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Descreve uma dessas entrevistas na perspectiva do recrutador de recursos humanos: A Rena Rudolfo.
***
- Ora bem, Tenho aqui umas perguntitas que gostava que me respondesse. Primeiro, fale-me de si e porque é que acha que será um substituto para o meu grande amigo Nicolau.
- Caro Rudolfo… posso trata-lo só por Rudolfo?
- Preferia claramente que me tratasse por Rena Rudolfo. Mas se for muito extenso para si, seja apenas Rudolfo.
- Claro Apenas Rudolfo. Bem, então toda a vida me confundiram com o Pai Natal. Não sei se por ter o cabelo branco desde muito novo, se pela barriguinha resultante dos doces que comia, ou então pela barba. E como estou desempregado há uns meses, quando vi o anúncio, pensei logo em me candidatar. Já tenho alguma experiencia em entregar prendas e gosto imenso de viajar. Alem disso, dizem que, quase sempre, há bolachinhas nas casas à espera do Pai Natal e eu tenho de comer várias vezes ao dia por causa da minha glicémia. Uma chatice.
- Muito bem. Mas olhe que não é Apenas Rudolfo. É só mesmo Rudolfo. Agora diga-me, qual foi a decisão mais difícil que tomou até hoje?
- Peço desculpa, fiz confusão. Então Só Mesmo Rudolfo, a decisão mais difícil que tive de tomar foi quando me ofereceram uma embalagem de Ferreros e eu tive de decidir a quem os ia entregar. Sabe, é que não gosto nada daquilo. E não queria oferecer a alguém que eu gostasse porque não se oferecem coisas que não gostamos a pessoas que gostamos. Mas, por outro lado, há muita gente que gosta de Ferreros. Eu é que não. Não percebo sequer porque é que me ofereceram aquilo.
- Pois, já percebi que não percebe muita coisa. O meu nome, por exemplo. Rudolfo. Simplesmente Rudolfo… então e acha-se capaz de trabalhar sob pressão e com prazos definidos? É que já se sabe, tem apenas uma noite para percorrer todas as casas do mundo…
- Desde que sejam só as do planeta terra e não me façam ir para outro planeta, acho que consigo. Não deve ser muito difícil.. o senhor também vai?
- Ah sim, as prendas são apenas para os terráqueos. E sim, claro que vou, sou eu que conduzo o carro.
- Não posso conduzir?
- Não, o senhor só distribui as prendas. Tem de entrar pelas chaminés, entregar as prendas e voltar a sair pela chaminé
- Pois… não vai acontecer que tenho vertigens. Alem disso não ando em carros conduzidos por outros. Lamento. Boa tarde e boa sorte.
May we meet again
Texto de participação no desafio de escrita dos Pássaros
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