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senhorios vs Inquilinos e vice versa

por Magda L Pais, em 15.01.18

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Foi notícia, na semana que acabou, o despejo de Manuel Farinha, com 80 anos e que vivia numa casa arrendada em Benfica há quase 60 anos.

Não conheço todos os contornos do caso, como aliás, convém dado que se trata dum processo judicial que estará, suponho, em segredo de justiça. O que sei, porque vi, é que, nas redes sociais e não só, o proprietário do imóvel foi crucificado. Faz parte da actual sociedade, não se sabe o quê ou porquê mas vamos lá crucificar alguém.

Desde 1991 que trabalho no mercado imobiliário, intermediando senhorios e inquilinos e vejo, realmente, muita injustiça como aquela de que acusam o proprietário do imóvel onde o Sr Manuel Farinha vivia. Realmente há senhorios que só vêem dinheiro, que se estão nas tintas para os seus inquilinos, para as casas ou para o que quer que seja sem ser o dinheiro nas suas contas bancárias dentro do prazo legal.

(Num aparte, lembro-me sempre, quando falo nestes proprietários, do caso duma inquilina que, após 30 anos a cumprir os prazos de pagamento escrupulosamente, pagou uma renda dois dias depois do prazo estipulado pela lei. A senhora trazia uma carta do IPO que declarava que tinha estado internada para um tratamento mais agressivo para o cancro e como não tinha amigos ou família em quem confiasse, tinha optado por pagar a renda dois dias mais tarde. Dois dias! Avisamos a senhoria que tínhamos aceite o pagamento sem os 50% de indemnização que o código civil prevê, atendendo a toda a situação e a senhoria exigiu que essa mesma indemnização fosse paga, sem querer saber de mais nada. E há quem o faça sem se preocupar se a renda é de 40 ou 4.000 euros. Se pagam fora do prazo, pagam a indemnização e pronto.)

Mas há quem não seja assim. Há centenas, para não dizer milhares de casos que são totalmente diferentes.

Há senhorios que não aumentam as rendas porque sabem que os arrendatários passam dificuldades. Há senhorios que recebem as rendas "às pinguinhas" conforme os inquilinos conseguem pagar. Há senhorios a receber 40 euros de renda e a pagar 50 ou 60 euros de condomínio todos os meses (e depois ainda tem de pagar impostos e seguros). Há quem faça obras permanentemente nas casas e nos prédios e continue a receber rendas de miséria. Há quem vá viver nas casas de porteira dos prédios porque o rendimento dum prédio inteiro não permite contratar novas porteiras. Há quem viva apenas do rendimento do prédio e que passa por dificuldades porque as rendas são baixas.

Há inquilinos a pagar 100 euros por mês de renda mas que vão de férias para as Caraíbas ou Bali e que tem Ferraris e afins à porta. Há quem pague 50 euros de renda e que exigem pinturas nos imóveis ou que nem o lava loiça queira desentupir.

Há quem tenha gasto as poupanças duma vida num apartamento para auferir algum rendimento e agora não receba nada por mês porque os inquilinos não pagam. Há inquilinos que destroem totalmente os apartamentos e que desaparecem sem rescindir os contratos e sem entregar as chaves, obrigando a processos morosos em tribunal para reaver aquilo que é seu.

E há quem se esqueça que um contrato de arrendamento não é um contrato de crédito à habitação nem de leasing. As rendas que se pagam não estão a pagar a casa mas sim o direito a utiliza-la. E que os senhorios são como as empresas, querem ter rendimento. O senhorio não é nem pode substituir o Estado na ajuda a quem não pode pagar a renda. 

(e agora podem fuzilar-me por ter esta opinião...) 

Entretanto...

Que esperam para me acompanhar no facebook e no instagram?

Conhecem o meu blog sobre livros?

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IEFP lança primeiro concurso para apoiar contratação de desempregados de 2017 e as empresas podem receber 3.791,88 euros por cada contrato sem termo celebrado dentro de determinadas condições.

E até tudo bem.

Este valor pode até ser majorado em 10% se a contratação reunir outras condições... Com as quais concordo plenamente: desempregados (independentemente do tempo de inscrição) em situação mais desfavorecida, designadamente os que sejam beneficiários do rendimento social de inserção, apresentem deficiência e incapacidade, sejam refugiados, ex-reclusos ou toxicodependentes em processo de recuperação ou se encontrem inscritos no IEFP há 25 ou mais meses. Perfeito.

Há uma majoração adicional e cumulativa de 10% se o posto de trabalho criado for “localizado em território economicamente desfavorecido”. Muito bem, Promover o emprego em zonas desfavorecidas. Parece-me lindamente.

E por fim... Os montantes a atribuir poderão ser majorados em mais 10% se o desempregado estiver a receber o rendimento social de inserção, tiver deficiência e incapacidade, integrar uma família monoparental, tiver o cônjuge também desempregado, tiver sido vítima de violência doméstica ou for refugiado, ex-recluso ou toxicodependente em processo de recuperação.

Como? Vítima de violência doméstica? As empresas vão ter benefícios se contratarem vítimas de violência doméstica? 

Antes de mais, deixem-me dizer-vos que sou da opinião que as vítimas de violência doméstica merecem todo o meu respeito e, no meu entender, todos os apoios que o estado possa dar para recomeçarem a sua vida.  Sem dúvida alguma!

Agora... condicionar o apoio a uma empresa à contratação duma vitima de violência doméstica já me faz alguma confusão, ainda para mais considerando alguns empresários que conheço.

É que parece que estou a ver as entrevistas de emprego: Olhe, a sua mulher bate-lhe? não? ah então desculpe mas não serve. Vá lá para casa e peça-lhe o favor de o espancar umas vezes e depois volte cá para o contratar a ver se eu ganho uns trocos a mais.

Ou se calhar sou eu que estou a imaginar coisas...

Falando um pouco mais a sério, conheço uma ou duas vítimas de violência doméstica e se há coisa que lhes é comum (para além do passado violento) é a vergonha do que passaram, a dificuldade em falar no tema e o não quererem ser conhecidas como vitimas. Ao incentivar as empresas a contratar estas pessoas porque foram (ou são) vítimas de violência doméstica é vitimizar ainda mais, é obriga-las a falar no assunto com desconhecidos que podem não saber como tratar o assunto com o respeito que merece.

E isto, mais do que tudo, faz-me confusão.

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Podemos obrigar as guerras a ser todas assim?

por Magda L Pais, em 20.05.16

Um dia um empregado acordou bem disposto e decidiu que ia cumprimentar os vizinhos da frente com um olá feito em post-its na janela.

E logo a seguir os empregados do prédio em frente decidiram que também iam retribuir.

E abriu a guerra entre as melhores agências de publicidade de Nova Iorque. Com post-its. Ora vejam (é só clicar nas setinhas para o lado)

Podemos obrigar todas as guerras a ser assim?

 

(noticia daqui)

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Racismo ou estupidez?

por Magda L Pais, em 06.04.16

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GAP, acusada de racismo, pede desculpa e vai substituir campanha e tudo por causa desta foto.

Sejamos sinceros. Olhem bem para a foto e digam-me lá, o que vêem? Eu, pela minha parte, vejo quatro pessoas de idades e tamanhos diferentes (e, já agora, duas delas em posses que nem nos meus melhores sonhos consigo fazer).

Dizia um comentador que não é racismo, é apenas humilhante. Humilhante? caramba, vistas assim as coisas, o meu filho, com o seu 1.90m humilha-me todos os dias quando me mete, literalmente, debaixo do braço. E vistas assim as coisas eu humilhei imensa gente quando era a mais alta da turma e metia os outros debaixo do braço (má Magda, má Magda).

Estamos a cair no exagero. Senhores e senhoras, percebam que brancos, pretos, cor de rosa, azuis às bolinhas, amarelos ou cinzentos, somos humanos. E brincamos. E uns são mais altos que outros. E não vem daí mal ao mundo.

O mal ao mundo vem quando se olha para esta foto e se vê racismo. Quando se exige que haja actores negros nomeados nos Óscares. Quando não se exige que haja mais atletas brancos no atletismo. Quando se acha estranho um negro ganhar um torneio de golfe ou um branco cantar Rap. Se calhar valia a pena pensar nisso...

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A desinformação na época da informação

por Magda L Pais, em 20.11.15

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Vivemos na era da informação. À distância dum clique sabemos o que se passa do outro lado do mundo. Visitamos museus, conhecemos ruas de cidades desconhecidas, vemos atentados terroristas quase em directo, subimos ao Everest ou descemos às fossas das Marianas e tudo sem sair do sofá. Sabemos, em segundos - literalmente - que um hotel está sequestrado e, ainda a água não regressou ao mar e já sabemos que houve um tsunami. Ainda os prédios estão a vacilar e já todos sabemos que houve um sismo no outro lado do mundo. Nadamos com tubarões e caçamos com os leões na segurança da nossa sala. Vamos a Plutão ou ao Sol sem sair da Terra.

Gosto, sinceramente, de viver nesta era. Em que ouço um estrondo às dez da noite e abro o facebook e fico a saber que explodiu um paiol em Sesimbra. Em que ouço as sirenes dos bombeiros e um site de noticias me diz que há um incêndio na Arrábida.

Gosto que haja blogs que me dão a conhecer a realidade doutros países, que me ajudam a conhecer melhor o mundo em que vivo (ainda que haja coisas, neste mundo, que eu preferia não conhecer).

E gosto de poder pesquisar sobre tudo e sobre nada sem sair do conforto do lar. De estar aqui, sentadinha, e poder descobrir o que me apetecer, procurando, visitando, questionando. É a era da informação no seu melhor.

Mas, e tinha de haver um mas, esta é também a era da desinformação, dos boatos, do dizquedisse, das noticias sem nexo. De meias verdades que se tornam mentiras completas. E tudo porque muitos seres humanos são preguiçosos e acreditam em tudo o que lêem.

Já uma vez falei aqui sobre algumas notícias que são partilhadas até à exaustão sem qualquer cuidado em averiguar a sua veracidade. Uns meses mais tarde... tudo na mesma ou ainda pior.

No dia dos atentados em Paris, passava em nota de rodapé duma das televisões portuguesas que um campo de refugiados estava a arder. Era a única estação que falava nisso e eu fui pesquisar no google se era verdade. Era. Em Outubro deste ano um campo de refugiados ardeu, resultante da explosão duma bilha de gás. Não em Calais como diziam nessa nota de rodapé mas no norte da Tailândia.

Refugiados que odeiam viver em Portugal. Circula, por ai, uma noticia que diz que os refugiados que cá vivem estão desiludidos e se querem ir embora. Uma leitura mais atenta mostra que isto aparece num site conhecido por divulgar falsas noticias. Infelizmente continua a ser partilhado e a dar visibilidade ao site...

Torre Eiffel destruída por mísseis jihadistas... esta até dá vontade de rir, não fosse verdade que está a ser partilhada vezes sem conta. Com direito a fotos e tudo. Não acham que, se fosse verdade, os serviços noticiosos de todas as estações de televisão ou os sites credíveis dariam essa noticia?

Por ultimo, o inicio da terceira guerra mundial confirmado pela ONU. Mais uma vez... Não acham que, a ser verdade, o mundo noticioso parava para falar nisso?

Meus caros. Estamos na época da informação. Nunca tanta informação esteve disponível. Somos uns privilegiados. Aproveitem esse privilegio para estarem informados, não para partilharem desinformação.

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Afinal em que ficamos?

por Magda L Pais, em 28.10.15

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Economista sugere que chineses pobres partilhem mulheres

e

Especialista chinés considera que as mulheres têm de ter mais que um marido

 

Estou oficialmente baralhada...

 

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Frozen chook

por Magda L Pais, em 13.10.15

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Ou a última parvoíce que o ser humano inventou...

E dedicarem-se à pesca? não?...

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Desincentivo à leitura?

por Magda L Pais, em 16.09.15

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Segundo esta notícia, parece que as livrarias vão ser proibidas de fazer descontos superiores a 10% no preço dos livros editados ou importados há menos de 18 meses sendo também proibidas as opções "pague um, leve dois", "compre dois livros e leve grátis o de menor valor" ou qualquer outro desconto progressivo em função da quantidade de livros adquiridos. E mesmo nos casos em que seja permitido haver uma promoção, não pode ultrapassar os 25 dias em cada ano.

Confesso que me fica a dúvida qual é a intenção desta lei.

Comecemos pelos 25 dias permitidos para promoções. Ora as Feiras do Livro realizadas em todo o país são em alturas diferentes do ano e a soma das suas durações é, seguramente, superior a 25 dias. Logo, haverá Feiras do Livro com promoções e outras sem promoções porque foram ultrapassados os 25 dias. Faz sentido…

Por outro lado, os preços dos livros, em Portugal, já são quase proibitivos. E quanto mais recentes, mais caros. Poucas pessoas conseguem comprar constantemente livros a dezanove, vinte ou trinta euros. Muitas vezes aproveitam-se precisamente as promoções para se adquirir mais livros por menos dinheiro. Por exemplo, comprei, há umas semanas, dois livros na Wook. Um deles em pré lançamento, com um desconto de 15% e oferta doutro livro. Ficaram, os dois livros, a € 14,40 (na prática não paguei qualquer valor porque tinha um vale). Daqui a um mês isto deixa de ser possível…

Outra coisa que me faz confusão é a falta de liberdade do comerciante. Quando o comerciante faz um desconto, o custo desse desconto é dele, não do editor. Ora se o comerciante quer fazer um desconto ou fazer uma oferta como forma de vender mais… porque é que não o pode fazer?

É verdade que, todos os dias, vejo mais gente a ler nos transportes. Quando comecei a vir trabalhar para Lisboa e a andar nos transportes públicos era raro ver alguém com um livro. Hoje mais de metade das pessoas têm, nas mãos, um livro ou um ebook e estão a ler. E isto, acreditem, é positivo. Muito positivo.

Mas com medidas destas… quer-me parecer que desincentiva a compra de livros e, por arrasto, a sua leitura. Ou então incentiva-se o recurso ao mercado paralelo e a compra de livros em segunda mão para que as pessoas continuem a ler.

Resta saber qual terá sido o espírito desta lei idiota e sem sentido…

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Notícias

por Magda L Pais, em 10.09.15

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Visitar, por estes dias - ou melhor - visitar, todos os dias, o facebook é dar de caras com centenas de noticias que são partilhadas até à exaustão, a maior parte das vezes sem o cuidado de se verificar as fontes e sem se pensar.

Noticias e fotos. E quando são noticias falsas acompanhadas de fotos ainda pior. Ou mesmo as fotos que, supostamente, ilustram uma pseudorealidade.

Não vou aqui dizer que nunca cai numa patranha destas e que não ajudei a espalhar um boato. É verdade, já me aconteceu. Acontece a todos. A ideia é que o erro sirva para aprender e não para continuarmos a cair no mesmo erro vezes e vezes sem conta.

Cai, aprendi e hoje apenas partilho noticias lidas em sites fidedignos. Se alguém anuncia a morte duma personagem conhecida eu, antes de a lamentar, verifico o Sapo, o Público, a BBC ou a CNN (apenas como exemplo). Se não estiver em nenhum deles, assumo que não aconteceu e sigo em frente. O mesmo se passa com as noticias que são falsas sobre os migrantes

Já o disse aqui, tenho mixed feelings acerca dos migrantes. Mas isso não me leva a partilhar, vezes sem conta, histórias que podem não são verdadeiras nem sequer imagens que ferem toda a gente - não é por partilhar as violências cometidas pelo Estado Islâmico que me vou decidir.

Aliás, fotos e vídeos violentos, sejam eles quais forem - contra seres de duas ou quatro patas - fazem parte daquelas coisas que não devem ser partilhadas. Por ninguém! 

De que serve saber que uma determinada pessoa matou um bebé à facada e mostrar as fotos? devolvemos a vida à criança? Sobrepomos-nos à justiça e fazemos justiça pelas próprias mãos? Vamos evitar que a besta que o fez volte a cometer esse crime hediondo? não, não e não. Todas estas perguntas tem um não como resposta. Então a partilha serviu para quê? 

Voyeurismo puro. Serviu apenas para isso e para promover desgraças. Ninguém ganhou com essa partilha, assim como ninguém ganha com a partilha de noticias falsas.

Por isso, uma recomendação. Antes de partilharem o que quer que seja, pensem: é verdade? vai resolver? é importante? ajudo a fazer a diferença?

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 Vamos pensar nisto? sim?

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Campanha de marketing ou estupidez natural?

por Magda L Pais, em 27.08.15

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Segundo esta notícia do Sol, em Leicestershire, Inglaterra, centenas de pessoas acordaram a meio da noite (entre as 2h e as 5h) com um telefonema. Assustadas, atenderam, e, do outro lado, uma voz disse-lhes "As noites negras vêm aí e com cada vez menos polícias, quão segura é a sua casa?"

Caramba!

E logo a seguir, "carregue em 1 para comprar um alarme".

Uns assustaram-se, outros ignoraram e muitos, mesmo muitos, fizeram queixa da empresa (não sei se da empresa que desenhou esta campanha se da empresa que comprou a campanha).

Sinceramente, acho que nada, mas mesmo nada, justifica uma campanha destas. Imaginam o susto que estas pessoas terão apanhado? Mais um bocadinho e diziam que os vampiros, lobisomens e afins estavam à porta.

Ter-se-ão inspirado na Guerra dos Mundos de H.G.Wells e da magnífica campanha de marketing que lançou o livro? Se sim... Podiam te-lo feito sim mas a horas decentes, não quando está tudo a dormir!

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Isto é...

por Magda L Pais, em 22.08.15

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... a parvoíce de alguns a vir ao de cima...

Ora para quem não perceba inglês, numa tradução livre, o que este idiota jovem diz no cartaz é "nenhuma mãe devia temer pela vida dum filho sempre que ele assalta uma loja".

Ainda se ele parasse a frase após a palavra filho...

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A importância da pontuação

por Magda L Pais, em 21.08.15

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Ora bem, assim de repente, e analisando apenas o título, fica a dúvida se o morto ficou ferido e não era espanhol.

A notícia depois esclarece, é verdade, mas se calhar (só se calhar) repensar o título não era mau pensado, certo?

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Madeline Stuart e o seu sonho

por Magda L Pais, em 20.08.15

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Aos 18 anos, Madeline Stuart vai concretizar o seu sonho desfilando na Semana da Moda de Nova Iorque. Isto não seria notícia, não fosse o caso de Madeline ter trissomia 21 e ser considerada deficiente.

Felizmente para Madeline, a marca pela qual vai desfilar, a FTL Moda não se preocupa com os padrões nem com os estereótipos e prefere apostar na consciência, aceitação e inclusão, conceitos, aliás, que a própria Madeline defende.

Mas também isto não deveria ser noticia.

Numa sociedade ideal, quem tem trissomia 21 ou outros problemas que tais, deveria ser encarado exactamente como quem não tem. Incluídos na sociedade e tratados da mesma forma, sem penas ou diferenças.

Conheci, a semana passada, um casal com dois filhos. Um deles, fruto da asneira da equipa clínica que acompanhou o parto, teve um AVC na barriga da mãe e, por isso, tem limitações físicas e psicológicas razões pela qual o seu desenvolvimento está bastante atrasado. Mas isso não impede os pais de se zangarem com ele quando faz as asneiras próprias duma criança ou de serem exigentes. Ambos os filhos são tratados precisamente da mesma maneira. Ao fazê-lo, obrigam a que o filho se desenvolva.

Lembro-me, a este propósito de mais dois casos, mais antigos. Dois casais vizinhos dos meus pais tinham, cada um deles, um filho com trissomia 21. Os rapazes tinham mais ou menos a mesma idade. Num dos casos os pais tratavam-no como outra criança qualquer. Lembro-me de o ver ir à padaria, sozinho, comprar pão, de ouvir os pais barafustarem com ele e de o ver na rua a brincar. Quando se perguntava aos pais pelo miúdo eles falavam nele com imenso orgulho – das conquistas e dos disparates que fazia.

No outro caso, o miúdo raramente era visto. Lá de vez em quando aparecia à janela mas logo a mãe aparecia para o meter para dentro. Os pais quase que fugiam às perguntas sobre o filho, e, nas raras vezes que ele saia com os pais era quase escondido, como se tivessem vergonha dele.

Pensem lá um bocadinho comigo, destes casos todos que vos contei, qual deles vos parece o mais incorrecto e que devia ser a forma da sociedade não agir?

Então se estamos de acordo, porque é que Madeleine Stuart é notícia?

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É só um momentinho que vou já

por Magda L Pais, em 19.08.15

(ou então não...)

O hotel Skylodge Adventure Suites, em Cuzco, no Peru, convida os hóspedes a escalar uma ravina de 400 metros para se alojarem em cápsulas transparentes, no Vale Sagrado...

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Fotos: Pilar Olivares/Reuters

Fonte

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Críticos literários ou fiscais das finanças?

por Magda L Pais, em 14.08.15

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Tal como o João Miguel Tavares, também eu desconhecia que a ilustre Autoridade Tributária fazia criticas literárias... já não bastava continuarem a enviarem-me emails disparatados, agora ainda deitam abaixo um autor de crónicas porque estava carente de “efeito estético” e que se mostrava incapaz de proporcionar “uma sensação de prazer e emoção no receptor.

Fantástico!

Que mais iremos descobrir acerca destes ilustres?

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