e como estava doente pedi a uma amiga para me trazer alguns livros... do Nodi! Quase chorei quando os vi, e teria de esperar uma semana para os trocar :D:D:D
Foi quando comecei a ler Pearl S. Buck e Daphne du Maurier... tudo por causa da Enid! :)
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Magda L Pais a 02.11.2019


Já não me lembrava da colecção Mistério ;)

Li todos de todas as colecções dela: Os Cinco, Os Sete, as Gémeas e do Colégio das quatro torres (gostei tanto destes dois últimos que cheguei a pedir aos meus pais que me colocassem num colégio interno ). Curiosamente do Noddy só o conheci quando os meus filhos nasceram e eu tinha de ver os desenhos animados com eles).
Depois destes, li a série Patrícia (todos!). e depois passei para a ficção cientifica


Sim, ouvi dizer que a Enid não era flor que se cheirasse. Dizem o mesmo da Marion Zimmer Bradley. Eu confesso que me cheira sempre a estranho quando estas coisas se sabem depois da morte das pessoas, quando já cá não estão para se defenderem
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Mena a 01.11.2019

Evitavas ter dito à miúda a cena dos pássaros. Vai ficar assustada 
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Magda L Pais a 02.11.2019

Vai nada que a pequena não é assustadiça
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imsilva a 02.11.2019

Até que enfim os pássaros acertaram num tema. Neste não foi preciso inventar, só relembrar, e que bem que soube. É giro ver passados comuns dentro dos mesmos livros. Quase que fazíamos um clube para os discutirmos. Beijinho. 
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Magda L Pais a 02.11.2019


:) estes pássaros são doidos, não é?


acho que foi a semana melhor em termos de textos. Adorei!
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Fatia Mor a 02.11.2019

Devia ter dito à minha Xandinha para não emprestar A Senhora da Magia, em tempos oferecido pelo meu avô e com dedicatória. Nunca o consegui recuperar... Olha, é das poucas coisas que me traz uma lágrima ao olho.
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Magda L Pais a 02.11.2019

Oh raios. Isso sim era de a avisares. E logo esse livro!
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Charneca em flor a 02.11.2019

Que lindo sorriso . Adorei esta carta e todas essas recordações de livros que também povoaram a minha infância. No meu caso,  lia os que havia na biblioteca. Foi das melhores coisas que o meu pai fez por mim, inscrever-me na biblioteca. Na minha família não havia muito dinheiro para livros mas a biblioteca conseguiu satisfazer a minha ânsia de leitura.
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Magda L Pais a 02.11.2019

Eu trocava livros com o meu irmão do primeiro andar. E não queria brinquedos, só livros (tirando a Nancy).. acabava por não ir à biblioteca porque o meu irmão tinha imensos (e na altura a biblioteca do Barreiro quase que só tinha livros de estudo)
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Charneca em flor a 02.11.2019

Na biblioteca da minha terra havia quase toda a colecção dos Cinco, dos Sete e da Patrícia. Também li a colecção da Condessa de Ségur e uma colecção da Odette de Saint-Maurice. Também havia a Colecção Vampiro. Era o meu local preferido para ir nas férias.
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Magda L Pais a 02.11.2019

Ainda tenho alguns dos livros da Patricia... E muitos de ficção científica. Depois foi Agatha Christie que me encantou e só descansei quando os li todos 
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Ana a Abelha a 03.11.2019

gosto da alegria que as tuas palavras têm  é contagiante.
beijinhos e bom Domingo 
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Magda L Pais a 03.11.2019

Obrigado Ana. Bom domingo 
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Belinha Fernandes a 03.11.2019

A Magda tinha uns olhinhos lindos! Ainda tenho alguns livros dos Cinco, não gostava dos Sete!  E a Patrícia?! Adorava. Desses livros pulei para a colecção Vampiro, era um degredo, não fazia mais nada...e depois deitei a unha a tudo o que havia em casa, que não era muito, os meus pais não eram ricos, e depois, alegria, fui morar para junto de uma Biblioteca! Gostei muito de ler! De pequenino...
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Magda L Pais a 03.11.2019

Da coleção vampiro li poucos. Passei logo para a Agatha Christie pelo meio da ficção científica.


Obrigado Belinha 
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Insensato a 03.11.2019

Li este post depois do último publicado, acabando por, no meu ver, encontrar resposta à pergunta colocado para o "desafio dos 50". O riso puro e contagiante prende-se com a não existência de ressentimentos para com o passado. Algo essencial para seguir "em frente". 
Adorei a foto. Já não sou o único que mantém os traços de pequeno. Que bom seria que assim fosse com todos. Odeio quando não reconheço um aluno, dadas as transformações. Regra geral, procuro traços no olhar, no sorriso, mas às vezes, não consigo :(
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Magda L Pais a 03.11.2019

É verdade. Tudo o que fiz voltaria a fazer. Afinal só assim sou quem sou hoje. Sou o fruto de 50 anos de decisões e de erros mas também de bons momentos.


Sim, há quem diga que sou uma cópia de mim em pequena. 


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MariaLi a 03.11.2019

Que bonita, Magda
A carta está simples, mas sente-se que é uma pessoa de "bem consigo". 
Parabéns! 
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Magda L Pais a 03.11.2019

Obrigado! Sim, estou de bem comigo. Não há nada que mudasse

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