Saltar para: Posts [1], Pesquisa e Arquivos [2]

De acordo com o jornal Rostos, 

O Grupo Transtejo procedeu à atualização tecnológica das suas máquinas automáticas de venda de títulos, possibilitando, em todas elas, a realização de pagamentos com cartão bancário das redes Multibanco e Visa Electron.

Nós que vivemos no Barreiro agradecemos a fantástica oportunidade que é poder comprar os passes e os bilhetes com cartão multibanco.

Agora...

bom bom era haver mais barcos. Ou que os barcos cumprissem horários. Ou não serem suprimidos sem pré-aviso. Ou que fossem limpos. Sei lá, assim na loucura, que pudéssemos confiar tanto nos barcos como nas máquinas automáticas que vamos ter ao nosso dispor.

Mas isto sou eu a ser exigente, claro que sim. Compra de bilhetes é que está a dar, ter onde os usar não importa...

Autoria e outros dados (tags, etc)

Barcos & Nevoeiro

por Magda L Pais, em 27.11.14

WP_20141127_001.jpg

Foi mais ou menos em 1988 (século passado, portanto), ou seja, há mais ou menos 27 anos (mais coisa menos coisa) que comecei a fazer a travessia Barreiro/Lisboa/Barreiro de barco. De manhã para Lisboa, à tarde para o Barreiro.

Nestes 27 anos houve várias coisas que mudaram.

Há 27 anos atrás o barco estava dividido em classes – a primeira e a segunda. Na segunda classe os bancos eram de suma-a-pau, que é como quem diz de madeira. Duros que só visto. Na primeira classe os bancos eram de napa, bastante mais macios. Quem tinha o passe, como eu, só viajava na primeira classe se pagasse o excesso. Lá andava o revisor a verificar quem tinha o bilhete de primeira ou quem tinha de pagar o excesso. Uma das coisas que havia nas duas classes eram os cortinados. Muito nojentos, com todo o tipo de bichos a passear neles.

(lembro-me de, um dia, que ia a dormir no barco, abrir os olhos e ver um senhor quase a atirar um livro directo á minha cara e que me passou mesmo ao lado… o senhor tinha visto uma barata a passear mesmo perto da minha cabeça e quis matá-la)

Hoje não há classes nem cortinados. Os bancos são todos de plástico, menos confortáveis mas mais laváveis (e acreditem que, com a falta de cuidado que os utentes tem, ainda bem que são mais laváveis).

Há 27 anos atrás, em condições normais, a viagem demorava 30 minutos. E hoje, em condições normais demora 20 minutos.

Há 27 anos, quando estava um dia de nevoeiro – como hoje – a duração da viagem era uma incógnita. Podíamos demorar uma hora ou mais. E hoje, 27 anos depois, muitas mudanças depois, num dia de nevoeiro, como hoje… a duração da viagem continua a ser uma incógnita. É extraordinário, pela negativa, que tenha havido tanta evolução em todos os sistemas e que haja radares e o diabo a sete mas que os barcos que fazem a travessia Barreiro/Lisboa/Barreiro continuem, como no século passado, a demorar o dobro do tempo (quando não mais) a fazer o mesmo trajecto.

E de quem será a culpa? Dos utentes não é certamente, até porque, muitos de nós, querem é chegar rapidamente ao destino e que, por culpa do nevoeiro, não o conseguem fazer.

Tantas greves parvas (a grande maioria delas, diga-se) que os trabalhadores da Transtejo fazem e tanta luta, será que não podem fazer uma para que os radares funcionem? Ou será que não a fazem porque os radares funcionam, eles é que não sabem trabalhar com eles?

Hoje, 27 anos depois do início das viagens regulares de barco para Lisboa, senti-me transportada no tempo e voltei a estar 40 minutos na estação do Barreiro à espera dum barco (em hora de ponta) e a viagem demorou 45 minutos. E tudo porque a manhã estava como se pode ver na foto.

Se calhar valia a pena alguém, na Transtejo ou nos Sindicatos, pensar nisto.

Despeço-me com amizade (a minha singela homenagem a mais um ícone da minha infância que desapareceu hoje – o Eng Sousa Veloso).

Autoria e outros dados (tags, etc)


Mais sobre mim

foto do autor




Posts mais comentados





Subscrever por e-mail

A subscrição é anónima e gera, no máximo, um e-mail por dia.