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Taxis e Uber

por Magda L Pais, em 29.04.16

Muito se tem falado sobre a Uber, os taxistas e os conflitos que os segundos têm arranjado por causa dos primeiros.

Sou utilizadora frequente de táxis. Se houvesse um cartão, como dos frangos, que me desse o direito a uma viagem grátis ao fim de seis, acho que, pelo menos uma vez por semana, viajava de borla. Não vem aqui ao caso as razões pelas quais os utilizo, basta, para o efeito, que saibam que os uso e bastante.

E se, de manhã, uso o primeiro que está na praça de táxis da estação, à noite uso sempre o mesmo. Como eu costumo dizer, o da noite é o meu taxista, a pessoa em que confio para me transportar dum lado ao outro. Mas quando ele não pode, recorro à Uber e, até agora, sem problemas e/ou custos de maior.

Não vou aqui dizer que acho que a Uber é melhor ou que os táxis são melhores. Isso seria generalizar e eu sou um bocadinho alérgica a isso.

É que nem todos os taxistas querem enganar os clientes. Há muitos que usam os trajectos mais curtos ou com menos semáforos para chegar ao destino. Nem todos os que saem do aeroporto de Lisboa para ir até ao Marques de Pombal, passam pela Ponte Vasco da Gama e depois entram pela Ponte 25 de Abril, para, finalmente chegarem ao destino. Nem todos se recusam a passar factura ou perguntam: mas não sabe andar de metropolitano? quando queremos ir para um sitio que implica passar por uma zona de transito mais complicada. Nem todos os carros são velhos e nem todos cheiram mal. Nem sempre a música que ouvimos é a cantada numa missa (e, creiam-me, ouvir numa viagem de carro “Jesus, vou ter contigo! Jesus, estou a chegar” não é a banda sonora que queiramos!!!). A maioria até tem carta de condução (sim, há donos de empresas de táxis que não pedem aos seus empregados a prova em como tem carta de condução) e o CAP que tem no táxi é mesmo do próprio. E nem todos bebem até cheirarem apenas a vinho nem entram por sentidos proibidos ou passam sinais vermelhos.

E sim, os taxistas pagam as suas licenças (que não são baratas) e pagam os impostos referentes às facturas que passam (quando as passam). Mas compram os carros por valores consideravelmente mais baixos que o comum dos mortais enquanto os motoristas registados na Uber usam os seus carros particulares.

E a Uber? Bem, a Uber não é nada mais nada menos que uma plataforma on-line onde podemos contratar um motorista particular. Podemos, por momentos, achar que somos o Tio Patinhas, estamos cheios de dinheiro e não nos apetece conduzir. A Uber é uma plataforma que faz com que não seja necessário estar de braço no ar, no meio da rua, á espera de ver se passa um táxi com a luzinha verde. Usar a Uber é ter mais garantias de que não vamos apanhar as excepções que mencionei mais acima e que vamos pagar mais ou menos o mesmo.

Ia dizer-vos que, se fosse taxista, gostaria de me registar na Uber como condutor para chegar a mais clientes. Talvez seja isso que falta aos taxistas, uma plataforma on line que permita a quem precisa de um transporte não tenha de estar de braço espetado, à chuva, ao vento e ao sol. E teria mais cuidado com o meu carro e com a forma como trataria os meus clientes. Parece que já existe uma plataforma parecida mas se calhar devia estar mais desenvolvida, mais divulgada e, acima de tudo, mais exigente com os seus motoristas.

Quanto a mim, continuarei a usar os táxis que estão no Terreiro do Paço de manhã. É muito agradável acontecer como ainda hoje que, assim que entrei, o senhor me disse: olá menina, já viu como o dia está tão bom? Vamos passear até ao sítio do costume? Assim como continuarei a usar o meu taxista à noite e a Uber quando ele não possa. Tudo tranquilamente e sem conflitos.

 

(tal actual hoje como quando o publiquei originalmente no inicio de Março deste ano. E sim, é verdade que descobri, entretanto, que há algumas aplicações semelhantes à Uber para os táxis mas são pouco divulgadas)

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Táxis e Uber

por Magda L Pais, em 10.03.16

Muito se tem falado sobre a Uber, os taxistas e os conflitos que os segundos têm arranjado por causa dos primeiros.

Sou utilizadora frequente de táxis. Se houvesse um cartão, como dos frangos, que me desse o direito a uma viagem grátis ao fim de seis, acho que, pelo menos uma vez por semana, viajava de borla. Não vem aqui ao caso as razões pelas quais os utilizo, basta, para o efeito, que saibam que os uso e bastante.

E se, de manhã, uso o primeiro que está na praça de táxis da estação, à noite uso sempre o mesmo. Como eu costumo dizer, o da noite é o meu taxista, a pessoa em que confio para me transportar dum lado ao outro. Mas quando ele não pode, recorro à Uber e, até agora, sem problemas e/ou custos de maior.

Não vou aqui dizer que acho que a Uber é melhor ou que os táxis são melhores. Isso seria generalizar e eu sou um bocadinho alérgica a isso.

É que nem todos os taxistas querem enganar os clientes. Há muitos que usam os trajectos mais curtos ou com menos semáforos para chegar ao destino. Nem todos os que saem do aeroporto de Lisboa para ir até ao Marques de Pombal, passam pela Ponte Vasco da Gama e depois entram pela Ponte 25 de Abril, para, finalmente chegarem ao destino. Nem todos se recusam a passar factura ou perguntam: mas não sabe andar de metropolitano? quando queremos ir para um sitio que implica passar por uma zona de transito mais complicada. Nem todos os carros são velhos e nem todos cheiram mal. Nem sempre a música que ouvimos é a cantada numa missa (e, creiam-me, ouvir numa viagem de carro “Jesus, vou ter contigo! Jesus, estou a chegar” não é a banda sonora que queiramos!!!). A maioria até tem carta de condução (sim, há donos de empresas de táxis que não pedem aos seus empregados a prova em como tem carta de condução) e o CAP que tem no táxi é mesmo do próprio. E nem todos bebem até cheirarem apenas a vinho nem entram por sentidos proibidos ou passam sinais vermelhos.

E sim, os taxistas pagam as suas licenças (que não são baratas) e pagam os impostos referentes às facturas que passam (quando as passam). Mas compram os carros por valores consideravelmente mais baixos que o comum dos mortais enquanto os motoristas registados na Uber usam os seus carros particulares.

E a Uber? Bem, a Uber não é nada mais nada menos que uma plataforma on-line onde podemos contratar um motorista particular. Podemos, por momentos, achar que somos o Tio Patinhas, estamos cheios de dinheiro e não nos apetece conduzir. A Uber é uma plataforma que faz com que não seja necessário estar de braço no ar, no meio da rua, á espera de ver se passa um táxi com a luzinha verde. Usar a Uber é ter mais garantias de que não vamos apanhar as excepções que mencionei mais acima e que vamos pagar mais ou menos o mesmo.

Ia dizer-vos que, se fosse taxista, gostaria de me registar na Uber como condutor para chegar a mais clientes. Talvez seja isso que falta aos taxistas, uma plataforma on line que permita a quem precisa de um transporte não tenha de estar de braço espetado, à chuva, ao vento e ao sol. E teria mais cuidado com o meu carro e com a forma como trataria os meus clientes. Parece que já existe uma plataforma parecida mas se calhar devia estar mais desenvolvida, mais divulgada e, acima de tudo, mais exigente com os seus motoristas.

Quanto a mim, continuarei a usar os táxis que estão no Terreiro do Paço de manhã. É muito agradável acontecer como ainda hoje que, assim que entrei, o senhor me disse: olá menina, já viu como o dia está tão bom? Vamos passear até ao sítio do costume? Assim como continuarei a usar o meu taxista à noite e a Uber quando ele não possa. Tudo tranquilamente e sem conflitos.

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