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Mil Sóis Resplandecentes de Khaled Hosseini
Editado em 2008 pela Editorial Presença
Tinha bastante curiosidade em ler este livro uma vez que a M* já tinha falado várias vezes nele tendo-o considerado um dos melhores livros de sempre. E não fiquei desiludida, antes pelo contrário.
Mariam tem 15 anos e vive sozinha com a mãe, isoladas da cidade. O seu único contacto com o mundo é a visita do pai, que, todas as quintas feiras, vai ter com elas. Quando Mariam perde a Nana, a sua mãe, a família do pai força-a a casar com Rashid e a ir viver para Cabul. Se, no princípio do casamento, Rashid, apesar de bruto não é violento, aos poucos a situação vai-se modificando e Mariam passa a viver um verdadeiro pesadelo dentro de casa que só não transparece para fora porque a Burka, que é forçada a usar sempre que sai, esconde os sinais da violência.
Laila e Tariq crescem juntos e, da amizade que sentem nasce um amor profundo. No entanto quando começa mais uma guerra, Tariq é obrigado a fugir para salvar os pais. Laila fica em Cabul, acabando por perder os pais. É Rashid que a salva e leva para casa, acabando por casar com ela.
Se, inicialmente, Mariam e Laila, têm uma relação conflituosa, aos poucos a necessidade de se defenderem mutuamente da violência de Rashid torna-as amigas e inseparáveis.
Ao acompanharmos a vida destas duas mulheres, juntas pela adversidade, acompanhamos também quarenta anos do Afeganistão, com as guerras internas, a invasão soviética, os talibans e as repressões a que as mulheres foram sujeitas, nesse país, durante esse período. Arrepia pensar que, por exemplo, as cesarianas eram feitas sem anestesia porque os poucos sítios onde as mulheres podiam ir ao médico não tinham qualquer fornecimento de medicamentos. As operações eram feitas com a burka vestida porque as mulheres nunca a podiam tirar quando estavam fora de casa.
Um livro marcante, sem dúvida e que me levou a refletir sobre a sorte que tive em nascer num país que, apesar das desigualdades que ainda subsistem, as mulheres são respeitadas.
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