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Livrarias vs Livrarias

por Magda L Pais, em 08.09.15

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Quem me conhece e quem visita regularmente esta minha casa sabe que sou uma bibliófila com traços de bibliomania. Para quem é a primeira vez que me visita, basta que veja, ali ao lado, qual a tag mais usada e irá perceber o que se passa.

Ora, para alguém como eu, visitar uma livraria é quase como visitar um monumento. Gosto muito de fazer compras de livros on line mas é nas livrarias físicas que, muitas vezes, descubro novos autores, novos livros e faço a escolha daqueles que, mais tarde, irei comprar. Passar pelo meio dos livros, pegar neste ou naquele, ver as capas, sentir o papel, cheirar o livro... é avassalador e tão, mas tão bom.

E tão bom como isso é poder chegar a uma livraria e perguntar, por exemplo, se tem o livro que se chama Jane Eyre ou outro que não esteja à vista e quem nos atende dizer - sim, está nesta ou naquela prateleira ou então é só um bocadinho que vou procurar aqui na base de dados.

Gosto também de chegar a uma livraria e encontrar os livros organizados. Saber onde estão os livros de história, os autores lusófonos ou os juvenis. Os técnicos para um lado, os romances noutro.

Enfim, pequenos detalhes que tornam uma livraria grande. Pode não ser grande em tamanho mas grande na organização e na atenção ao cliente.

Infelizmente nem todas são assim.

Aqui há dias entrei numa livraria e perguntei se tinham determinado livro. Estamos a falar duma livraria de dois andares, com estantes por todo o lado e várias mesas com livros em cima pelo meio, e a resposta foi: olhe, não sei, terá de procurar. Fiquei logo com a pulga atrás da orelha. Não sabe e eu tenho de procurar? no meio de centenas de livros? 

Fiz a pergunta doutra forma: e onde estão os clássicos (porque o livro que procurava era um clássico). E a brilhante resposta: estão por aí. Por aí? Tanto podiam estar na mesa em frente como na estante lá ao canto no andar de cima...

Tentei mais uma vez: mas não pode procurar no computador? Não, não temos nenhuma base de dados dos livros que temos.

Ainda assim arrisquei. Dei uma vista de olhos pelas mesas e pelas estantes. E vi livros de direito fiscal ao lado de livros juvenis. Livros sobre o arrendamento ao lado de livros de culinária. Livros eróticos ao lado de livros infantis.

Credo, cruzes canhoto.

Quando vou a uma feira e passo por uma banca de livros, é isto que espero. Não conto com uma base de dados nem que o vendedor saiba tudo o que tem nem sequer onde determinado livro está - e mesmo estes, muitas vezes, sabem exactamente o que tem.

Gosto de livrarias mas não gosto destas livrarias que acham que vender livros é colocá-los ao molho e com fé que os clientes venham passear pelo meio e encontrem aquilo que procuram. Gosto de passear no meio dos livros, é verdade mas também gosto que estejam organizados, tratados, amados como merecem. E, senhores, aquela livraria não o fazia. E isso, acreditem, faz com que nunca mais lá entre. Mesmo que tenham promoções excepcionais ou tenham, na montra, aquele livro que eu procurava.

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30 comentários

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Magda L Pais a 08.09.2015

a tristeza desta história é que é totalmente verdade... infelizmente. Sai de lá completamente irritada e nunca mais lá voltarei. Desconfio que esta livraria não irá longe, antes pelo contrário. Quer pela atitude da empregada quer pela confusão generalizada e nada organizada que está instalada

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