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Considero-me uma pessoa de mente aberta, que defende, acima de tudo, a prevenção e que gosta de fazer parte das soluções e não dos problemas.
E é nesse espirito que educo os meus filhos. Lá em casa falamos de tudo abertamente, sem dramas e sem esconder o que quer que seja. Considero-os adolescentes
(já adolescentes? Mas ainda ontem nasceram...)
Dizia eu que os considero adolescentes informados e que sabem que podem falar com os pais sobre tudo.
Inclui-se nesse tudo o HIV e a prevenção para não ser contagiado com esse síndrome ou outras doenças sexualmente transmissíveis. Pode ser cedo – afinal eles têm 14 e 12 anos – mas o seguro morreu de velho e quanto mais cedo estiverem informados melhor.
Informados, mas bem informados. Acho, digo eu, que é fundamental, não entrar por exageros e dar dados concretos, corretos e sem dramas.
Ontem, na escola dos meus filhos, foi dia de se falar sobre o HIV e esteve presente um orador para falar sobre isso. Até aqui tudo excelente, penso ser uma boa opção porque nem todos os jovens têm, com os pais, um relacionamento que lhes permita falar sobre estes temas em casa.
O que já não achei tão bem foi o facto do orador ter dito aos jovens que o HIV até se pode apanhar – e passo a citar – “pelas cutículas das unhas”.
Admito que sim, que seja uma das formas de contágio. Se a cutícula estiver a sangrar e se houver contacto com outra cutícula a sangrar (pelo menos é o que eu acredito, corrijam-me se estiver enganada). Que eu saiba só a troca de fluidos corporais (excluindo a saliva) pode levar ao contágio. Se assim é, porque vamos assustar os jovens desta forma?
Reparem, aqui há uns anos havia uma campanha da Abraço que dizia que o HIV não se apanhava por um abraço ou um beijo. Dizer a jovens que se pode apanhar pela cutícula das unhas é o mesmo que lhes dizer – não toquem em quem tem HIV, o que está totalmente errado.
Por outro lado, este tipo de (des)informação, levou a que a maior parte dos jovens que estavam naquela sala decidissem que querem ir fazer o teste do HIV num dos CAD’s onde são anónimos e gratuitos. Alguns movidos pela curiosidade, acredito que sim, mas outros com medo. Até porque se pode ter o HIV sem se ter sintomas.
Não me parece que este seja o melhor sistema para informar os jovens. Sinceramente não me parece. Acho que dar estas informações de forma menos dramática e sem exageros seria bastante mais aceitável e, acima de tudo, menos traumatizante.
Mas quem sou eu…
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