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Uma experiência lá fora

por Magda L Pais, em 30.10.18

A propósito da ida da minha filha para Inglaterra para estudar (podem ler toda a história aqui) convidei a Sweetener a falar da sua experiência, já que ela também foi para Inglaterra estudar. Ou, pelo menos, tentou.

Olá, sou a Sweetener, autora do blog com mesmo nome. Fui convidada pela Magda para falar sobre a minha experiência com a empresa que me ajudou a ir estudar para o Reino Unido, há três anos atrás. Por ter sido há tanto tempo, peço que confirmem, nomeadamente valores, pois podem ter mudado no decorrer deste tempo.

Tudo começou com uma palestra na minha escola secundária. O fundador, André Rosendo, deu uma belíssima palestra, que encantaria qualquer um. Ter a possibilidade de estudar em Londres, com propinas financiadas era um sonho. Sabia que a minha mãe não tinha possibilidades de me colocar a estudar no país e a oferta pareceu-me boa para perder a oportunidade de tentar.

Pesquisei exaustivamente tudo o que encontrei sobre a empresa, o projecto e as condições. Pedi feedback e percebi que era fidedigna. Juntei toda a informação possível e abordei o assunto em casa. Inicialmente a ideia não foi muito bem recebida. A minha mãe ficou céptica, achou que era a galinha dos ovos de ouro. Mas com o tempo (e a minha persistência) lá acabou por aceitar e ser o meu maior apoio.

A "oferta" consistia em tirar uma licenciatura no Reino Unido, com propinas financiadas. As mesmas, só seriam pagas após a conclusão do curso e apenas se auferíssemos de mais de 2000€/mês (existe uma tabela).

Marquei reunião nos escritórios da Ok Estudante em Lisboa, onde recebi todas as informações quanto ao que fazer e os prazos da candidatura. Candidatei-me a fotografia, para uma universidade no centro de Londres. Como foi já no final do ano lectivo (Julho), e o curso que escolhi tinha como prova de ingresso um portefólio, não consegui entrar em Setembro desse ano. Parei então um ano, onde arranjei trabalho para ajudar a pagar as despesas do processo, tive tempo para investir num curso de inglês - coisa que aconselho vivamente a fazerem caso pretendam embarcar nesta aventura. E estava pronta.

Em Janeiro seguinte, enviei o meu portefólio e passados 15 dias recebi a Condicional Offer. Este documento, é uma pré-aceitação na universidade. É como que temos um lugar reservado pelo nosso portefólio (no meu caso) mas não entrámos oficialmente. O mais importante, e sem o qual, não há aceitação para ninguém é o IELTS - international english language testing system. Como o nome diz, é um exame de inglês avaliado de 0 a 9, em quatro parâmetros: leitura, audição, escrita e falado. O mínimo de entrada é ter uma média de 6, sendo que não podemos tirar menos de 5,5 em nenhum dos parâmetros. Em 2015, o exame custava 205€.

Os resultados demoraram cerca de um mês a chegar e com eles, chegou também a minha Incondicional Offer: era aluna no Reino Unido.

Existem várias ofertas de alojamento. Eu optei pelas residências, onde apesar de pagar mais, me senti mais segura. Conheci pessoas que foram para um hotel por semanas até encontrar uma boa casa ou quem já tivesse conhecimentos e tivesse onde ficar.

Todo o processo foi tratado pela Ok Estudante. Todos os documentos, envios Portugal-Reino Unido foram suportados por eles. Pelo pacote de serviços, pagámos 595€.

Setembro chegou no ápice e lá fui. Infelizmente, acabei por desistir pouco tempo depois, regressando a Portugal e não voltei a estudar. As saudades falaram mais alto...

A quem tem este sonho, seja pelo Reino Unido, seja pela licenciatura, seja pelo que for: aconselho vivamente a viverem a experiência. Volto a referir que isto se passou há três anos e que entretanto com o Brexit, não sei se o que digo se mantém correto.

E pronto, posso ter-me esquecido de algum ponto mas aqui está o meu testemunho.

(se quiserem saber os valores e condições actuais, aqui estão elas)

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Como se livrar duma filha... #8

por Magda L Pais, em 19.10.18

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Ora vamos lá a factos muito úteis para se verem livres dos vossos filhos, despachando-os para o Reino Unido.

Estas informações são as válidas nesta data e com o Brexit à porta. A conversão de libras para euros foi feita à taxa de cambio à data deste post.

Até Setembro de 2019 (inclusive), os estudantes da União Europeia beneficiam do financiamento de Propinas, nas mesmas condições que os estudantes ingleses.

As propinas no Reino Unido têm um valor de 27 750 GBP (31.523,11 EUR) para os 3 anos de Curso (ou 4 se incluirmos o Foundation Year, sendo que, neste caso, acrescem mais 9.250 GBP/10.508,88 EUR).

Este valor é subsidiado pela Student Loans Company – Órgão do Estado Britânico que se substitui aos estudantes no pagamento das propinas às Universidades.

Apenas e só quando o aluno termina a licenciatura e entra no mercado de trabalho é que é elegível para iniciar o pagamento do empréstimo. Mas, ainda assim, só a partir do momento em que venha a auferir mais de 25 000 GBP/Ano (28.399,20 EUR/ano) é que terá de proceder à devolução do montante que o Estado investiu.

Por exemplo:

  1. Partimos do exemplo que viria a auferir 29 000 GBP/ano (32.943,07 euros/ano)
  2. O cálculo para devolução faz-se a partir da diferença do patamar das 25 000 GBP (28.399.20 EUR)
  3. Ou seja, 4.000 GBP (4543.87 EUR) – Desta diferença teria de devolver 9% ao ano, ou seja 360 GBP (408.95 EUR), o que dividido pelos 12 meses do ano, daria um valor mensal de 30 GBP (34.08 EUR), acrescido à taxa de aproximadamente 3%. Ou, de outra forma, para um rendimento médio mensal de € 2.745,00, o valor mensal a liquidar é de cerca de € 35,00.

Mas se o aluno quiser pagar um valor superior, pode fazê-lo que ninguém impede.

Há duas empresas – pelo menos – em Portugal que tratam de tudo. A Ok Estudante e a Information Planet. Os serviços da primeira custam € 597,00 e os da segunda custam € 595,00 (ambos os valores já com o IVA incluído). A Information Planet não cobra pelas traduções e inclui o processo de financiamento. A OK Estudante cobra traduções, testes e não faz o Financiamento

Nós optamos pela Information Planet. Não foi uma questão de preço – que na altura nem sabíamos qual seria o da OK Estudante – mas sim uma questão de empatia com o Education Planner que ficou com o processo da Maggie (até já tínhamos reunião na OK Estudante que depois acabamos por desmarcar). O pobre do Pedro já deve estar mais que arrependido por nós o termos escolhido que nós somos muito chatos, mas, da nossa parte, estamos muito satisfeitos com todo o acompanhamento e a disponibilidade dele (até para corrigir algumas das informações que vos tenho dado para não vos induzir em erro que isto de nos livrarmos dos filhos tem muito que se lhe diga).

Portanto, a parte seguinte diz respeito apenas à IP.

A avença paga inclui as seguintes fases:

  1. Match entre o perfil do estudante e requisitos dos Cursos/Universidades. O estudante pode escolher até 5 Cursos/Universidades, sempre de acordo com as suas legítimas aspirações e possibilidades (e volto aqui a deixar o Ranking cuja consulta ajuda imenso neste ponto)
  2. Tradução e certificação da documentação necessária (Motivation Letter, Recommendation Letter, Academic Transcript e/ou CV) – Teste próprio de Universidades parceiras
  3. Apoio logístico na procura de Alojamento e processo de Student Finance

O valor pago à IP não inclui IELTS Exam do British Council (€ 220,00 - apenas para Universidades que o considerem indispensável) e a taxa do Portal UCAS – 24 GBP (27,29 EUR) se aplicável.

(o Portal UCAS é o site onde são feitas as inscrições na universidade)

Importa ainda referir que os Estudantes provenientes de um qualquer país da União Europeia não necessitam de vistos ou registos para permanecer e trabalhar no Reino Unido, recomendando-se que não ultrapassem as 25 horas semanais de trabalho. Ora esta carga horária suporta-se bem considerando que as aulas têm uma carga horária de 15 a 20 horas semanais.

O salário mínimo no Reino Unido, para quem tem entre 18 e 20 anos situa-se nos £ 5,03 por hora (cerca de 6 €) e para maiores de 20 anos nos £ 6,31 por hora (cerca de 7,5 €). Tendo por exemplo um part-time na restauração, 25 horas por semana, juntando aos rendimentos fixos as “tips” (gorjetas) o aluno poderá chegar a ganhar entre £ 600 (682.16 EUR) a £ 700 (795.86 EUR) num mês. Estes valores podem alterar de cidade para cidade, claro.

O custo mensal de vida (que inclui alojamento, alimentação, transporte e telemóvel) pode rondar £ 650 (739 EUR) para as zonas fora de Londres, sendo que, em Londres, poderá ultrapassar £ 1.000 (1.250.63 EUR). Claro que os ordenados acima referidos, em Londres, acompanham a subida do custo de vida.

Trabalhando eu num banco com implantação mundial, tive logo a preocupação de contactar os meus colegas do UK para perceber qual a melhor conta bancária para a Maggie abrir quando lá chegar. Aproveitei e perguntei logo quando tempo demora a ter um cartão multibanco (4 a 5 dias) e qual o balcão mais perto da Universidade onde ela vai ficar a estudar. Quanto a documentos necessários, a Information Planet já me tinha dito que é apenas necessário o cartão de identificação e a carta da universidade a confirmar a inscrição.

Até poder abrir a conta na Inglaterra terá de utilizar a conta bancária que tem aberta cá em Portugal. Uma vez que estamos a falar de moedas diferentes haveria custos associados aos levantamentos feitos na Inglaterra. Acontece que – por a conta ser no mesmo banco onde eu trabalho – não terá custos uma vez que os clientes Santander estão isentos desde que utilizem os multibancos da rede Santander em todo o mundo.

É também boa ideia levar o cartão europeu de saúde de modo a ter acesso, nos primeiros tempos, aos cuidados de saúde por lá. De todo o modo é fulcral que o aluno peça o Nacional Insurance Number, que também faz falta quando começam a trabalhar.

Ora considerando que é preciso estar inscrito na segurança social inglesa e ter conta bancária em Inglaterra para começar a trabalhar – estes processos podem demorar uns dois ou três meses a estarem concluídos – os pais tem de suportar os custos, na íntegra, nesse período.

Incluindo as viagens, apontaria para um custo inicial a rondar os € 5.000,00 (calculei 4 meses com um custo médio mensal de € 700,00 – para alojamento, transportes, alimentação e telemóvel - a compra dum telemóvel e dum portátil, roupa adaptada ao clima inglês, material escolar - livros, manuais, etc - e, claro, a viagem de ida). Este valor poderá variar para baixo, claro, uma vez que o aluno pode começar a trabalhar mais cedo, ter já um portátil e roupa adaptada ao clima inglês e o telemóvel que já tem ser desbloqueado. O valor da alimentação também dependerá da quantidade e qualidade da comida que o aluno gosta, os transportes dependem da distância entre a zona onde está a residir e a universidade. Enfim, imensos factores que podem fazer variar estes valores.

Além disso... este valor será diluído nos quatro meses iniciais, não sendo gasto duma só vez.

Terminados esses quatro meses calculo que a gaiata estará já a trabalhar em part time e o valor a enviar-lhe mensalmente será bastante menor que os € 700 que considerei agora para as despesas fixas e, muito provavelmente, bastante menor que aquele que os alunos universitários – em Portugal – gastam por mês quando colocados fora da zona de residência.

Interessados? Pois bem, este fim de semana (20 e 21 de Outubro) acontece, no Porto e em Lisboa a Study Abroad Portugal, a maior feira de informação para estudar no estrangeiro, onde podem encontrar soluções medida. Vão lá estar as melhores instituições educativas de todo o mundo, embaixadas e agências educativas nacionais para descobrir as melhores oportunidades para estudar no estrangeiro, seja o ensino secundário, cursos profissionais e licenciaturas, pós-graduações e mestrados, MBA’s e até cursos de verão e línguas para os mais novos.

Se quiserem podem ainda ler esta reportagem da Visão.... e podem ler toda a história de como me vou livrar da minha filha aqui

 

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Como se livrar duma filha... #7

por Magda L Pais, em 18.10.18

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Como vos contei, no final da segunda reunião a Maggie levou como TPC decidir entre duas hipóteses:

- terminar cá o 12º ano e candidatar-se para entrar na licenciatura em psicologia clínica em Setembro/2019

ou

- anular a inscrição cá, no 12º ano, e candidatar-se a entrar, em Janeiro/2019, no Foundation Year na De Monfort University em Leicester, em Medical and Life Sciences com passagem, em Setembro/2019, para a licenciatura em psicologia.

Analisados os prós e contras das hipóteses em cima da mesa, a decisão não tardou. Tal como nas outras fases deste processo, coube apenas e só à minha gaiata decidir o que fazer. Corra bem ou mal é ela que terá de viver com as consequências. Nós podemos opinar e aconselhar, mas, no fim, é ela que decide.

Curiosamente, neste caso, a decisão dela coincidiu com a nossa opinião.

A pequena não quer ficar a viver em Portugal. A ideia dela é, após a conclusão dos estudos, ficar a viver em Inglaterra e, quem sabe, dar um pulo a outros países da Commonwealth para lá exercer a profissão que escolheu. 

O aproveitamento final do 12º ano está em risco por causa da matemática, sendo que teria de fazer a matemática do 12º ano como externa dado que a do 11º ano não está concluída. Com a falta de bases que tem, seria sempre muito complicado de concluir com sucesso este ano e de ter uma nota que não lhe baixasse a média. Isto implica que as hipóteses de entrar na universidade em Setembro/2019 para a licenciatura são mais baixas.

Ir para uma zona menos central para inicio de vida no estrangeiro tem diversas vantagens, entre elas o custo de vida. E Londres está ali mesmo ao lado, nada impede que lá vá várias vezes enquanto estuda. Depois do curso terminado e quando estiver a trabalhar... o que impede que, aos poucos, se vá aproximando da cidade onde quer viver?

Resumindo... recebemos ontem ao fim do dia a Conditional Offer Letter. Condicional porque a pequena é menor à data de inicio da frequência das aulas e, portanto, nós, os pais, tivemos de assinar - várias vezes - um documento de 19 páginas (onde consta, por exemplo, que temos conhecimento que a Maggie estará a frequentar aulas com alunos cuja idade pode ser superior a 18 anos).

Também por ser menor, foi preciso encontrar um tutor que resida em Inglaterra. Mais uma vez foi a própria empresa que tratou do tema, e indicou, como tutor, um dos alunos portugueses a estudar na DMU.

Assim acaba por não perder um ano (dado que, muito provavelmente, em Setembro/2019 acabaria por ter de ir frequentar o Foundation Year nesta ou noutra universidade), tem quase 9 meses para se adaptar a viver sozinha num país estrangeiro antes de iniciar a universidade que, naturalmente, exige bastante mais do aluno do que o Foundation Year e, claro, cumpre uma boa parte do seu sonho mais cedo que o previsto.

Só se lamenta - mas não vale a pena chorar sobre o leite derramado, não é o que se diz? - que não tivéssemos tratado de tudo o ano passado, enquanto ela estava no 11º ano. Provavelmente teria ido já em Setembro deste ano para Inglaterra para fazer o dito Foundation Year.

Quanto ao 12º ano português... bem, ela não vai deixar de estudar, vai continuar a fazê-lo. Um dia que queira voltar para Portugal (o que, honestamente, duvido muito) terá o curso universitário tirado em Inglaterra. E caso não o complete (o que também duvido) logo se verá.

O curso será, como previsto, Psychology BSc (Hons) with International Incorporated Bachelor e as aulas começam a 7 de Janeiro de 2019. O Foundation Year (ou International Year Zero) termina em Setembro de 2019, altura em que começa a licenciatura.

Go Maggie, Go!

Mas estes posts continuam. Amanhã trago-vos mais informações importantes sobre o mesmo tema, não vá um de vós quer despachar os filhos para Inglaterra (ou outro país)... e podem ler toda a história de como me vou livrar da minha filha aqui

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Como se livrar duma filha... #6

por Magda L Pais, em 17.10.18

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Antes de vos contar qual foi a decisão da Maggie, falo-vos de algumas questões que nos preocuparam a todos logo de inicio:

Então e os estudantes portugueses conseguem as mesmas condições que os estudantes ingleses:

Claramente sim. Todos os estudantes da União Europeia que estejam a estudar (ou pretendam estudar) no Reino Unido têm os mesmos direitos e deveres dos estudantes ingleses. A única diferença é que tem de provar os seus conhecimentos da língua inglesa. 

Quais os requisitos de idade?

Desde que nunca tenham frequentado a universidade em lado algum  (cada ano frequentado numa Universidade representa menos um ano de Financiamento), tenham mais de 16 anos e menos de 60, façam a vocês próprios o favor de irem.

Contas bancárias, trabalho, saúde. Como funciona?

A partir do momento em que está a estudar lá pode fazer tudo isto. E, se estiver doente, tem acesso ao sistema de saúde inglês. Claro que, inicialmente, o ideal é pedir, cá, o cartão europeu de saúde para poder usar enquanto não tiver a documentação em ordem (demora mais ou menos um mês/mês e meio a estar inscrito no sistema de saúde inglês). Os estudantes estrangeiros têm direito à Segurança Social local – Nacional Insurance Number – razão pela qual podem usufruir do serviço e podem trabalhar

Se o aluno decidir ir para outro país trabalhar, como funciona o pagamento das propinas ao estado?

O Aluno fica obrigado a apresentar prova do seu rendimento - em qualquer país do mundo ou arredores - ao estado inglês e os cálculos são feitos da mesma forma.

E se não gostar do curso/universidade, pode mudar?

O Foundtation year só é válido para a universidade onde é feito. Mas no final do curso pode sempre ir fazer uma especialização noutra universidade. Atendendo ao que virá depois do Brexit, não convirá mudar de Universidade durante a licenciatura.

Last but not least, e o Brexit?

Esta era a nossa maior preocupação mas, aparentemente e pelo menos por enquanto, passou a uma não questão. Correndo como previsto até agora, a Inglaterra sai da União Europeia em Março de 2019 mas o tratado inclui uma cláusula que determina que os estudantes europeus que se iniciem a frequência das universidades em Setembro de 2019 tem acesso a estudar em Inglaterra nas mesmas condições que até aqui.

Ouve-se falar, mas ainda não é garantido, que várias universidades inglesas estão a reunir para tentar criar uma espécie de fundo que permita aos estudantes europeus a frequência dos seus cursos nas mesmas condições que até aqui. Para já é prematuro dizer o que vai acontecer depois de Setembro de 2019. 

Amanhã cá estarei de novo para vos contar o que a gaiata decidiu.

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Como se livrar duma filha... #5

por Magda L Pais, em 16.10.18

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Foi mais ou menos a meio da segunda reunião que tivemos com a empresa que está a tratar do processo da ida da Maggie para Inglaterra que percebemos que, além da candidatura à Universidade que implicaria um esforço adicional para terminar, cá, o 12º ano, haveria a hipótese de frequentar, já na Inglaterra, o Foundation Year.

E que é isto do Foundation Year. Bem, é o ano zero do ensino superior. Uma espécie de 12º ano tirado já na Universidade escolhida, obrigando, claro, a que todo o curso - incluindo o sandwich placement - seja feito na mesma Universidade.

É uma espécie de segunda oportunidade para os alunos que não conseguem - por qualquer razão - notas suficientes para entrada directa na licenciatura, ou uma forma de saltar um passo e adiantar caminho. E porquê adiantar caminho?

A duração do Foundation Year depende de universidade para universidade. Nalguns casos são 5/6 meses, noutros um ano lectivo. Sendo mais simples que o primeiro ano da licenciatura pode também ser aproveitado para o estudante, que está deslocado num país e numa cidade que desconhece, a viverem sozinhos, para se adaptarem, criarem novas rotinas, procurarem trabalho, etc e tal. Além disso, como os requisitos de entrada para o Foundation Year são mais simples que os requisitos para a licenciatura, a pressão é muito menor.

Na maioria das universidades, o Foundation Year inicia em Setembro/Outubro mas há algumas que inicia em Janeiro. Em ambos os casos, com entrada, em Setembro do próximo ano, na licenciatura. 

No final da reunião a Maggie levou como TPC decidir entre várias hipóteses:

- terminar cá o 12º ano e candidatar-se para entrar na licenciatura em psicologia clínica em Setembro/2019

ou

- anular a inscrição cá, no 12º ano, e candidatar-se a entrar, em Janeiro/2019, no Foundation Year na De Monfort University em Leicester, em Medical and Life Sciences com passagem, em Setembro/2019, para a licenciatura em psicologia.

Analisando a primeira hipótese, a candidatura seria para a especialização que ela queria, numa universidade mais perto de Londres, cidade onde ela preferia estudar. É uma zona com um custo de vida mais elevado mas que é acompanhado pelos salários mais elevados pagos aos estudantes em part time. A desvantagem: entrada directa para a licenciatura, sem período de adaptação, risco de não entrar na licenciatura por causa da média e de ter de optar, à mesma, por um Foundation Year o que atrasaria um ano a entrada na licenciatura.

Quanto à segunda hipótese, teria a vantagem do período de adaptação, o custo de vida em Leiscester é mais baixo (sendo que os salários pagos aos estudantes também são mais baixos) mas a DMU não era a Universidade que ela queria, além do curso ser mais genérico, o que poderá implicar, mais tarde, uma especialização. Por outro lado as exigências para o Foundation Year são menores e com progressão para a licenciatura garantida em Setembro/2019.  

E se fosse convosco? o que decidiriam?

Amanhã conto-vos o que a gaiata decidiu.

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Como se livrar duma filha... #4

por Magda L Pais, em 15.10.18

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Como estava a contar aqui, as candidaturas para a universidade, em Inglaterra, são feitas até 15 de Janeiro para entrada em Setembro, tendo de se enviar alguns documentos. Depois, até final de Março. chegam as cartas de recusa ou - aquelas que se quer - as de aceitação condicional. E aceitação condicional porquê? bem, porque os alunos que se candidataram ainda não terminaram o 12º ano e as universidades escolheram-nos não só pelas notas - que importam - mas também pelo seu curriculum, as suas motivações e pelas recomendações dos professores que os conhecem. Foco no aluno. Mas claro que as notas finais também interessam e os alunos ficam a saber, com a dita carta de aceitação condicional, quais as notas que têm, obrigatoriamente, de ter no final do 12º ano.

Para os alunos estrangeiros, é preciso ainda fazer prova dos conhecimentos em Inglês. No caso da minha gaiata, que já tem o CPE, esta questão está resolvida.

Como já vos disse, a motivação do aluno é fulcral. Casos houve em que as notas exigidas pela universidade eram superiores às notas obtidas mas a carta de motivação, o curriculum e as cartas de recomendação eram tão boas que a universidade aceitou o aluno à mesma. Muito positivo!

Ora estando tudo encaminhado, começou-se a falar para que Curso/Universidade a Maggie quereria ir. Analisando o tal Ranking que vos falei ontem, reduziu-se bastante o leque de opções, tendo ficado reduzidas a 5 ou 6. Mas haveria sempre um senão. Dada a má preparação dos anos anteriores ao 12º ano, a Maggie não teve aproveitamento positivo a matemática no 11º ano. Não que isso fosse impeditivo mas ia implicar um esforço adicional para chegar ao fim do ano com média de 10 na disciplina, o que lhe poderia baixar a média final do 12º ano.

Voltam amanhã para saberem mais?

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Como se livrar duma filha... #3

por Magda L Pais, em 12.10.18

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Como a gaiata estava decidida, na posse de de todas as informações, foi tempo de fazer contas à vida e toca a avançar. Já tínhamos combinado que ela teria mesmo de arranjar um part time enquanto estudava porque não somos exactamente ricos para conseguir suportar um gasto mensal adicional de 700 ou 800 euros. Não quer dizer que não ajudemos a pagar, mas a totalidade é impossível

(Pausa para dizer que admiro os pais cujos filhos ficam colocados em universidades numa cidade diferente e que têm de suportar todos os custos envolvidos e que, na prática, se calhar, são quase que os mesmos que aqueles que vamos ter com a minha filha em Inglaterra).

Passemos então à fase seguinte: escolher o curso e a universidade.

1068 variantes do curso de psicologia em Inglaterra. Foi com este número que iniciou a segunda reunião na empresa que escolhemos para nos acompanhar no processo. 

A maioria dos cursos são de 3 anos (4 na realidade com o sandwich placement) e a formação é logo dada na especialidade. Daí a quantidade de variantes existentes. 

Aqui - como aliás em todo o processo - a Maggie é que teve de decidir qual a variante que queria. E para isso contou com uma ajuda prestimosa. Todos os anos o jornal The Guardian publica o University league tables que permite ao estudante saber vários factores para cada uma das universidades/cursos. Taxa de empregabilidade nos primeiros seis meses depois de terminado o curso, rateio entre alunos/professores, media de entrada, satisfação com o curso, satisfação com os professores. Enfim, 10 itens diferentes, avaliados de forma independente pelo jornal e que são quase que a bíblia para os estudantes universitários.

Ainda na primeira reunião falamos sobre a candidatura. Desconhecia por completo que as candidaturas para a universidade, em Inglaterra, são feitas até 15 de Janeiro para entrada em Setembro. Ou seja, os alunos candidatam-se ainda a meio do 12º ano, sem saberem as notas finais. Mas não são só as notas que importam. Cada aluno tem de entregar o certificado das notas do 10º/11º ano, o certificado em como está matriculado no 12º ano, duas cartas de recomendação emitidas por professores que lhes tenham dado aulas, a carta de motivação em que o aluno explica porque quer tirar aquele curso e não outro qualquer e ainda o curriculum do aluno. 

E porquê? Porque o foco está no aluno e não nas suas notas. As notas são importantes, claro que sim, mas a pessoa, a sua experiência, o que os outros dizem dela, as suas motivações, é isso que mais interessa.

Voltam na segunda-feira para saberem mais?

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Como se livrar duma filha... #2

por Magda L Pais, em 11.10.18

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Foi pouco antes de iniciar o 12º ano na escola, ou seja, em meados de Setembro que a minha filhota que se voltou a falar na ida dela para uma universidade na Inglaterra, pelas razões que já vos tinha falado ontem.

O curso, ou melhor, a área, já se sabia que seria psicologia. Confesso que tanto eu como o pai achamos que ela iria para a psicologia criminal mas afinal ela prefere psicologia clínica, por querer perceber melhor a mente das pessoas com o intuito de se perceber melhor a ela própria. Não pretende salvar o mundo mas, se salvar uma pessoa que seja, já valerá a pena. 

Depois vieram as questões financeiras relacionadas com as propinas (na Inglaterra as propinas rondam os 10/15 mil euros anuais) e com o alojamento. É que, assim de repente, não ganhamos o Euromilhões (o que, claramente, é difícil de acontecer uma vez que não jogamos) e portanto não seria exactamente fácil de suportar estes custos.

Nada melhor - para esclarecer isto e para nos apoiar em todo o processo, que há imensas coisas a tratar que nenhum de nós sabia porque não vivemos em Inglaterra - que contratar uma empresa que nos ajude com tudo isto.

Fomos a uma primeira reunião, em que nos foi explicado o processo de candidatura e como funciona a questão das propinas, do alojamento e do custo de vida.

Ficamos a saber várias coisas bastante interessantes. 

As propinas, por exemplo, são suportadas por um fundo governamental cujo reembolso é feito, pelo estudante, na forma de imposto, quando ingressa no mercado de trabalho, mas apenas quando o seu rendimento anual ultrapassa o equivalente a vinte mil euros. E mesmo assim, a taxa é aplicada ao adicional dos vinte e três mil euros (até €23 000 de salário por ano estão isentos; para quem ganhar entre esse valor e os €25 000, pagará cerca de €16 por mês; e, quando tiver um ordenado superior a €46 000 anuais, pagará €170 por mês).

Falemos agora do sandwich placement. (tenho de vos dizer que adoro este nome!!) E o que é isto do sandwich placement? bem, basicamente, entre o segundo e o terceiro ano do curso, a universidade, onde o aluno está a estudar coloca-o num emprego (na Inglaterra ou no estrangeiro), incorporado com o curso, de modo a que o aluno ganhe experiência profissional na área do curso sem prejudicar o percurso académico.

Então e o alojamento e os custos associados a viver longe dos pais? Bem, a estimativa depende da zona de Inglaterra onde o estudante esteja. Entre os 700 euros mensais para fora de Londres e os 1200 euros em Londres. Como se financia isto? É semi fácil. 

A carga horária média semanal das aulas é de 10 a 15 horas, o que dá cerca de 3 horas por dia de aulas. Os alunos tem, por isso, tempo livre que chegue para arranjarem um part time, normalmente na restauração ou em hotelaria. E a maioria das universidades tem departamentos que ajudam os alunos a encontrar trabalho, às vezes na própria universidade (na biblioteca ou a ajudar estudantes caloiros). Os ordenados auferidos chegam para suportar os custos de estarem deslocados, libertando os pais.

Já falei demais por hoje. Prometo que amanhã estou de regresso para vos contar mais sobre como se livrar duma filha.

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Como se livrar duma filha... #1

por Magda L Pais, em 10.10.18

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Desde que conheço a minha filha, e já lá vão uns longos 17 anos (que, na realidade, parecem meia dúzia de dias) que a ouço falar que gostava de ir para Inglaterra, que era lá que queria estudar e que era lá que queria viver.

Pronto, se calhar não foi logo que nasceu mas talvez desde que começou a ter noção do mundo ao seu redor, do país onde vivemos, das vicissitudes do mundo escolar, da falta de emprego que espera quem termina o curso universitário, dos baixos salários pagos (às vezes por culpa dos bigboss que querem ser eles a receber tudo, mas outras - e estas são a maioria das vezes - por causa dos altos impostos que as empresas são obrigadas a pagar ao estado e que não podem canalizar para os ordenados de quem lá trabalha), dos estágios mal remunerados, dos empregos sem futuro, etcetal.

Ou seja... a minha gaiata sempre quis sair de Portugal e ir para Inglaterra. E nós, pais, que temos a dizer sobre isto?

Bem... é claro que estamos felizes e contentes. Já viram? é menos uma boca a alimentar, menos um passe a pagar, menos consumo de água, gás e electricidade e menos uma pessoa a vestir. Querem melhor do que esta poupança, atendendo, ainda por cima, ao custo de vida?

Na realidade... quero. Como mãe, é claro que sei que vai faltar ali uma pessoa em casa. Mas não é isso o normal? que os filhos saiam de casa dos pais? Vai para Inglaterra? Qual é o problema? Sempre ouvi dizer que o longe se faz perto e o perto se faz longe. Além disso, a minha filha vai cumprir o seu primeiro objectivo, aquele para o qual se tem vindo a preparar ao longo da sua ainda curta vida.

Parte dessa preparação foi a frequência dum curso de inglês. Começou com pouco mais de sete anos e já fez todos os exames de Cambrigde, o ultimo (o CPE) dos quais este ano. 

E agora que está no 12º ano, chegou a altura chave...pouco tempo depois das aulas começarem, a gaiata começou à procura de informações sobre os cursos e as universidades na Inglaterra. Falou com amigos dela que vivem lá sobre vários temas, entre os cursos ao dispor, a formação universitária, os custos envolvidos, alojamento, emprego e tudo o mais que possam imaginar sobre este vasto tema. E falou connosco - os pais - claro. Que mantemos o que sempre dizemos, que qualquer um deles terá o nosso apoio para lutar por aquilo que mais desejam (desde que não seja ilegal ou que ponha em risco a saúde e a vida deles, é óbvio).

Como este post já vai longo, amanhã continuarei a contar-vos mais sobre este assunto.

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