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Não!

por Magda L Pais, em 05.12.16

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Estamos a chegar ao Natal, altura em que muitas crianças pedem um cão ou um gato. E em que muitos pais cedem sem pensar nas consequências ou sequer pensar nos animais. Calam os filhos - nem que seja por uns dias - e depois... bem, depois é o que sabemos.

Faz dia 6 de Janeiro próximo quatro anos que a nossa Bunny nos adoptou. Estava numa loja que promove a adopção de animais (e até oferece um kit de adopção com várias coisas que precisamos para os animais) e chorava que se desunhava na pequena gaiola (na verdade ela própria era minúscula). Foi amor à primeira vista e, sem pensarmos muito bem (e, ao mesmo tempo, tendo consciência que seria um compromisso para 17/18 anos), a Bunny veio connosco para casa. Desde esse dia e não houve um segundo em que qualquer um de nós colocasse essa decisão em dúvida ou pensasse sequer que tinha sido melhor não sermos adoptados por ela.

Sabem porque vos conto isto? porque a Bunny foi um presente de Natal que alguém decidiu oferecer. Fará no próximo dia 24 de Dezembro quatro anos que alguém entrou naquela mesma loja e levou a Bunny e que, depois a 6 de Janeiro, voltou à mesma loja para a devolver porque: 1. fazia xixi, 2. fazia cocó, 3. gania e ladrava. 4. largava pêlo. Vamos pensar todos em conjunto. A Bunny é um animal. Todos os animais fazem xixi e cocó. Porque é que a Bunny seria diferente? Continuemos a pensar. A Bunny é uma cadela. Cães ladram e ganem. A menos que a Bunny fosse muda, o mais normal seria que ladrasse ou ganisse. É a forma dela comunicar. E quanto ao pêlo? bem, não conheço animal algum que tenha pêlo e que não o largue.

Tivemos sorte. Apesar das razões estúpidas que levaram a que a Bunny fosse devolvida à loja, a verdade é que, se isso não tivesse acontecido, hoje não a teríamos connosco e as nossas vidas seriam muito menos felizes. Mas o caso da Bunny é um em milhares de animais que são adoptados no Natal e abandonados ao fim de pouco tempo. Pelas mesmas razões que a Bunny ou por outras (onde se inclui a famosa cresceu...).

É por isso que digo Não! Não à adopção irresponsável de animais que correm o risco de engrossar a fileira dos abandonados nas associações ou à mercê da sua má sorte na rua. Não! Não à oferta de animais no Natal sem tentarem perceber primeiro se tem condições para o fazer. Não! a ceder à vontade de crianças só por capricho ou para as calar.

Mas sim! se realmente o pode e quer fazer, sim! Se tem noção de que vai gastar dinheiro sem fim em vacinas, chip, esterilização, registos, comida, etc e tal. Sim! se sabe que os animais largam pêlo, que ladram, que miam, que fazem as suas necessidades fisiológicas (de início em casa) e que é preciso limpar. Sim! se sabe que ter um animal é ter um compromisso a longo prazo. Seguramente que sim!

Caso contrário.. não adopte, não compre, não tenha um animal. Merece tanto, mas tanto, o meu (e provavelmente dos outros) respeito se optar por não ter um animal como se o tivesse.

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29 comentários

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Sofia a 05.12.2016

Eu, desde que tenho a minha cadela Jane, sou demasiado sensível a histórias de abandonos de animais. A maneira como adotámos a Jane também esteve longe de ser a ideal. A minha mãe viu-a, apaixonou-se por ela, conseguiu convencer o meu pai e trouxe-a para casa sem dizer mais nada a ninguém. A minha irmã reagiu muito bem, que sempre quis um cão, eu só dizia "Mãe, o que é que fizeste? Mãe, o que é que fizeste?". As primeiras semanas foram terríveis (até porque não sabíamos nada de cães) e eu cheguei a pôr a hipótese, não de abandoná-la, mas de oferecê-la a alguém que estivesse melhor preparada para adotá-la. Mas cerrámos os dentes, aprendemos a tomar conta dela e hoje não passo sem ela. 


Um dos motivos pelos quais isto acabou por funcionar foi porque somos quatro adultos (a mais nova, a minha irmã, tinha dezassete anos quando adotámos a Jane), às vezes cinco ou seis para tomar conta dela. Numa casa com miúdos seria muito mais difícil uma adoção impulsiva como a nossa resultar. Por isso, assino por baixo: pensem antes de adotar.
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Magda L Pais a 05.12.2016

A adopção da Bunny também foi por impulso. Felizmente tivemos a ajuda preciosa da veterinária que já conhecíamos por causa dos coelhos e que nos ajudou em tudo e mais um par de botas. Sem isso teria sido mais difícil, naturalmente. E nunca pensamos em desistir. A nossa piquena (assim como a Saphira) são a luz dos olhos de toda a gente cá em casa

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