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Hoje, mais um animal homem Matou mulher à facada enquanto esta dormia e depois enforcou-se. Se, por um lado, me apraz saber que se matou, preferia, muito sinceramente, que se tivesse matado antes. Escusava, a pobre da mulher, de fazer parte das negras estatísticas da violência doméstica em Portugal.
Aqui está um tema que me causa alguns engulhos, a violência doméstica. E não, não estou a falar da violência doméstica contra as mulheres, estou a falar da violência em casa, seja ela perpetrado pelos homens, pelas mulheres ou pelos filhos ou seja ela física, psicológica ou ambas. Sempre me fez confusão porque é que o cônjuge agredido não acaba logo, à primeira agressão, com o casamento.
Li, há muitos anos atrás, li um livro chamado mulheres que amam demais que me fez perceber que esta dependência de quem maltrata é uma doença psicológica (tipicamente feminina apesar de haver homens que também sofrem deste problema) e que tem de ser tratada como tal. A maior parte das pessoas que sofre deste problema não se apercebe e por isso não procura ajuda (e, muitas vezes, ainda se ofendem quando alguém sugere que há algum problema).
Amar demais é desculpar o mau humor, o desprezo. É não gostar das atitudes do outro mas perdoar-lhe tudo, achando que, sendo amável e atraente, o outro acaba por mudar. E é também estar em risco o bem-estar emocional, a saúde e segurança física e tolerar pacientemente que tal aconteça.
Nestes casos, e porque a vítima – na maior parte dos casos – não se apercebe que o é e nem sequer aceita que lhe falem no assunto, o melhor é recorrer a entidades especializadas. A APAV, por exemplo, é uma dessas entidades.
Ajudar uma pessoa que esteja nestas circunstâncias é difícil, muito difícil. Mas é preciso pensar que a sua integridade física pode estar em risco, e só por isso vale a pena lutar. Mesmo que a vítima não o faça.
É muito complicado: a vítima pode não ter noção que corre risco de vida, pensa que o agressor vai mudar e acaba por entrar num ciclo de agressão - perdão - agressão, muitas podem ter medo que o agressor venha atrás delas, o que acontece de facto devido á inépcia de um sistema que as devia proteger, podem estar economicamente dependentes ou não ter apoio de familiares (culpar a vitima ainda é usual...), com filhos pior ainda. Deviam existir mais campanhas sobretudo para sensibilizar quem está de fora e especialmente dirigidas ás jovens porque a violência começa antes do casamento e é preciso deixar de representar a agressão como uma coisa romântica que é uma ideia que está por tudo o lado.
Romantizar a violência é uma ideia que está por todo o lado e as pessoas engolem na maior parte dos casos sem sequer reflectir, infelizmente...
É verdade...E as salas de cinema vão estar a abarrotar. Depois de ler este texto fiquei com vontade de divagar um pouco sobre o assunto, vou colocar um link a remeter para aqui, se não fizer mal.
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