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Mixed feelings

por Magda L Pais, em 04.09.15

É assim, com muitos sentimentos contraditórios, que assisto à crise dos migrantes e às toneladas de palavras – a favor, contra, assimassim – que se trocam sobre este tema.
Ao contrário do que é habitual, este post não tem uma foto precisamente por isso, porque é difícil mostrar, em imagens, a confusão que grassa por esse mundo fora com esta crise humanitária que se diz – e eu acredito que seja – sem precedentes.
Quem espera encontrar aqui um texto de total apoio aos migrantes e a quem lhes quer guarida a qualquer custo, pode sair agora. Não é isso que vai encontrar.
Da mesma forma, quem espera encontrar um texto totalmente contra também se pode ir embora, porque também não é isso que se segue.
Fiquei sozinha? Provavelmente sim mas, ainda assim e para mim, escrevo-o à mesma.
As notícias e as imagens falam por si. Homens, mulheres, crianças. Seres humanos de todas as idades fogem, como podem, da guerra que se vive do outro lado. Alguns – demasiados – encontram a morte quando é dela que querem fugir. Pelo meio, alguns – não os suficientes – chegam a um sítio qualquer onde esperam encontrar a liberdade, a fortuna (mesmo que essa fortuna seja só ter o que comer na próxima refeição) e um tecto onde dormir.
São famílias inteiras, que só trazem com eles a vontade de viver e a roupa que tem vestida, que procuram algo e que se arriscam a perder tudo e que, por isso, merecem todo o meu respeito e consideração e gostaria, a sério que sim, de os poder ajudar e de lhes dar algum ânimo.
Mas...
e é este mas que me preocupa, quem me garante, a mim e a vocês que, pelo meio, não vem terroristas do Estado Islâmico ou do raio, preparando ataques ou o que seja, de modo a causar estragos (e leia-se, por estragos, mortes) entre os europeus?
Quem me garante que esta situação toda não está a ser orquestrada para que a Europa acabe colonizada por parte dos muçulmanos radicais?
Ajuda-me a pensar nisto o facto de se ter sabido, aqui há uns dias, que, num dos barcos de migrantes – que se saiba foi só num, mas aconteceu – os cristãos que estavam a bordo foram atirados ao mar logo no principio da viagem.
Ajuda-me a pensar nisto o facto de alguns – não todos – exigirem ir para determinados países e não aceitarem ficar em locais onde os podem ajudar.
Ajuda-me a pensar nisto o facto de alguns – não todos – não querem ser identificados e quererem fugir ao controlo das autoridades (e, de, inclusivamente, já ter sido identificado um terrorista no meio deles).
E ajuda-me a pensar nisto a falta de humildade de alguns – muitos – dos migrantes, daqueles que sobrevivem, e que dão entrevistas exigindo comida, casas de banho, vistos, documentos, dinheiro, passagens e o que mais calha.
Mas
e há aqui outro mas que importa.
Aqui, em Portugal, ali em Espanha e mais ao lado, na Grécia assim como na Itália – dando apenas alguns exemplos – também há quem precise de comida, de casa de banho e de uma vida digna. A esses, que são Europeus e que já cá estavam, quem lhes vão dar alguma coisa?
Sou a primeira a dizer que se deve ajudar as pessoas que precisam com o que precisam.
Mas
(esta história tem tantos mas)
quem ajudará quem vai ajudar os migrantes? E a que custo?

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46 comentários

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Maria Alfacinha a 04.09.2015

Não tenho quaisquer sentimentos contraditórios. Prefiro correr o risco de errar, do que de não fazer nada. E olha que já passei - e ainda estou a passar - por experiências muito más, mesmo. E sou constantemente classificada de estúpida por continuar a fazer o mesmo Image
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Magda L Pais a 04.09.2015

E a custo, Alfacinha? a que custo o iremos fazer? 
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Maria Alfacinha a 04.09.2015

A que custo tens vivido? Sabes que quem anda na rua, quem realmente anda na rua a distribuir comida e a tentar arranjar abrigo para quem o quer - porque há quem já esteja tão perturbado que não quer sair de onde está - sabes que são os primeiros a dizer, venham? 
São vidas, são gente que foge de uma situação semelhante à que os europeus já viveram. Que seria desses que sobreviveram se ninguém lhes tivesse estendido a mão? 
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Magda L Pais a 04.09.2015

minha querida idiota (uma private joke, não venham de lá os outros achar que te estou a ofender), eu sei que sim, que são os primeiros a dizê-lo. E eu sou a primeira a dizer que sim também. Mas tambem digo que não, daí os sentimentos contraditórios. Quem precisa, quem realmente precisa, aceita toda a ajuda que lhe possa ser dada e não a exige, não mata um grupo de 15 grupos pelo simples facto de serem cristãos e não se importa de ser identificado se, com isso, significar que terá abrigo. Não te vou dizer que todos se portaram assim porque isso é mentira. Mas a verdade é que isso acontece e é isso que me faz pensar duas vezes.
Bem sei que alguns querem regressar mas outros querem chegar ao país que elegeram e não aceitam qualquer outra opção... mesmo que isso signifique teram a ajuda que tanto desejam. Se é para serem ajudados, qual a diferença entre serem ajudados na Alemanha ou serem ajudados na Hungria, por exemplo?
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Maria Alfacinha a 04.09.2015

Eu entendo o que tu dizes, minha querida idiota ("insulto" com "insulto" se paga) :-) mas em primeiro lugar, dou sempre desconto ao que aparece na comunicação social, pelo que não sei qual será a percentagem de quem acha que vem com os direitos todos. Depois, com toda a franqueza, não preferirias ir para um país onde, supostamente, podem ter emprego e refazer a sua vida? Preferias ser "internada" num campo, ou ficar num país em que vais viver da caridade? Eu até ando espantada em haver gente que quer vir para Portugal (será que querem? será que não estão a ser obrigados?). O que me custa mais nestas "exigências", é que esta gente está iludida com o paraíso que pensam existir na Europa. Mas enfim... não tem bombas (muitas), nem tiroteios (muitos) e ainda há predios em pé e escolas a funcionar... 
Quanto aos extremistas há-os em todo o lado, e o Estado Islâmico já cá anda há muito tempo, até em Portugal já recrutaram jovens inconscientes (e com toda a certeza desocupados e sem nada de melhor para fazer). Achas que são as fronteiras ou os muros que os impedem de entrar?  Ná... 
PS - Se pudesse, eu também ia para a Alemanha :-)
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Magda L Pais a 04.09.2015


(vai andar tudo à nora com esta das idiotas ahahahahah)
eu preferiria que me ajudassem, onde quer que fosse. Muitos deles não, querem, porque querem, ir para determinado país e estão dispostos a lutar para que isso aconteça! Não faz sentido...

A comunicação social impola sempre, é verdade. Mas quando vão entrevistar os migrantes ou refugiados há sempre quem venha de lá com exigências - porque não tem casa de banho, não há comida, querem os papeis, querem ir para aqui e para ali. 
é isto que me deixa a pulga na orelha. Isto e irem dar apoios aos migrantes que os portugueses de gema que já cá estão não tem...
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Maria Alfacinha a 04.09.2015


(idiota para aqui, idiota para ali, do que será que estas duas andam a falar??)
Ó pá! Sabe-se lá o que lhes prometeram, qual foi o destino que pagaram? Porque esta gente pagou! para vir para a Europa. Porque há gente a fazer dinheiro com a miséria dos outros. O problema está na raiz e na razão porque estão a fugir, mas isso já é outra questão e dava "pano para mangas".A mim o que verdadeiramente me incomoda é estarem a passar pelo que estão a passar, é ver famílias inteiras praticamente só com a roupa que têm no corpo, em busca de uma vida melhor. E essa é uma realidade que se arrasta há muito tempo e a que não consigo ficar indiferente.
Mas isto sou eu que choro copiosamente com livros, filmes e música; imagina como é na vida real Image
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Magda L Pais a 04.09.2015

és uma idiota, é o que é. E idiota-mor ainda por cima Image


moça, não sou um pedaço de gelo. Tambem me custa vê-los e saber o que passam. Mas vejo tambem o resto.... e o resto deixa-me com dúvidas.
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Maria Alfacinha a 04.09.2015

Ó minha Idiotinha (desculpa, não resisti Image), mas não disse que eras um bloco de gelo, longe de mim. Eu apenas sou menos receosa, o que nem sequer quer dizer que seja a melhor postura, e nem penso no que de mau pode vir por aí. Mas isso sou eu que não aprendo nunca a proteger-me das asneiras (não digo que seja o caso) que faço.
Num outro registo, nunca teria feito mais de metade das coisas que fiz em toda a minha já longa vida, se o lado mau tivesse peso nas minhas decisões. Claro que nem tudo correu bem, mas isso é outra história Image
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Magda L Pais a 04.09.2015

normalmente até sou bastante optimista e vejo sempre as coisas pelo lado positivo. Neste caso... ambos os lados, positivos e negativos, tem o mesmo peso
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Maria Alfacinha a 04.09.2015

Ora! Não fosses tu uma Sagitariana Image
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M* a 04.09.2015

o problema dos refugiados, na minha perspectiva, é demasiado ampla e um tema delicado. o problema principal é que, para mim, não podemos continuar a tratar homens e mulheres como números ou nacionalidades. é importante assumir que se tratam de pessoas e que, como eles, poderíamos ser nós a estar naquela situação. não podemos simplesmente ignorar e achar que é um problemas deles, que a guerra é coisas que eles devem resolver... e, obviamente, não podemos continuar a achar que é um problema dos refugiados é somente espanhola, italiana, grega ou húngara. 
relativamente à questão do EI, de facto, é preciso tomar medidas urgentes... não só para evitar terroristas fanáticos como, igualmente, para evitar redes de tráfico... o problema é que enquanto a Europa assobiar para o lado, e na minha perspectiva, dificilmente evitaremos tais problemas. aliás, acho difícil que se ultrapasse esse problema quando, muito antes desta crise migratória e humana, a EI já se infiltrava em território europeu e aliciava jovens. 
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Magda L Pais a 04.09.2015

Claro que são pessoas e merecem ser tratados como tal. Quanto a isso não tenho dúvidas, assim como não tenho a menor dúvida que muitos deles realmente precisam. Mas serão todos? é que, pelo meio, já foram apanhados alguns terroristas que se tentavam infiltrar no meio dos migrantes. E a outra questão é: achas que, se fossem os europeus/cristãos a ir para lá, eles ajudavam? ou levariam um tiro na cabeça pelo simples facto de serem cristãos (ou eram atirados borda fora como já foram). 
Depois a arrogância de muitos dos migrantes, as exigências em terem tudo e mais alguma coisa... deixa-me desconfortável e de pé atrás
Não quero, de todo, tratar este assunto de forma leviana, aliás demorei a decidir-me a publicar este post precisamente por causa disso. Mas de facto preocupa-me esta questão e a forma como está a ser tratada.
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Vanessa a 04.09.2015

De acordo!

Tenho andado a pensar nisto nos últimos dias e sentia-me completamente sozinha na minha triste opinião. Li há uns tempos notícias de que até 2020 o estado islâmico queria ocupar grande parte da Europa, pelos vistos estão a conseguir e grande parte da Europa é povoada por cristãos. E porque raio é que vêm para cá 1500 migrantes/refugiados ou o raio que os parta (desculpem lá o termo) com garantias de emprego, educação paga, subsídios para as crianças até terem 16 anos, casa, comida, etc. quando os de cá NUNCA tiveram nem vão ter direito a isso? A UE só financia isto por 1 ano, mais nada!


E se essa gente que foge para cá (Europa) em barquinhos, porque não têm nada onde estão, foram apanhados pela guerra, etc., se realmente fossem pessoas dignas, se realmente fossem pessoas em desespero, qualquer país lhes chegava, faziam os seus registos e isso tudo, sem qualquer tipo de problemas! Afinal, a Europa abriu as portas e ficou de braços abertos para os receber e o que é que eu mais vejo em fotos? Migrantes/Refugiados à pancada e quase a comerem-se uns aos outros para chegarem a algum lado. O que é que eu vejo mais em noticias? "A Hungria bla bla bla", é normal que estejam a defender-se e a querer paz no meio disto tudo, ou não?

Outras coisas que me irritam também é a Europa é aquele continente que é todo numa boa, ajudamos todos os outros, somos uma porcaria a ajudar os países entre si na UE, até os próprios países são uma porcaria a ajudar os seus habitantes e depois eu fico naquela "porque é que agora o EUA não dão uma mãozinha?", "porque é que aqueles que querem meter o nariz em tudo, não vêm cá buscar uns 100mil migrantes para espalharem lá pelo continente deles?". É uma questão pertinente, digo eu.
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Magda L Pais a 04.09.2015

ora ai está uma coisa que me esqueci de falar no texto: a ausencia de posição do resto do mundo como se esta questão fosse apenas Europeia. Não é, é um problema mundial e os EUA, a Russia e outros que tal estão muito caladinhos sem dizer nada.
E a ameaça do EI é real, ou pomos os pontos nos is a tempo e horas ou não nos vamos safar. Depois será tarde demais. Não digo que não se ajude, obvio que não. Mas ajude-se quem realmente precisa e não só porque sim. E ajude-se tambem quem por cá precisa e já cá estava antes


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Vanessa a 04.09.2015

E porque raio é que essa gente vai ter empregos e os de cá nem isso conseguem ter? Também ninguém sabe explicar.
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Magda L Pais a 04.09.2015

porque, provavelmente, vão dar incentivos às empresas que os contratarem. Coisa que não fazem a quem contratar europeus. O que faz todo o sentido (not!)
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Sara a 04.09.2015

Concordo ali com a Alfacinha...Com essa dos terroristas deixamos à sorte inocentes incluído bebés e crianças? Claro que há terroristas no meio, e pessoas más e que querem trabalhar, assim como há pessoas de bem com famílias, pessoas com formação superior e gente em situação tão desesperada que não podemos imaginar - vida melhor é um eufemismo: quando deixas a tua casa, atravessas um deserto inteiro a pé e depois o mar num barco atulhado não foi porque um dia acordaste e disseste - olha a Europa que giro. A parte da ser orquestrada parece-me que já é pelas redes de tráfico que é algo que precisa de ser combatido com urgência - no caso dos sírios eles fogem da guerra e dos extremistas. Como se resolve não sei...Assim atirando para o ar diria que todos vão ter de receber uma parte - para para trás elas não podem ir  empurra-las como entulho tb não dá por muito tempo. Em relação à Hungria eles não querem lá ficar: o país não é prospero, não é colaborante nesta questão e quer enfia-los num gueto. Pessoalmente, creio que nos é fácil falar porque temos um tecto e comida. Se experimentássemos isto na pele...
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Magda L Pais a 04.09.2015

não, Sara, não é fácil falar e não é fácil precisamente por causa dos inocentes que estão pelo meio. E é por isso mesmo que o titulo do post não é: fiquem por lá que não queremos saber de vós. Mas tambem não posso, em consciencia, dizer: venham de lá todos. 
Tenho sérias dúvidas acerca de tudo isto. Vejo inocentes que tudo o que querem é comer e ter segurança - seja num guetto na Hungria ou num campo da Alemanha - e vejo outros que exigem todas as condições que muitos europeus não tem. Vejo quem aceite ser identificado e vejo quem tente fugir quando isso acontece.
As redes de trafico sempre existiram. Terrorismo sempre existiu. Ambos tem de ser combatidos, é um facto. E temos, sem dúvida, de ajudar quem precisa. Deve-se é incluir, no "quem precisa" os europeus que estão sem emprego, sem casa e com sérias dificuldades para se alimentar... tal como alguns os migrantes.
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Sara a 04.09.2015

Acho que estamos a confundir as coisas: emigração é um problema, pobreza é outro e desemprego é ainda outro - não vi ninguém a dizer que se deve deixar os Europeus morrer nas ruas sem apoio. Infelizmente o que leva estas pessoas a fugir (da África sub sariana sempre houve um fluxo constante) é um problema da qual nós não temos culpa nem elas e que não parece em vias de se resolver...Num gueto ninguém deveria viver só o próprio conceito é arrepiante. 
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Magda L Pais a 04.09.2015

as solucões para os refugiados, migrantes, pobres e desempregados passa pelo mesmo - emprego! E o que alguns paises (Portugal incluido) quer fazer é garantir emprego aos migrantes/refugiados. E os pobres e desempregados?
Como diz a Vanessa num dos comentários, estão a quer dar condições aos migrantes que nós não temos. Quando isto acontece... obriga-nos a misturar as coisas.
Guetto, bairro, campo de refugiados, prédio, apartamento. O que interessa, o que devia interessar, era estarem a salvo, fosse da maneira que fosse
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Sara a 04.09.2015

Eles fogem porque nos seus países não há condições - a solução passava por consertar a situação de maneira a que eles não tivessem que vir o que claro é utópico...De resto esse argumento de que eles vão para cá tirar-nos os empregos é perigoso, por variadas razões... Neste momento o que aquelas pessoas são é entulho empurradas de um lado para o outro. Achas que gueto, campo de refugiados e prédio é a mesma coisa? Não podiam ser mais diferentes desde logo pelo nível de desumanização que comportam...Porque não um gueto em Varsóvia? O que deveria interessar é que há seres humanos a precisar de ajuda: cá e lá. Eu tb sou um pouco utópica, não o suficiente para achar que isto se vai resolver.
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Magda L Pais a 04.09.2015

Sara, eu tenho sérias dúvidas de qual é a solução. Não sou, de todo, a melhor pessoa para encontrar a solução porque, se os quero ajudar tambem quero perceber porque é que eles mataram os cristãos que estavam - literalmente - no mesmo barco e porque é que não querem ser identificados. Percebes as minhas dúvidas? não são todos assim, é verdade. Mas há quem seja! pode estar a pagar o justo pelo pecador e eu posso estar a ser injusta. Mas vejo estas coisas, estas atitudes e não gosto. Assim como não gosto que sejam exigentes com o tipo de ajuda que querem. Quem realmente precisa é humilde e aceita o que se pode dar. E divide sem olhar a cor, raça ou religião. E não é isso que se assiste... não é isso que se assiste
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Sara a 04.09.2015

Claro que há, mas vê: todos os anos Lisboa recebe milhares de turistas e enquanto uns são óptimos digamos que há uma percentagem que é terrível: barulho, lixo no chão, etc...Vais chegar completamente as portas ao turismo? Eu tb não sei qual é a solução, presumo que se o sítio de onde eles partem fosse cinco estrelas e eles não partiriam - mas ter guetos cheios, construir muros ou encher vagões de gado não será certamente viável por muito tempo...Do conforto dos nossos lares assistimos a muita coisa. Em relação aos terroristas o que me parece é que já abdicamos de tanta coisa por causa deles, parece que só falta abdicar da nossa própria humanidade.
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Magda L Pais a 05.09.2015


é demasiada coisa a acontecer ao mesmo tempo e demasiadas incertezas. Não podemos comparar turistas a refugiados/migrantes. Os turistas vem e vão-se embora. Os refugiados/migrantes vem para ficar. E ficam. A que custo?


E como alguém perguntou mais acima ou mais abaixo. Estados Unidos, Arábia Saudita, Egípcio (para dar apenas alguns exemplos), onde estão agora? Uns estão lá longe e nem se importam. Outros estão bem perto, também são muçulmanos e fecham-lhes as portas. Faz sentido? não. A ajudar, que se ajude sim. São pessoas, merecem e precisam de ser ajudadas. Mas não só pela Europa, por todo o mundo. Porque, como li noutro lado, as barreiras foram os homens que as ergueram. 
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Sara a 05.09.2015

Foi apenas um exemplo para se perceber o problema das generalizações: não faz sentido comparar turistas e refugiados como não faz sentido comparar crise económica e situação de guerra, desempregados com exilados...Os custos quaisquer que sejam são inevitáveis: o fluxo não vai parar (provavelmente vai aumentar com o aumento dos conflitos) e já é suficientemente vergonhoso ver pessoas amontadas em vagões...Tudo isto é lixado.
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Magda L Pais a 05.09.2015

é lixado e confuso. Muito confuso. Como já disse, muito mixed feelings. Muitos feelings e muito mixed.
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Sim, está a vista que isto é muito  mais do que uma crise de refugiados, queriam acabar com as ditaduras? Era? Agora a Europa está a gramar com as consequências!  É muito bonito clamar por sociedades democráticas e depois nada fazer quando " a bomba rebenta". Os Estados Unidos lá vão sofrendo um atentado de vez em quando, mas é a Europa que se vê a braços com esta torrente de pessoas. (vamos ali deitar um ditador abaixo, que queremos petróleo mais barato, depois eles que se entendam)!
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Magda L Pais a 04.09.2015

e onde ficam os estados unidos no meio desta crise? lá, no cantinho deles, sossegaditos para não serem incomodados. É obrigação de todos ajudarmos quem realmente precisa, sem dúvida, mas é todos, não somos nós, os europeus, só porque estamos mais perto
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Joana a 04.09.2015

Magda acabei de escrever um post sobre as minhas duvidas e acredita que me sinto um pouco menos mal de estar com estas duvidas. Confesso-te que sinto alguma vergonha por ter estas duvidas, afinal sempre achei que todos tínhamos o dever de ajudar quem precisa e tenho o marido a trabalhar no estrangeiro porque aquele país lhe abriu as portas.
Ah a noticia dos cristão mandados ao mar é que me fizeram ficar com duvidas.
Portanto somos pelo menos 2 com ideias parecidas.
Bom fim de semana
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Magda L Pais a 04.09.2015

somos mais, Joana, somos mais. Eu sei que eles precisam e, caramba, não sou insensivel ao ponto de dizer que se matem para lá que não queremos saber deles. Mas temos de perceber quem ajudamos e em que condições. E eles tem de aceitar, não o que querem mas o que lhes podemos dar
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Mula a 04.09.2015

É assim que me sinto Magda, com as tua dúvidas.
Não sou totalmente insensível ao tema, porque há muitos inocentes envolvidos, também haverá muitos culpados certamente, mas há sem dúvidas muitos inocentes. E sinceramente, se é de desespero que falamos, acho que não se podem dar ao luxo de serem esquisitos e quererem escolher o país, as condições, etc, quando os de cá também não escolhem. "Ah e tal são pessoas", claro que são pessoas, mas nós também somos e vivemos como vivemos... Alguém já parou realmente para pensar na quantidade de pessoas que vivem nas ruas em Portugal? São pessoas que igualmente não têm uma casa de banho sua para utilizar, não podem comer quando querem mas sim quando conseguem, não têm acesso a roupas lavadas e a um chuveiro com espuma com creme hidratante... E são também pessoas. Há crianças a dormir nas ruas... alguém já parou para pensar nessas crianças a viver nas ruas?


Vamos supor, que há uma família constituída por mãe e três ou quatro filhos. A mãe, desempregada, vê-se obrigada a abandonar a casa porque o marido (e pai) é um violador, um assassino, um violentador. Nós, moramos num T2, e somos uma família constituída por dois adultos e duas crianças. Os dois adultos são trabalhadores mas vivem com o dinheiro contado. Queremos ajudar, porque até são pessoas conhecidas, muito boas pessoas. Vamos então, tirar todas as condições - que até já não são assim tantas - aos nossos filhos, para ajudar os restantes que aí vêm. Uma coisa é temporariamente, um ponto de passagem que se estabelece ser temporário. Aí devem-se fazer todos os sacrifícios. Outra coisa é os nossos filhos perderem o seu quarto, a sua privacidade, porque uma família com problemas vai ocupar. Sendo que o dinheiro desse casal, que já era pouco para a sua família ainda vai ter de esticar mais um pouco, uma vez mais prejudicando a prole.


É isto que na realidade está a acontecer. Se os refugiados vêm para Portugal, ou para outros países com promessas de emprego, estudos, ... , significa que vão ter prioridade face aos nossos, que já não conseguiam encontrar nada.... É isto realmente que nos estão a pedir.


Claro que a senhora e os filhos vão viver mais miseravelmente que nós, mas não é justo pedirem-nos que sacrifiquemos o nosso futuro, para outros puderem ter um futuro... (vá, apedrejem-me já)


Se existem campos de refugiados, acho que deveriam realmente ir para lá... foi o que aconteceu com a Guerra do Kosovo, e não vi tanto alarido assim. As mulheres quando são vitimas de violência domestica e lhes é arranjado um lar, o estado não lhes dá uma casa, dá-lhes um abrigo, juntamente com muitas outras mulheres vitimas. E tanto quanto sei, arranjam-lhes um lar onde o estado achar que tem espaço. Conheci uma senhora, que era cá do Porto que pediu ajudar, e se ela quisesse integrar essa comunidade de mulheres vitimas de violência domestica teria que deixar cá os seus filhos e ir para o Algarve... 


A verdade é que já não é de agora, mas parece que só o que vem de fora é que tem valor... Claro que face a esta guerra os nossos problemas são menores, são, efetivamente são, mas continuam a existir esses problemas...


Crucifiquem-me e atirem-me aos lobos, mas é isto o que realmente sinto...
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Magda L Pais a 04.09.2015

basicamente é isso mesmo. Não percebo porque são exigentes com o tipo de ajuda que querem e não percebo porque terão beneficios que nós não temos. há imensas crianças que vivem nas ruas, que precisam de ajuda. Não são menos nem mais que as crianças que vem de fora. Inocentes são todas elas.

Se te crucificarem a ti... olha, levem-me a mim de seguida
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Miss F a 04.09.2015

Como sabes também escrevi sobre o assunto, e no meu caso escrevi antes da foto polémica da criança, por isso não fui 'influenciada' por isso. Sou, no geral, a favor de que se recebam os refugiados. Mas sou a favor de controlo muito restrito nas fronteiras para se separar o trigo do joio - embora saiba que isto é muito difícil de conseguir.


Tal como tu tenho receio que venham terroristas pelo meio. Mas tenho mais receio dos terroristas que já cá estão; lembra-te que no Charlie Hebdo foram cidadãos franceses. De origem muçulmana, é certo, mas eram franceses. Eu sou daquelas pessoas que entre salvar um terrorista e deixar morrer cinco refugiados prefiro que venham os seis. 


Naturalmente a Europa não tem capacidade para tanta gente, isso é óbvio, por isso tem que se unir de uma vez por todas e forçar outros países a acolherem refugiados. Mas a política externa europeia ainda é muito incipiente e pautada por desacordos.


Quanto aos que são nossos e também passam fome, isso (vou-te apelar ao coração) é como dizer que não se devem ajudar animais enquanto houver humanos a passarem fome. Temos de tentar ajudar todos, embora saibamos perfeitamente que o mundo nunca será perfeito e haverá sempre fome e miséria, cá e lá.


Mas, em última análise, este assunto vai ter sempre muitos mas.
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Magda L Pais a 05.09.2015


mas como leste, eu não digo que não se ajude. Credo, são seres humanos. E há inocentes no meio de tanta gente que por ali anda. E sim, eles precisam de ajuda.
Mas também há quem não o seja. E o rácio pode ser um que precisa e cinco que são terroristas. E porque é que é a Europa que tem de ajudar - como os migrantes exigem - ou são todos os países (e leia-se mesmo todos os países)?
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José da Xã a 05.09.2015

Magda,


este é um velhíssimo problema. Pagar o justo pelo pecador. Tu tocas no problema que os políticos europeus e não só não querem falar. Chama-se medo!
É este medo dos seus actos que está a reprimir a Europa para atitudes mais humanas. Quase todos são árabes imbuídos daquele espírito revoltado contra o Ocidente que desde muito cedo lhes ensinaram.
O problema será de fácil resolução, desde que queiram: deixem de fabricar armas. Simples, não é?
Mas há muitos países que não querem isso. Europeus incluídos!
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Magda L Pais a 05.09.2015


Sim, tenho medo. Tenho medo de acordar um dia e não poder sair à rua sem ser de burca. Tenho medo de acordar um dia e não poder ser livre de dar as minhas opiniões ou de levar 500 chicotadas porque tenho um blog. Tenho medo que destruam a igreja onde fui baptizada ou que a minha filha seja violada por sei lá quantos homens porque foi ao cinema com as amigas. Exagero? sim, em parte. Mas a verdade é que tenho medo que o EI esteja a cumprir a ameaça que fez de ocupar a Europa e de ninguém estar a contrariar essa ocupação pacifica.
Mas também tenho pena pelos inocentes que estão pelo meio, pelas crianças de todas as idades que só querem sobreviver. Sao seres humanos que estão a fugir duma miséria e que precisam e merecem a chance de sobreviver.
Em suma... estou muito confusa em relação a isto. Muito mesmo

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