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HIV nas escolas

por Magda L Pais, em 14.10.15

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Considero-me uma pessoa de mente aberta, que defende, acima de tudo, a prevenção e que gosta de fazer parte das soluções e não dos problemas.

E é nesse espirito que educo os meus filhos. Lá em casa falamos de tudo abertamente, sem dramas e sem esconder o que quer que seja. Considero-os adolescentes

(já adolescentes? Mas ainda ontem nasceram...)

Dizia eu que os considero adolescentes informados e que sabem que podem falar com os pais sobre tudo.

Inclui-se nesse tudo o HIV e a prevenção para não ser contagiado com esse síndrome ou outras doenças sexualmente transmissíveis. Pode ser cedo – afinal eles têm 14 e 12 anos – mas o seguro morreu de velho e quanto mais cedo estiverem informados melhor.

Informados, mas bem informados. Acho, digo eu, que é fundamental, não entrar por exageros e dar dados concretos, corretos e sem dramas.

Ontem, na escola dos meus filhos, foi dia de se falar sobre o HIV e esteve presente um orador para falar sobre isso. Até aqui tudo excelente, penso ser uma boa opção porque nem todos os jovens têm, com os pais, um relacionamento que lhes permita falar sobre estes temas em casa.

O que já não achei tão bem foi o facto do orador ter dito aos jovens que o HIV até se pode apanhar – e passo a citar – “pelas cutículas das unhas”.

Admito que sim, que seja uma das formas de contágio. Se a cutícula estiver a sangrar e se houver contacto com outra cutícula a sangrar (pelo menos é o que eu acredito, corrijam-me se estiver enganada). Que eu saiba só a troca de fluidos corporais (excluindo a saliva) pode levar ao contágio. Se assim é, porque vamos assustar os jovens desta forma?

Reparem, aqui há uns anos havia uma campanha da Abraço que dizia que o HIV não se apanhava por um abraço ou um beijo. Dizer a jovens que se pode apanhar pela cutícula das unhas é o mesmo que lhes dizer – não toquem em quem tem HIV, o que está totalmente errado.

Por outro lado, este tipo de (des)informação, levou a que a maior parte dos jovens que estavam naquela sala decidissem que querem ir fazer o teste do HIV num dos CAD’s onde são anónimos e gratuitos. Alguns movidos pela curiosidade, acredito que sim, mas outros com medo. Até porque se pode ter o HIV sem se ter sintomas.

Não me parece que este seja o melhor sistema para informar os jovens. Sinceramente não me parece. Acho que dar estas informações de forma menos dramática e sem exageros seria bastante mais aceitável e, acima de tudo, menos traumatizante.

Mas quem sou eu…

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20 comentários

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Just_Smile a 14.10.2015

Sabes? Acredito que essa pessoa não estivesse devidamente formada e preparada para dar tais informações... Há uns tempos atrás falava com uma colega que trabalha em meio hospitalar e com uma em meio escolar, que eu tinha um caso de uma criança com HIV e que a única coisa que me acautelava era com feridas e nada mais, quando a que trabalha em meio hospitalar me responde: 'mas corres um risco enorme, devias usar máscara e luvas, eu uso sempre!' o meu cérebro parou e começou a sentir-se queimado quando a da escola apoio a teoria dessa minha colega. Fiquei a ferver e a pensar 'mas será que estou enganada, será que elas é que têm razão e eu estou enganadíssima ao achar que é apenas por fluídos', fiquei tão chocada que nem abri a boca achando-me eu a ignorante, principalmente isto vindo das melhores alunas da turma.
Cheguei a casa e fui logo investigar, não só na net, mas em apontamentos de aulas... Resumindo, elas profissionais de saúde e mal informadas, por isso imagina os milhões de pessoas que não estão bem informadas...
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Magda L Pais a 14.10.2015

Até eu, contabilista de estudos, sei que não o contagio não é assim. Mas lá está, ouve-se uma pessoa supostamente especialista a dizer esses disparates e ficamos na dúvida. E continua-se a alimentar a má informação.


repara, algumas destas crianças/jovens vão ficar com uma ideia completamente errada das hipóteses de contágio. E vão ter medo de se relacionar com seropositivos. Não faz sentido
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Just_Smile a 14.10.2015

Não faz sentido a má informação continuar a ser espalhada...
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Magda L Pais a 14.10.2015

Quando apareceu o hiv, que havia pouca informação, ainda era como o outro. Agora hoje em dia.... A informação está em todo o lado
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Just_Smile a 14.10.2015

Infelizmente não sei se tão cedo irá parar...  se até profissionais de saúde e educação continuam a ver a coisa com outros olhos...
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Magda L Pais a 14.10.2015

Isso ainda é pior. Que o comum dos mortais não saiba ou tenha dúvidas eu ainda dou de barato. Agora aos profissionais de saúde ou a quem faz estas palestras para miúdos não consigo entender ou perdoar

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