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Mulheres que amam demais

por Magda L Pais, em 29.01.15

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Hoje, mais um animal homem Matou mulher à facada enquanto esta dormia e depois enforcou-se. Se, por um lado, me apraz saber que se matou, preferia, muito sinceramente, que se tivesse matado antes. Escusava, a pobre da mulher, de fazer parte das negras estatísticas da violência doméstica em Portugal.

Aqui está um tema que me causa alguns engulhos, a violência doméstica. E não, não estou a falar da violência doméstica contra as mulheres, estou a falar da violência em casa, seja ela perpetrado pelos homens, pelas mulheres ou pelos filhos ou seja ela física, psicológica ou ambas. Sempre me fez confusão porque é que o cônjuge agredido não acaba logo, à primeira agressão, com o casamento.

Li, há muitos anos atrás, li um livro chamado mulheres que amam demais que me fez perceber que esta dependência de quem maltrata é uma doença psicológica (tipicamente feminina apesar de haver homens que também sofrem deste problema) e que tem de ser tratada como tal. A maior parte das pessoas que sofre deste problema não se apercebe e por isso não procura ajuda (e, muitas vezes, ainda se ofendem quando alguém sugere que há algum problema).

Amar demais é desculpar o mau humor, o desprezo. É não gostar das atitudes do outro mas perdoar-lhe tudo, achando que, sendo amável e atraente, o outro acaba por mudar. E é também estar em risco o bem-estar emocional, a saúde e segurança física e tolerar pacientemente que tal aconteça.

Nestes casos, e porque a vítima – na maior parte dos casos – não se apercebe que o é e nem sequer aceita que lhe falem no assunto, o melhor é recorrer a entidades especializadas. A APAV, por exemplo, é uma dessas entidades.

Ajudar uma pessoa que esteja nestas circunstâncias é difícil, muito difícil. Mas é preciso pensar que a sua integridade física pode estar em risco, e só por isso vale a pena lutar. Mesmo que a vítima não o faça.

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20 comentários

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Sofia Margarida a 29.01.2015

Eu não consigo entender o que leva estas pessoas a cometer tamanhas atrocidades :/ 
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Magda L Pais a 30.01.2015

eu não entendo nenhum dos lados - nem quem o faz nem quem o sofre
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Life Inc a 29.01.2015

É assustador sermos confrontadas diariamente com notícias destas... Concordo quando dizes que é uma doença psicológica.

xoxo
cindy
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Magda L Pais a 30.01.2015

só pode ser. Não são pessoas normais, de certeza
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Sara a 29.01.2015

É muito complicado: a vítima pode não ter noção que corre risco de vida, pensa que o agressor vai mudar e acaba por entrar num ciclo de agressão - perdão - agressão, muitas podem ter medo que o agressor venha atrás delas, o que acontece de facto devido á inépcia de um sistema que as devia proteger, podem estar economicamente dependentes ou não ter apoio de familiares (culpar a vitima ainda é usual...), com filhos pior ainda. Deviam existir mais campanhas sobretudo para sensibilizar quem está de fora e especialmente dirigidas ás jovens porque a violência começa antes do casamento e é preciso deixar de representar a agressão como uma coisa romântica que é uma ideia que está por tudo o lado.

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Magda L Pais a 30.01.2015

exactamente o que eu penso, em relação aos jovens. Muitos acham normal que a agressão aconteça. Não é. é preciso alertar vezes sem conta que não é.
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Sara a 30.01.2015

Romantizar a violência é uma ideia que está por todo o lado e as pessoas engolem na maior parte dos casos sem sequer reflectir, infelizmente...

 

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Magda L Pais a 01.02.2015


ajudado, e muito, por alguns livros que.. enfim
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Sara a 01.02.2015

É verdade...E as salas de cinema vão estar a abarrotar. Depois de ler este texto fiquei com vontade de divagar um pouco sobre o assunto, vou colocar um link a remeter para aqui, se não fizer mal.

 

 

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Magda L Pais a 01.02.2015


estás à vontade

Sim, já vi as noticias sobre isso e fiquei estupefacta
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Just_Smile a 29.01.2015

Pena o nosso país ainda achar que 'entre marido e mulher não se mete a colher', mete-se a colher, a vassoura, a frigideira e o que for preciso. É preciso mudar mentalidades para se conseguir salvar vidas...
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Magda L Pais a 30.01.2015

é preciso mudar as mentalidades de todos - agressor, vitima e sociedade. Muitos assistem, impávidos e serenos e não fazem nada.... deviam fazê-lo
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Cris a 30.01.2015

Mulheres que se amam de menos seria mais correcto... Por muito que falem na televisão, nos jornais, nas rádios, é muito difícil mudar certas mentalidades.
É preciso tempo e tempo é o que estas mulheres, por vezes, não têm... As mulheres não são um objecto, um troféu ou uma peça de caça, são seres humanos! Afinal, infelizmente, não estamos assim tão afastados dos países muçulmanos...
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Magda L Pais a 30.01.2015

Amam-se de menos a elas e demais ao agressor. A realidade é essa, de facto. por isso lhe perdoam todo e acham que eles mudam. A verdade é que não, não mudam. Mas, infelizmente, muitas delas só se apercebem disso quando é tarde demais
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José da Xã a 30.01.2015

Magda,
como homem, casaco, católico e pai de dois filhos, enoja-me estes homens e mulheres que fazem dos conjuges um mero "saco de areia".
A violência doméstica advém quase sempre duma educação também ela violenta.
Estes casos obrigam-nos a uma questão: onde ficam então os brandos costumes que, dizem, caracteriza o nosso povo?
Este texto mereceia ser destacado.
Bom FDS.
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Magda L Pais a 30.01.2015

fazer dos familiares, sejam eles quem forem (pais,filhos, conjuges) como sacos de pancada é das coisas que mais me custa engolir, de facto.
Obrigado pelo teu destaque :D Se quiseres podes sugerir à equipa do sapoblogs
Bjs e bom fim de semana
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Às vezes pergunto-me se os homens portugueses são dotados de algum gene alterado que dê nisto, porque não encontro exlicação lógica para tanto assassino!
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Magda L Pais a 31.01.2015


são anormais. é a única explicação (não necessariamente lógica) que encontro
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BataeBatom a 02.02.2015

Cada vez mais casos... Que tristeza!
É moda?! Não sei, mas amor não pode ser.
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Magda L Pais a 02.02.2015

eu acho que é estupidez do agressor e doença da vitima... junta-se a fome com a vontade de comer

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