layout - Gaffe
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50 anos/50 perguntas. Já fizeste a tua?
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Desde o primeiro dia que fez aquele caminho e que a viu, percebeu que ela era diferente. Não sabe ainda explicar bem o que se passou mas ela chamou-lhe a atenção com aquele ar feliz e despreocupado. E ele, que nunca ali tinha passado, decidiu que aquele caminho seria feito todos os dias até que ela reparasse nele.
E assim foi. De manhã, no seu passeio, lá passava por ela. Tentava falar com ela mas ela respondia numa língua estranha. Não faz mal, pensava ele. Haveremos de nos entender.
À tarde, lá passava ele de novo. Falava para ela e ela respondia. Mas nenhum se entendia.
E ela? Bem, ela achava-o um gato! Não o entendia bem – isto de falarem línguas diferentes tinha este problema – sabia que não devia gostar dele mas era um gato! Como não se apaixonar por ele? Aqueles momentos em que ele passava por ali eram a alegria de ambos.
Porque o portão estava sempre fechado…. Ela bem queria sair para ir ter com ele mas não a deixavam. Ele queria entrar para estar com ela mas não o deixavam.
Até que um dia…
O portão ficou aberto por acidente. Ela quis sair à procura dele mas antes de o fazer, ele entrou. Aninharam-se os dois para que não os separassem.
No fim daquele dia maravilho, chegou um carro e o portão finalmente fechou-se.
- Olha agora… a nossa Daisy aninhada com um gato. Não querem lá ver a patuda. Não era suposto um cão e um gato não se darem?
- deixa, se eles se entendem, ficamos com ele também. Não os vais separar, não é? Estão ali com um ar tão feliz que seria um crime.
- Não, claro que não. Temos é de voltar a sair para comprar comida para o Donald, o gato.
May we meet again
Texto de participação no desafio de escrita dos Pássaros
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