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Cartoon by ©pedro brito 2015
Morreram 17 pessoas em França, o mundo uniu-se, a uma só voz e exclamou "Je suis Charlie". No domingo, Paris, foi palco de uma gigantesca manifestação de solidariedade para com as vítimas dos atentados e pela liberdade de expressão, que reuniu mais de um milhão de participantes de todos os lados do Globo (alguns ironicamente presentes, como os representantes da Turquia que agora proibiram o jornal Charlie Hebdo de ser publicado, na integra ou a Arábia Saudita que, na sexta feira aplicou, a Raef Badawi o primeiro conjunto das mil chicotadas repartidas por 20 semanas a que foi condenado por ter insultado o Islão).
Na semana passada, em Baga, na Nigéria, islamitas radicais do movimento Boko Haram mataram mais de 2000 pessoas para tomarem aquele que era o último bastião de resistência ao avanço deste grupo terrorista. Este mesmo movimento já provocou milhares de mortos desde 2009. Pelo menos 20 pessoas morreram e 18 ficaram feridas quando uma bomba que uma menina de cerca de 10 anos carregava no corpo explodiu num mercado na Nigéria. E o mundo continuou como se nada fosse.
Lembram-se de vos ter dito que Eu não sou Charlie Hebdo? É exactamente por isto que eu sou por todos, porque as mortes às mãos dos fanáticos não acontecem só no mundo ocidental, acontecem por toda a parte. Mas só as do mundo ocidental são choradas por todos. As outras são relegadas para terceiro ou quarto plano, para depois da separação do Ronaldo e da Irina ou do Cristiano não ter hesitado em incentivar o filho a cumprimentar Messi...
Vale a pena pensar nisto, não acham?
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O cartoon que ilustra este post é da autoria do meu primo Pedro Brito. O Pedro é um dos motivos de orgulho da família. É ilustrador, autor de bd, designer e realizador de cinema de animação e está agora a estrear-se (e muito bem, diga-se) no cartoon político.
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