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Nas férias, no Natal, no Inverno. Porque fazem xixi, porque ladram, porque deitam pelo. Porque nasce um bebé, porque mudam de casa ou de cidade. Porque estão velhos, porque são novos, porque estão doentes ou porque precisam de vacinas. Porque roem os livros. Porque há alergias, porque o veterinário é caro, porque...
Mil e uma razões, nenhuma delas realmente válidas. Não há, realmente, razões válidas para abandonar os animais. Quando se adopta um cão, um gato, um coelho ou uma tartaruga, assumimos um compromisso. Com eles, com os animais que passam a fazer parte da nossa família. Um compromisso até que a morte nos separe.
A nossa família, neste momento, tem 4 seres de duas patas e 4 seres de quatro patas. A Bunny e a Saphira adoptaram-nos como família há quatro anos. Podem, se tiverem curiosidade, saber a história da adopção da Bunny aqui e da adopção da Saphira aqui.
Desde o primeiro dia (e apesar de ter sido uma adopção de impulso) que assumimos o compromisso de dar o nosso melhor pelas nossas meninas. Em tudo. E isso inclui virem de férias connosco para Sesimbra. E leva-las à praia quando anoitece e poucos seres de duas patas lá andam. Elas deliram, a Bunny dentro de água e a Saphira na areia. Correm, brincam, nadam, escavam, sempre sobre o nosso olhar atento. E mesmo que isso signifique que jantamos à meia noite não faz mal porque só olhar para a felicidade delas é mais que suficiente.
A Samedi e a Riscas são as nossas coelhas. Essas ficam em casa. Nos primeiros anos - quando tínhamos seis coelhos - vinham também connosco mas entretanto percebemos que era muito stressante para os coelhos saírem do seu ambiente e por isso a nossa amiga Nanda vai lá a casa uma ou duas vezes por dia para tratar da Samedi e da Riscas.
A União Zoófila está a juntar, num só álbum, as fotos que lhes são enviadas de animais em férias. Ora espreitem lá como os animais ficam tão felizes com os seus donos.
Pela minha parte... ora vejam as nossas meninas:
(férias na praia, para a Bunny, implica nadar atrás das gaivotas)
A Saphira é muito ciosa das minhas leituras...
As quatro meninas, pouco antes de virmos de férias. A Samedi é a coelha preta, mãe das Riscas
Já a Saphira só entra na água se for obrigada ou se for a correr atrás da Bunny. Prefere escavar ou rebolar na areia
Impossível resistir a este ar de felicidade
Estamos a chegar ao Natal, altura em que muitas crianças pedem um cão ou um gato. E em que muitos pais cedem sem pensar nas consequências ou sequer pensar nos animais. Calam os filhos - nem que seja por uns dias - e depois... bem, depois é o que sabemos.
Faz dia 6 de Janeiro próximo quatro anos que a nossa Bunny nos adoptou. Estava numa loja que promove a adopção de animais (e até oferece um kit de adopção com várias coisas que precisamos para os animais) e chorava que se desunhava na pequena gaiola (na verdade ela própria era minúscula). Foi amor à primeira vista e, sem pensarmos muito bem (e, ao mesmo tempo, tendo consciência que seria um compromisso para 17/18 anos), a Bunny veio connosco para casa. Desde esse dia e não houve um segundo em que qualquer um de nós colocasse essa decisão em dúvida ou pensasse sequer que tinha sido melhor não sermos adoptados por ela.
Sabem porque vos conto isto? porque a Bunny foi um presente de Natal que alguém decidiu oferecer. Fará no próximo dia 24 de Dezembro quatro anos que alguém entrou naquela mesma loja e levou a Bunny e que, depois a 6 de Janeiro, voltou à mesma loja para a devolver porque: 1. fazia xixi, 2. fazia cocó, 3. gania e ladrava. 4. largava pêlo. Vamos pensar todos em conjunto. A Bunny é um animal. Todos os animais fazem xixi e cocó. Porque é que a Bunny seria diferente? Continuemos a pensar. A Bunny é uma cadela. Cães ladram e ganem. A menos que a Bunny fosse muda, o mais normal seria que ladrasse ou ganisse. É a forma dela comunicar. E quanto ao pêlo? bem, não conheço animal algum que tenha pêlo e que não o largue.
Tivemos sorte. Apesar das razões estúpidas que levaram a que a Bunny fosse devolvida à loja, a verdade é que, se isso não tivesse acontecido, hoje não a teríamos connosco e as nossas vidas seriam muito menos felizes. Mas o caso da Bunny é um em milhares de animais que são adoptados no Natal e abandonados ao fim de pouco tempo. Pelas mesmas razões que a Bunny ou por outras (onde se inclui a famosa cresceu...).
É por isso que digo Não! Não à adopção irresponsável de animais que correm o risco de engrossar a fileira dos abandonados nas associações ou à mercê da sua má sorte na rua. Não! Não à oferta de animais no Natal sem tentarem perceber primeiro se tem condições para o fazer. Não! a ceder à vontade de crianças só por capricho ou para as calar.
Mas sim! se realmente o pode e quer fazer, sim! Se tem noção de que vai gastar dinheiro sem fim em vacinas, chip, esterilização, registos, comida, etc e tal. Sim! se sabe que os animais largam pêlo, que ladram, que miam, que fazem as suas necessidades fisiológicas (de início em casa) e que é preciso limpar. Sim! se sabe que ter um animal é ter um compromisso a longo prazo. Seguramente que sim!
Caso contrário.. não adopte, não compre, não tenha um animal. Merece tanto, mas tanto, o meu (e provavelmente dos outros) respeito se optar por não ter um animal como se o tivesse.
Diz que se comemora hoje o dia do animal abandonado.
E eu, que até tinha pensado não escrever nada no blog hoje
(porque, epá e tal, é dia 15 de Agosto, há imensas filas de trânsito de pessoal que vai e pessoal que vem de férias, está tudo ao abandono e, o que não está ao abandono, está a falar de futebol e dos sms que foram mas não foram e, assim como assim, ia lendo mais um bocadinho ou apanhava um ventinho simpático)
resolvi vir escrever.
E resolvi vir escrever porque hoje, dia do animal abandonado, parece que, de propósito, vejo imensas (mais que o normal) publicações no facebook de pessoas que foram dar as suas voltas e deram com cães abandonados por todo o lado. Na praia, à porta de casa, no caixote do lixo mais próximo, na rua, etc. E, como se tal não fosse suficiente, ainda deixam bebés, cachorritos de terna idade, adultos, jovens e velhotes. Deixam cadelas, deixam cães, haja alegria que variedade não falta.
Deixam-nos para trás como se fossem lixo, como se fosse uma peça de mobília estragada que já não fica bem em casa. Como umas calças que ficaram apertadas ou uma blusa que se rasgou. Ou se calhar nem tanto, porque as calças mandam-se alargar, a blusa coze-se mas o animal, esse, deixa-se ao Deus dará, abandona-se à sua sorte - que, por esta altura, já percebemos que não será nenhuma porque o dono ou a dona que lhe calhou é mais animal que ele próprio.
Será assim tão complicado perceber para essas alminhas do diabo, que, quando adoptamos um animal, é para a saúde e doença e que os animais não são coisas, não são objectos dos quais nos podemos esquecer por ai?
Os animais, meus senhores, os animais sois vós, os que os abandonam. Porque eles, os cães, cadelas, gatos ou gatas, respeitam-vos e amam-vos mais do que vocês a eles. E eles não vos abandonariam (apesar de vos os merecerem).
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