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Aqui eu me confesso. Gosto de humor negro. Aliás, na prática eu gosto de todo o tipo de humor. Porque gosto de rir e porque a vida não pode ser levada demasiado a sério – afinal não saímos dela vivos, não é?
Mas, e aqui volta a velha história da liberdade de expressão, a minha liberdade de gostar de todo o tipo de humor não pode nem deve chocar com a liberdade de outros não gostarem. E tal como eu posso expressar que gosto, os outros devem poder dizer que não gostam sem terem sequer de explicar porquê e muito menos ser ofendidos por isso - da mesma maneira como não devem ofender quem gosta.
Isto a propósito de alguns comentários que li por ai contra a mensagem que Hugo Rosa deixou para a sua ex-namorada no Got Talent Portugal. Vejam lá o vídeo e voltem aqui depois.
Já viram?
Ok, então continuemos.
Eu respeito quem diga que isto não é humor. Bom, talvez o correcto seja dizer que, para as pessoas em causa, isto não seja humor. Para mim foi. Esclareço já, antes que me digam que eu tenho esta opinião porque ninguém da minha família tem ou teve cancro, que a minha tia – que eu amo imenso – tem cancro da mama, já teve metáteses no fígado e que já teve de fazer imensa quimioterapia.
Digo mais, eu escangalhei-me literalmente a rir, quer pela mensagem em si quer pelo ar pesaroso do comediante, enquanto a plateia e o júri chorava a rir e ele que não estava nem ai para o que o rodeava.
E antes que venham também dizer que eu acho que gozar com o cancro é humor porque não o tenho, aconselho vivamente uma visita a este blog e percebem que, quem tem cancro também brinca com ele (sim, não será toda a gente mas há quem o faça e de uma forma perfeita).
Eu sei que, o que vou dizer a seguir, vai chocar imensa gente. Mas lembram-se quando caíram as torres gémeas em Nova York, no dia 11 de Setembro de 2001? Uma semana mais tarde comecei a receber, no meu email, imagens e textos humorísticos sobre este terrível evento. E sim, eu ri-me imenso. Ainda hoje me rio quando ouço a música It's Raining Men de Geri Halliwell porque me lembro de um powerpoint que recebi, na altura, com essa música (e não preciso de explicar as imagens, certo?).
E será que o facto de me rir destes acontecimentos – do cancro, dos atentados de 11/09/2001, da segunda guerra, de naufrágios, etc – faz com que os leve menos a sério? Será que faz com que eu seja insensível? Eu acho que não. Rir deles faz com que os encare de forma mais leve e que tenha mais força interior para os aceitar. Afinal, como comecei por dizer ao princípio, não vale a pena levar a vida demasiado a sério, seja como for, não vamos sair vivos dela. Por isso há que aproveitar ao máximo e rir ajuda imenso a fazê-lo.
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