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Quando vos perguntei onde paravam os direitos dos mais altos e dos mais pesados? falei-vos que o meu maridão (sim, ão... porque um homem com 1.93m e 145 kg dificilmente pode ser outra coisa) estava a realizar alguns exames médicos. Quer dizer, estava nada que alguns deles não pode fazer por ser grande.
Na verdade o percurso que o Miguel (o marido) fez com exames e consultas levou-me a perguntar para onde caminhas, serviço nacional saúde?
Mas chegamos, finalmente, ao dia de hoje. Um ano e alguns meses depois do início dos sintomas, hoje (talvez a esta hora) a operação realiza-se. Dois bypass coronários. Uma operação que é simples para os médicos, e muito complicada para quem está de fora.
Confesso que já tive alguns momentos em que estive apreensiva com esta intervenção. Sim, sabemos que, para os cirurgiões especializados nesta área, é quase tão complicado como tirar um dente (já vos disse que odeio dentistas?). Mas caramba, é na nossa máquina que estão a mexer.
Eu sou uma optimista. Para mim o copo está sempre cheio o suficiente. Não meio cheio mas o suficiente para o que se quer. Não aceito as coisas por meio, só aceito que as coisas corram bem. E mesmo quando algo corre mal, acredito piamente que há um lado positivo. Basta saber procurar.
Acredito, por isso, que esta operação ao coração é o caminho para que o rapazola se sinta melhor. Para que possamos, dia 25 deste mês, comemorar os 51 anos de casados. Ah.... esperem, são só 15!.. Ups...foi uma troca de mãos...
Enfim, positivismo.
O mesmo positivismo que leva a que o meu marido, quando lhe falamos que ia ter uma semana de férias da família, respondeu:
sim, sim, vou estar de férias em Lilliput.
Ou quando lhe perguntaram em que hospital ia ser operado, respondeu:
No Portugal dos Pequeninos...
E quando falava à mãe que ia ser internado na segunda-feira, explicou:
Na segunda vou para lá para ir afiar as facas e limpar a sala. Depois na terça, o talho abre às 8h.
E ontem lá fomos. Falamos com o fisioterapeuta, a anestesista, os enfermeiros e com o médico. Nós sentados no refeitório, e eles iam e vinham. Sentimo-nos importantes, parecia que estávamos a entrevistar candidatos a um emprego.
A conversa com o médico foi simpática, achei importante ter desmitificado a operação e nos ter dito que o bypass coronário é a operação mais simples que ali fazem. Foi tudo explicado, desde o momento em que vai para a sala até ao momento em que sai dos cuidados intensivos. Foi também importante vermos outros doentes que já estavam a recuperar da mesma operação e que estavam frescos e fofos.
Depois confirmamos. Para medir a tensão arterial, a manga teve de ser colocada perto do pulso porque no local do costume não prendia. Foram-lhe dadas duas batas para vestir uma à frente e outra atrás...Enfim, o homem é todo grande, nada a fazer.
E o Sr António, esquecia-me do Sr António. Que fala e fala e fala. Que vai ser operado a uma válvula mitral (é assim que se escreve?) mas que parecia que ia visitar alguém. Que estava bem disposto e que falou imenso connosco quando chegamos ao hospital e que, depois, teve o médico dele vir buscá-lo porque estavam à espera dele para fazer mais um exame... uma simpatia de senhor.
E isto é o mais importante. Mesmo numa operação. Simpatia e confiança que tudo vai correr bem. Porque vai!
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