layout - Gaffe
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(Depois dum final de tarde na praia, o dia a seguir é passado assim)
Contava-me aqui há dias uma amiga que, quando lhe perguntaram onde ia de férias e ela respondeu que não iam sair de casa porque a cadela mais velha está doente e não pode viajar, ficaram a olhar para ela como se fosse uma ave rara e ainda disseram, escandalizados: mas não vais por causa da cadela?
Ora vamos lá a ver. Se um de vocês, em casa, estiver doente e não poder ir viajar ou, eventualmente, esteja em risco de vida, os outros vão, alegremente, de férias e borrifam-se para o doente? Se é isso que fazem, bom, então sim, admito que fiquem escandalizados por uma família não abandonar um dos seus membros por essa mesma razão. Se não o fazem, então porque razão se admiram que alguém o faça?
Quando adoptamos – ou melhor, quando fomos adoptados – a Bunny e a Saphira as nossas meninas, elas passaram a fazer parte integrante da família. São animais, é verdade, tem quatro patas em vez de duas, mas as diferenças terminam por ai. Assumimos, com elas, um compromisso que só cessará no dia em que elas morram. Tal como num casamento, é um compromisso a cumprir no bem e no mal, na alegria e na tristeza, na saúde e na doença.
E é, também, um compromisso a cumprir no Verão e no Inverno, no Outono e na Primavera. Todos os dias do ano.
Até que a morte nos separe.
E porque assumi esse compromisso – aliás, assumimos todos lá em casa – tal como a minha amiga, seria incapaz de ir de férias se uma delas estivesse doente e não pudesse viajar.
Tal como faria com qualquer outro membro de família.
Pena que algumas pessoas não o façam e abandonem membros da família por desculpas esfarrapadas.
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