layout - Gaffe
Saltar para: Post [1], Comentários [2], Pesquisa e Arquivos [3]
Ir ao médico quando se tem a Doença de Crohn (como é o meu caso) é, muitas vezes, fonte inesgotável de desespero.
Para quem não sabe, a Doença de Crohn é uma inflamação crónica da parede do intestino e da qual eu padeço numa forma ligeiríssima, felizmente. Aliás, nos últimos anos nem sequer preciso de tomar medicação, só tenho de ter alguns cuidados básicos com o que ingiro.
E no que ingiro, inclui-se a medicação. Eu sei que há medicamentos que não posso tomar, como a Aspirina e o Nimed. E sei que, sempre que vou a algum médico, tenho de informar que tenho esta doença - ainda que ligeirinha - porque há medicamentos que me podem fazer mal. E é isso que eu faço.
O ridículo é chegar a um consultório médico, seja com aquilo que for, ser observada e quando o médico vai passar a receita, eu informar que tenho esta doença e a resposta ser, quase sempre
ahhh e então, que medicamento quer que lhe passe?
como se eu fosse a médica e ele o doente. Faz sentido, certo? sou só eu que estou a ser muito miudinha, não é?
Olá! Como o senhor António, eu estive a ponto de ser operada em 2005 (coincidência), nos HUC, porque o meu intestino fez uma estenose duodenal (fechou, o que explica o quadro de vómitos que tive durante muito tempo). No meu caso, cheguei a fazer a consulta com o anestesista e tive a cirurgia marcada, mas por um golpe de sorte, no dia anterior quando o cirurgião me visitou no quarto do hospital, achou precipitado, talvez por eu na altura ser muito jovem. Ele e o meu médico resolveram tentar outra coisa. Visto que o problema era no duodeno, e era possível alcançá-lo com a endoscopia, eu fiz uma série de sessões com um balão pneumático para obrigar o intestino a voltar ao tamanho correcto. Correu bem. O que me impediu de ser operada e passar pelo mesmo processo que o senhor. Na altura, iniciei também o tratamento com o Infliximab que abandonei 2 anos depois. Desde o início que faço o Imuran diariamente junto com o omeprazol (porque após a estenose o meu estomago ficou um desastre). Inclusive fiz o tratamento com o imuran+omeprazol durante a gravidez e tirando o facto de não me terem deixado amamentar, correu tudo muito bem, e o rapaz é saudável até hoje. Depois desse período negro antes do diagnóstico, e os primeiros meses até acertar tratamento, eu não voltei a ter problemas. Continuo a ser seguida, até porque o imuran é tóxico, mas sem sobressaltos. No meu caso tenho algum cuidado com a dieta, mas sem exageros de cortar tudo. Não como laranja nem Kiwi como a senhora Magda, mas de vez em quando ingiro um iogurte (faço-o agora, ao inicio nem pensar). Tenho é muito cuidado com rotinas como o sono, as refeições e principalmente manter-me hidratada. Em relação ao estado emocional, eu sinto que a doença o influenciava e não o contrário. Mas essa é uma característica da doença, o facto de não afectar todos da mesma maneira, e por isso apesar de ser muito bom perceber como os outros lidam com ela, é preciso perceber que não afecta todos da mesma maneira. É importante o acompanhamento do médico, que serve como orientador no meio desse caos inicial em que cada um aprende a lidar com os seus sintomas e tratamentos.
Boa semana e muito obrigada pelas partilhas.
A subscrição é anónima e gera, no máximo, um e-mail por dia.